Lola já estava no canto do palco. É possível ver ela boquiaberta enquanto um coro de meninas gritava ''ole, ole, ole, ole, Hanson, Hanson'' seguindo o comando de uma animadora de palco. *WTH? A gravadora exagera às vezes....*
Dimitrius (Dimi) entrou e deu uma última verificada nas coisas. Esse é o sinal. Lola se virou e nós 3 estávamos lá e acenamos para ela. Ela sorriu de volta e acenou. As meninas pareciam sentir que vamos entrar. Eu acho incrível como elas sempre sabem! Já falei que desconfiamos que existe algum tipo de radar interno nelas? Os gritos se tornaram mais altos e nós repetimos o ritual: juntamos as mãos, fizemos nossa prece silenciosa e subimos correndo as escadinhas do palco.
As luzes piscavam e rodavam no palco, as meninas gritaram muito mais alto, coisa que parecia impossível, mas elas sempre conseguiam. Mesmo com o ponto, às vezes não conseguimos nos ouvir direito. Enquanto nos posicionávamos nos instrumentos, era possível ver o pessoal da produção e os seguranças se esforçavam para manter as meninas atrás da grade de proteção.
Papai nos assistia do lado oposto do palco. Não sei pq ele não foi ficar com a Lola.
Depois das saudações e apresentações, começamos a tocar:
A primeira canção da noite foi "Where's the love" seguida por "This Time Around".
As fãs cantavam todas as músicas, muitas vezes completando o refrão. É incrível! Elas estão cheias de cartazes e energia.
O repertório para essa noite era:
Where's the Love
This Time Around
Runaway Run
Save Me
A Song to Sing
If Only
MMMBop
You Can't Always Get What You Want (The Rolling Stones cover)
In the City
A Minute Without You
Man From MilwaukeeAntes de começar a terceira música, me levantei e peguei um saquinho ao lado do teclado, que eu tinha pedido pro Dimitrius arrumar pra mim, sem que ninguém visse, tirei uma bandeira do Brasil e joguei nos ombros. As meninas foram à loucura, mas não era por elas que aquela bandeira estava lá. Aquela bandeira é para uma única pessoa, a brasileira que mudou minha vida. Então voltei para o teclado, peguei o microfone e disse:
- A próxima música é a favorita de uma brasileira muito especial pra gente, então estou dedicando essa música pra ela: Runaway Run, para Lola!
As meninas gritaram horrores e pela primeira vez, de verdade, ela se descontrolou e pareceu uma fã comum: gritou, pulou, e rodou dando gritinhos com as mãos na boca. É divertido olhar a cena e ver ela se comportando como uma fã. É como se ela tivesse economizado energia a semana toda e agora estava liberada pra gritar. Eu ficaria olhando pra ela e vendo até onde iria o ataque histérico e fofo, mas o show tinha que continuar.
O show continuou, com a bandeira do Brasil agora sobre o piano.Era a vez de Save Me. E nessa hora, quase nem cantei! No refrão, as meninas cantavam mais alto que nós e quando o ponto já não era suficiente para o retorno, deixamos que elas continuassem sozinhas, apenas com nosso acompanhamento musical. Que loucura! Os braços agitando uma onda e as vozes com os pulmões à prova. Algumas choravam a ponto de soluçar. Sabemos que essa música é famosa por aqui mais do que em outros lugares.
A Song To Sing tb foi legal: Zac e Ike foram para a frente do palco e sentaram em banquinhos e eu estava de volta ao teclado, fazendo o fundo musical, enquanto a voz deles dominava o ambiente. As mãos das meninas estavam para cima e balançavam pra lá e pra cá ao som da música. Algumas meninas passaram mal de verdade nessa hora, mas eu não vi. Ike perdeu a concentração e deu uma escorregada no timbre por isso, mas nenhuma pessoa sem um bom ouvido treinado teria percebido e elas continuavam agitando os braços ao som da música. É isso que amamos: a música é realmente capaz de mover pessoas.
Em If Only, a coisa ficou séria e as meninas começaram a se amontoar na grade, espremendo umas às outras. Os seguranças enlouqueceram, então achei melhor parar de tocar e pedir por favor para que as meninas dessem um passo para trás. Ike gritava que só continuaríamos o show se todas estivessem seguras. Qnd olhei pra Lola, ela estava assustada. Mas elas cederam e deram um espaço para as que estavam coladas na grade e então nós agradecemos e conseguimos continuar o show sem maiores problemas.
Man From Milwaukee encerrou com chave de ouro. Zac se diverte gritando no megafone. Deveríamos ter usado ele para encerrar o tumulto, mas nem pensamos nisso. Estávamos com medo que que elas fossem pisoteadas por nossa causa e não é isso que a gente quer, nunca. A gente aprecia o assédio de certa forma, pq sabemos que é o calor do momento, demostração de amor e tals, mas se machucar por isso é demais pra nós. Na verdade ainda ficamos chocados qnd ficamos sabendo que algumas meninas fazem tatuagens com nossos autógrafos ou com o símbolo da banda. É uma marca pra vida toda.... Não queremos ter o histórico de fãs feridas em shows... bem, ainda bem que acabou td bem.
Estávamos podres e suados, mas satisfeitos com o resultado: Lola feliz, fãs satisfeitas, show sem problemas técnicos... Agradecemos e saímos, passando por Lola com um sorriso na cara.
Não preciso dizer que Runaway Run fará parte de todos os shows do tour e, quando toco essa música, sinto os olhos grandes da Lola acelerarem meu coração.
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Never Let Go ~ E foi assim (COMPLETA)
FanfictionSentíamos falta da loucura das turnês e estávamos empolgados com a volta. Porém algumas coisas propostas pela gravadora pareciam loucura! Por exemplo, passar uma semana no Brasil com uma fã. Eu sou Taylor Hanson e vou contar para vcs como enco...