13 ~ Cinco minutos de insanidade

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Quando chegamos na porta do hall, algumas das meninas já nos viram e começaram um alvoroço.
Isso é outra coisa que de certa forma, nós admiramos nelas: são bem organizadas. Revezavam quem dorme, quem busca comida e quem fica de plantão para gritar caso um de nós apareça.
De modo geral foi tranquilo. Ninguém tentou nos beijar ou arrancar nossas roupas. Sempre tem uma ou outra mais ousada, mas isso é fácil. O problema é só quando elas tentam nos assediar, sem pedir permissão mesmo. Às vezes saímos com arranhões e até hematomas!

Terminamos e meu estômago revirou ao pensar na Lola. Não é um estômago revirado no mal sentido... é... bem, é diferente de qualquer coisa que eu tenha sentido antes. Pensei em perguntar pro Zac como ele sabia que Kate é a garota final, mas achei patético pedir ajuda do caçula pra isso. Ele ia me torrar a paciência o resto da minha vida... é assinar o contrato de morte. E Ike... bem, Ike deu o coração dele para as 2 meninas que ele tinha ficado: uma coleguinha de parquinho e agora a Nikki. Ele é um romântico assumido, e não que eu fosse um cara sem coração, mas eu não sou romântico assim... o romance nas músicas que eu compunha vinha mais de inspiração dos livros que eu lia e filmes que eu assistia ou mesmo ouvindo músicas de outros caras apaixonados... eu tenho que me virar, pq tb estou sem coragem de falar com o meu pai. Eu preciso ter uma decisão antes de chegar até ele e as coisas tomarem grandes proporções.
O lanche e o shake ainda pesavam nos nossos estômagos (menos no do Zac, que pediu janta). Eu não quis ficar; tinha sido um dia longo e eu queria minha cama. Eles entenderam e nem questionaram qnd dei boa noite e deixei eles continuarem a conversa no quarto do Ike.
Já era quase 11:00 e eu ainda não conseguia parar de pensar na Lola. Não conseguia pegar no sono, então decidi: eu vou ligar pra ela e vou falar tudo. Na verdade eu não decidi... qnd percebi estava com o telefone na orelha e a voz dela dizendo meio perdida:
- Alô?
- ... *Droga! Fala alguma coisa!*
- Alô?!
- Lola? - consegui dizer para ganhar coragem e tempo.
- Taylor?!
- Preciso falar com você. Tem um tempo?
- Claro... eu só preciso de alguns minutos.
- Me encontre na saída da lavanderia, pode ser?
- Claro... desço em 15 min. - com a voz ainda meio perdida. *merda!*
- Obrigada. - disse aliviado e ao mesmo tempo tenso, com um sorriso bocó no rosto.

 - disse aliviado e ao mesmo tempo tenso, com um sorriso bocó no rosto

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*A merda está feita! vou conseguir falar alguma coisa?!*

Cinco minutos de insanidade e lá estava eu, estacado na porta do elevador, sozinho, tendo que decidir oq fazer.

