Our Last Chance • LS

The beginning of the end.

Um ano.

Um ano é o tempo que resta de vida na terra. Saber que terá somente um ano de vida pode ser a pior noticia que irá receber. Saber que não existira mais pessoas cantando e dançando. Que não existira mais animais e vegetações, que falhamos como ser humano, é uma noticia muito triste. Pensar nas vidas que chegaram agora, que não terão chance de ir a escola, ou ao parque. Dançar, cantar, sorrir, viver... Não terá chance de ser vivo. 

 E pensar naquelas que estão aqui a muito tempo, sabem muito e terão o ultimo suspiro arrancado de forma bruta, é triste. Nossos atos como humanos foram vistos como uma ameaça, e agora o universo nos odeia. A vida nos odeia, e somos completamente culpados por todo esse ódio.

O ser humano sempre achou ter total controle da situação. Achamos que aquele papel de bala jogado na rua não iria prejudicar. Que as milhares de folhas gastas com bobeiras na escola não fariam diferença na nossa vida. Que os animais sobreviveriam para sempre, que as sacolas plasticas eram muito legais para serem subsistidas por recicláveis, que todo o nosso lixo simplesmente sumia, evaporava. Ou que tomar banhos longos e relaxantes era o certo. 

 Mas estávamos tão errado. Foram anos e anos de desperdício e agora, a terra está reclamando. E não temos como correr atrás dos erros.

-x-

No primeiro dia do mês de dezembro o mundo ficou sabendo do fim. Foi anunciado em todos os cantos possíveis. O mundo iria acabar. E que somente um ano de vida restava na terra. 

 Lógico, ninguém acreditou. Quem acreditaria que por conta da alta poluição no planeta terra, um meteoro enorme estaria sendo puxado em nossa direção. A poluição deixou nossa auto proteção indefesa, fraca. Incapaz de se defender de qualquer ameaça do espaço. Vídeos explicando a situação foram solto pelos quatro cantos do mundo. A Nasa foi umas das principais fontes de todas as explicações. E depois de uma semana o mundo acreditou. E foi assim que por quase duas semanas se tornou um caos. 

 Pessoas roubando, colocando fogo nas coisas, e sendo pior do que já era antes. Ninguém quer aceitar que sabe a data de sua morte, e que vai ser o principal culpado por ela. Todo o dia no jornal eram reportagem sobre como os humanos em todo o mundo enlouqueceram e estavam dispostos a acabar com o mundo antes da data prevista. Até que quando uma garotinha, pegou o microfone da mão de um repórter no meio de todo o caos e pediu com lágrimas sinceras pelo fim de toda essa confusão, as pessoas finalmente escutaram. Homens e mulheres voltaram para suas casas. Todos voltaram a viver sua vida, esperando pelo fim.

As diversas reportagens que saiam em busca de uma salvação diminuíram, e as pessoas aceitavam o fim. Bem, nem todas. Tiveram aqueles que não acreditavam no fim. Aqueles que ainda motivadas pelo dinheiro roubavam e queriam saber somente de ter mais que os outros. Mas a maioria foi o que nunca pensou ser.

  As pessoas mudaram, o ano do fim começou diferente. Pessoas ajudando pessoas, árvores sendo plantadas mesmo que já tarde e o dinheiro para muitos não passa de somente uma forma de renda que ninguém liga muito. Os parques encheram de pessoas a fim de brincar com seus cachorros ou somente poder deitar na grama e observar o céu. Estava tudo normal, em uma paz nunca vista antes. Claro que o roubo e as mortes sem justificativa acontecia, o ser humano ainda era errado. As coisas eram ainda normais, mas mesmo assim diferentes. Com um sentimento de arrependimento guardado dentro de todos.

E foi em meio a todos esses pensamentos que Harry se levantou de sua cama pequena. Sentou na mesma e observou seu quarto apertado. Os pôsters de bandas, fotos sua com sua família e alguns amigos. Brood, seu peixe alaranjado que nadava tranquilo no aquário e toda aquela atmosfera adolescente. 

 No inicio foi difícil saber que nunca poderia sair dali realmente, que morreria na casa dos pais, e não era uma vergonha para o garoto. Mesmo antes de saber do fim dos tempos, Styles não curtia a ideia de ir para uma faculdade e cursar direito. E agora que ele não iria mesmo, a vontade de ficar no quarto ou trabalhando na padaria até o fim, o sufocava. Muito de seus amigos, como o resto do mundo agiam como se o fim não estivesse ai. Foram para faculdade, e estão vivendo uma mentira de que eles terão um futuro. Harry os achava engraçados.