Lillian.
Quatro anos depois...
Observei Max se aproximando, transitando entre as pessoas com destreza e vestindo um smoking azul marinho de corte moderno com uma gravata borboleta preta, os cabelos penteados para o lado e a barba bem aparada contornando o maxilar. Os olhos castanhos vagavam atentos pelo salão, claramente buscando alguma coisa, enquanto desviava de alguns convidados.
Não estava muito lotado, mas todos se concentravam mais ao fundo do salão, deixando a pista de dança vazia enquanto a banda não iniciava, efetivamente, o show. Estávamos comemorando a aprovação dos mestrandos daquele semestre e, felizmente, eu estava entre eles. Cansada e com muito corretivo para esconder as olheiras constantes que tinham sido presente de meses estudando um novo composto farmacêutico para criação de cosméticos veganos e cruelty free, contudo, satisfeita em ver o orgulho no rosto da minha família, o que obviamente incluía Max e Aaron, que continuava sendo tão ridiculamente príncipe quanto possível.
Ele também havia ganhado um par de olheiras para combinar com as minhas enquanto tentava não surtar com seu doutorado, com o recém-assumido cargo de coordenador do curso de farmácia e com algumas aulas que manteve, já que definitivamente preferia lidar com os alunos do que com a parte burocrática da coordenação de curso e não abriria mão disso.
— Sabe, sinceramente, você deveria ter me apresentado esse cara antes. — Ava disse, ao meu lado, e notei que seus olhos azuis também acompanhavam Max, assim como os meus faziam antes que eu me virasse para ela. — Ele é muito lindo.
Ergui uma das sobrancelhas enquanto encarava Ava, que estava usando um vestido rosa claro de seda que escorria por seu corpo longilíneo como se tivesse sido feito para ela. Os cabelos, que normalmente sempre estavam presos em razão do trabalho no hospital, estavam soltos e caiam ondulados até abaixo dos ombros.
— Se você tivesse ficado com ele em algum momento da sua vida, hoje você estaria presa por tê-lo matado com um bisturi porque ele errou seu nome. — Eu disse, observando a Brown do meio terminar de sorver o conteúdo de uma taça. Pela cor, era champanhe.
— Errar o nome é imperdoável. — Ela disse, colocando a taça na mesinha que havia entre nós antes de me encarar, incrédula. — Ele não faria isso.
— Na semana passada ele ficou surpreso ao descobrir que Georgia, com quem ele saiu por meses no meu terceiro ano de faculdade, não se chamava Gaia. — Contei, fazendo Ava rir.
— Ele é bonito demais. — Ava disse, girando o dedo na borda da taça — Tinha que ter um defeito.
— Além de ser advogado? — Perguntei e Ava fez careta.
— Tem razão. É melhor para a integridade dele e para o meu status de ré primária que nosso lance seja platônico. — Max finalmente pareceu me encontrar e abriu um sorriso, passando a caminhar em direção ao local onde Ava e eu estávamos. — Eu convivo tempo demais com bisturis para não cometer homicídio no minuto em que ele começasse a citar artigos de lei.
O advogado tinha chegado perto o suficiente para ouvir a última frase da minha irmã, então, quando parou na nossa frente, um sorrisinho debochado já estava desenhado no seu rosto. Ele ajeitou a gravata antes de colocar um braço sobre os ombros de Ava e puxá-la para perto.
— Ava Brown, quem foi que te processou? Esse trauma não é normal. — Perguntou antes de dar um beijo na testa da minha irmã. — Tudo bem que a classe não é conhecida por sua integridade e bondade, mas, vamos lá, eu sou adorável mesmo quando estou invocando a quinta emenda.
Ava gracejou, jogando os cabelos por cima dos ombros.
— Eu estou cogitando quebrar minha taça na sua cabeça, doutor. — Foi o que ela respondeu.
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Sem Você (Concluído).
RomanceSe a regra é que o casamento é o final feliz de qualquer história, Aaron Parnell com certeza é uma exceção - até porque estamos falando do casamento do amor de sua vida e ele não é o noivo. Decidido a não ter que conviver todos os dias com o casamen...