Nem me troquei. Desci pelo elevador de serviço e fiquei esperando ela na porta da lavanderia. O hotel está cheio de gente andando pra lá e pra cá e aquilo me deixa ainda mais agitado. *Será que eles iam vir me perguntar se eu preciso de alguma coisa?*
Fui até o parquinho ver como estavam as coisas e estava bem tranquilo. Acho que as crianças dormem a essa hora...
Voltei para a minha posição na lavanderia e, por via das dúvidas, cruzei os braços e fechei a cara. Ninguém pergunta se vc precisa de alguma coisa nessa posição. Aprendi isso com o Zac.
Pra minha surpresa, o elevador de serviço abriu a porta e quem saiu foi ela, de macacão preto e chinelos. *damn it! Ela é linda mesmo vestida casualmente! *
Olhei nos olhos dela tentando encontrar coragem e ela disse, inclinando a cabeça levemente para a direita:
- Aconteceu alguma coisa? - a voz soava preocupada.
- Aqui não... tem muita gente. O parquinho está vazio, já olhei.
Eu não conseguia olhar pra ela, então só segui de volta para o parquinho e esperei que ela fizesse o mesmo.
Me sentei em um banco de madeira, depois de dar mais uma olhada em volta e me certificar que não havia ninguém por perto. Talvez fosse um fiasco e eu não quero ninguém vendo isso. Ela se sentou na ponta oposta.
Apoiei minha cabeça nas mãos e os cotovelos nos joelhos... eu ainda não conseguia ter coragem para falar nada e nem para olhar pra ela. Não sei por onde começar e os pensamentos rodavam na minha mente. *patético!*
Ela já devia estar impaciente, pq demorei tempo demais pensando, então olhei pra ela, soltei um suspiro involuntário e o que saiu foi:
- Pq o Zac?
*Merda! eu estava mesmo com ciumes do meu irmãozinho!*
Ela pareceu perdida, então repeti mais para mim do que pra ela:
- Pq o Zac?
- O que vc quer dizer com isso? - ela perguntou e agora eu preciso de uma desculpa ou apenas continuar a conversa...
- Você disse que seu Hanson favorito era o Zac... queria saber pq... - comentei, tentando ser casual.
- Eu... não sei... sempre foi o Zac. Sempre achei ele mais espontâneo, mais real... não sei... - ela tentou se justificar, claramente sem graça pela minha pergunta solta e invasiva.
Passei a mão nos cabelos e suspirei. Eu sempre faço isso qnd não sei oq fazer e então criei coragem e continuei:
- Eu não sou real? - mas minha voz não saiu como eu queria, então mudei o rumo da conversa, conseguindo soar normalmente - Zac tem namorada.
- Oq vc disse? - Ela perguntou arregalando os olhos.
- Zac ama uma pessoa, Lola. Eles estão juntos há um tempo e... - outro suspiro - está tudo bem entre eles. Eu sinto muito se ele pode ter alimentado algum sentimento... - disparei os golpes finais.
- Não... é que... eu só não sabia... - disse ela ainda meio em choque.
- Tudo bem... olha, não conte pra ninguém, ok? Não gostamos de expor nossa vida amorosa, entende? As meninas não tem culpa. - continuei.
- Meninas? Todos vcs tem namoradas? - ela levantando a cabeça.
- Droga... não! *agora ela acha que eu tenho alguém tb! Parabéns, TH!* Ike e Zac tem... eu não. Ike na verdade está saindo com uma pessoa... - me vi justificando pq o feitiço pode virar contra o feiticeiro.
Então ela não respondeu, só balançou a cabeça concordando ainda meio entorpecida. É informação demais, eu sei... então senti a necessidade de me desculpar:
- Eu sinto muito - disse, por fim, sem tirar os olhos do chão.
- Tudo bem... eu já deveria imaginar... eu sabia que tinha algo errado, só não sabia o que era. Obrigada por me dizer. - disse ela de modo triste, porém firme.
- Eu sinto muito - repeti pq não sei mais o que fazer. Eu não quero que ela sofra. - tem alguma coisa que eu possa fazer por vc?
- Acho que não... mas eu vou ficar muito sem graça amanhã. - continuou ela com um sorriso triste e então, me vi dizendo:
- Eu cuido de vc.
Alguns micro segundos depois dela ter analisado a frase, respondeu apenas:
- Obrigada.
Ela suspirou, eu suspirei e ela disse:
- Então é isso?
- É isso.
E não tinha mais o que ser feito. Ela se levantou e disse com a voz firme:
- Vou voltar para o quarto. Peça desculpas ao Zac se causei algum constrangimento ou problema pra ele.
- Tudo bem, não precisa se desculpar. A Kate entende nossa relação com as fãs... - respondi novamente me justificando.
- Obrigada. - Disse ela andando com passos tão firmes quanto a voz dela.
- Eu te acompanho! - me ofereci.
- Não precisa. - respondeu sem olhar pra trás.
- Eu cuido de vc, ok? - disse alto o suficiente, mas ela não me olhou.
*MERDA!*
*Ela tinha me rejeitado ou não tinha entendido? Eu tinha sido claro o suficiente?!*
Não estou acostumado com isso! Normalmente as fãs se declaram, se oferecem... eu nunca precisei tomar a iniciativa! Me senti um bebezão de pré escola. Queria correr atrás dela e perguntar claramente, mas e a coragem?!
Me sentei de volta no banco de madeira e joguei a cabeça pra cima, para olhar pro céu e esperar um milagre. Eu precisava de um, se quisesse dar um jeito nisso...
Passei um tempo lá e resolvi que era hora de voltar pro quarto. Milagres não acontecem assim, eu sei. Precisava tomar uma atitude melhor do que essa se quisesse resolver isso antes de ser tarde demais. Na verdade, percebi que falei mais sobre o Zac do que sobre mim...
De repente eu sabia que era ela. Sabia que a queria pra sempre, sabia que queria dar meu sobrenome pra ela e fazer dela minha. Não agora, mas num futuro eu quero filhos com essa garota de olhos grandes e risada sonora.

Never Let Go ~ E foi assim (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora