Capítulo Onze - Alternativas.

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Aaron.

No fim das contas, era bem positivo o fato de que Max estava no hospital. Porque eu certamente iria atentar contra a vida do advogado por ele me dar o susto que deu por causa de ressaca. E também porque quando eu cheguei apavorado ao hospital, sem saber o que ele tinha, ele começou a gritar desesperadamente alegando não estar sentindo as pernas. No que eu acreditei por um segundo, até Colin Price, o chefe dele, começar a rir e delatar a mentira, eis que Max estava bem e medicado.

Seus sintomas, por fim, não passaram daqueles iniciais inerentes à desidratação, porque ele tinha bebido muito e não havia comido ou bebido algo não alcóolico por um longo período de tempo, o que resultou em taquicardia e sudorese, não havendo qualquer grande desdobramento decorrente de sua condição.

— Lillian esteve aqui? — Perguntei a Max quando Colin saiu para atender uma ligação.

— Sim. — Ele respondeu, remexendo o braço onde estava fincada a agulha do soro, como se ela estivesse lhe incomodando muito. Não que ele não merecesse depois da falsa paralisia. — Ela tentou ligar para você, no entanto, você não atendeu. Ela também disse alguma coisa sobre você estar com Freya. — Ele ergueu as sobrancelhas de um modo reprovador quando eu assenti com um gesto de cabeça. — Eu vou te enforcar com o cano do soro, Aaron.

— Eu só fui falar para ela que eu estava com Lillian agora e que nós dois não teríamos mais nada. — Contei para o advogado, que assentiu em aprovação.

— Eu ainda não acredito que você realmente estava com Freya de novo. — Max fez uma careta e mostrou a língua para dar ênfase ao seu incômodo. — Mas fico feliz que você tenha voltado à sanidade. É ótimo não ter que te matar.

— Homicídio doloso? — Colin perguntou, entrando no quarto onde Max e eu estávamos. — Eu posso sair daqui, para não ser testemunha e poder te defender depois! — Colocou a mão no queixo, pensativo. — Ou talvez eu te mate de vergonha fazendo toda a firma vir aqui te ver nesse vestido de hospital para aprenderem a não ficar bêbados em dia de semana. Ou pelo a só fazer isso se não forem passar mal em cima da minha mesa na manhã seguinte.

Max deu um tapa na testa quando Colin sorriu. Aquele lugar seria uma conferência de advogados em poucos minutos, eis que quando Colin disse que faria toda a firma ver Max, referia-se aos membros da Mason & Price Advogados Associados. E talvez eu estivesse com uma leve vontade de sair correndo.

— A parte mais triste é ninguém ter filmado quando Thompson desmaiou na mesa do Colin. — Uma voz feminina se fez presente na sala. Ao olhar para a porta, vi uma mulher alta, com cabelos castanhos ondulados caindo pelos ombros e usando um vestido preto e saltos altos, o que deixava bem claro que ela era uma advogada, encostada no batente. — Uma vergonha desperdiçada.

Max girou os olhos ao visualizar a mulher na porta. Embora ele tentasse parecer desinteressado, percebi que ele puxou mais o lençol da cama para cima para cobrir suas roupas hospitalares.

— Eu estou bem, obrigado por perguntar. É sempre bom poder contar com a sua condolência. — Murmurou Max para a mulher, em tom irônico. Virou-se para mim — Aaron, esse é o demônio. Também atende por Pietra Lahey. — Voltou-se para Pietra e me apontou com o dedo — Esse é Aaron Parnell.

Pietra caminhou até mim e estendeu a mão. Fiquei de pé para apertá-la, notando o ar autoritário da mulher a minha frente, embora ela estivesse sustentando um sorriso simpático no rosto fino e modelado. Seus olhos eram castanhos, percebi.

— É um prazer, Aaron. — Ela disse, fazendo uso de um tom de voz muito mais amigável do que quando estava falando com Max. — Você é o melhor amigo, certo? — Assenti. — Sinto muito.

Sem Você (Concluído).Onde histórias criam vida. Descubra agora