*Deveria ter subido com ela pelo elevador social...*
O maldito tempo é curto e eu ainda não tive coragem para expressar de verdade o que eu quero.
Tomei meu banho e fui até o quarto do Ike, mas não consegui me concentrar no que eles falavam. Minha mente era uma coisa só: Eu preciso resolver isso essa noite ou talvez fosse tarde demais. Talvez eu nunca mais fosse ver a Lola na minha vida.
Eles estavam acertando os últimos detalhes do show, mas eu nem abri minha boca. Se eu abrisse, a primeira palavra com certeza seria "Lola". Já que eu não estava rendendo mesmo, menti:
- Me desculpem, mas eu não estou rendendo muito na conversa... estou podre.
- Sem problemas, Tay... - disse Ike.
- Mas vc está passando mal ou coisa do tipo? É seu estômago de novo? - papai me olhava preocupado.
- Não, pai... é só cansaço mesmo. Minha mente fundiu. - respondi esfregando o rosto.
- Vai descansar. A gente continua aqui sem vc e depois te atualizamos - disse ele.
- Valeu! - respondi levantando.
Eu tremia, pois quando fechei a porta atrás de mim, tomei uma decisão: vou até o quarto da Lola e vou tratar de me expressar corretamente. Eu vou deixar tudo mais claro que o sol do Brasil e o que vai acontecer depois, não depende de mim. Eu vou ter feito a minha parte.
Caminhei em direção ao elevador e nunca o corredor pareceu tão grande e o elevador nunca demorou tanto.
Parei em frente à porta dela, respirei fundo e bati. Nenhum barulho...
- Merda! - praguejei baixinho com a cabeça encostada no batente da porta e quando, de repente, a porta se abriu, ela soltou um gritinho e levou as mãos à boca.
- Aconteceu alguma coisa? - perguntou, tentando ficar atrás da porta, pq ela estava de pijamas.
E só então eu me toquei que é tarde e ela deveria estar dormindo. Fiquei sem graça pela situação e por ela estar linda até de pijama, meio descabelada e com olhos sonolentos e disse, sentindo meu rosto queimar:
- Desculpa, eu não deveria ter vindo sem te ligar, mas eu não conseguia dormir e parecia tão urgente... - disse apoiando a cabeça na lateral da porta novamente, pq não tive coragem de olhar pra ela, mesmo querendo muito.
- Vc quer entrar?
*se eu disser o que eu realmente quero, vc me daria?*
- Eu gostaria, mas acho melhor não. - respondi, por fim.
- Claro... - respondeu sem graça - Então...
Suspirei tentando organizar a mente e fazer o coração desacelerar.
- Vc pode me encontrar no parquinho?
Disse pq eu não queria ficar no corredor e Deus sabe q eu não deveria ficar no quarto dela com ela vestida com aquele pijama de shortinho e tecido fino... eu sabia que ela não é uma musa se fossemos seguir o padrão de beleza, mas quem precisa de um padrão criado sabe lá por quem quando se tem a Lola? *como ninguém tinha visto que ela é linda? Perfeita? Eu realmente preciso ter ela pra mim antes que alguém tenha a mesma ideia.*
E então ouvi ela dizer:
- Claro... vou me trocar e desço.
Estava tão nervoso que nem lembro se disse "até logo" ou coisa assim ou se eu simplesmente virei as costas e me retirei, mas o fato é que eu estava novamente naquele banquinho do parquinho, mas dessa vez eu vou conseguir falar mais dos meus sentimentos do que dos sentimentos do Zac. *Lola de pijamas....*
Eu estava jogado no banco, olhando o céu em busca da misericórdia divina quando ouvi passos e me virei. Ela estava parada à certa distância, me olhando, linda. *Ok... vc consegue, Taylor!*
Me arrumei no banco para ter uma postura mais digna e dei uns tapinhas ao meu lado no banco e ela veio, se sentou ao meu lado e esperou.
Isso é outra coisa que eu admirava nela: ela até poderia ser ansiosa, mas respeitava meus momentos, meus espaços. Eu tenho certeza de que ela nunca me pressionaria a nada. Mas eu preciso fazer isso hoje e meio que sem saber ainda por onde começar, disse:
- Amanhã é o show...
Ficou o maldito silêncio pairando... então ela me incentivou a continuar:
- Sim...
- Nosso último dia... - continuei.
- Está nervoso? - perguntou ela me olhando.
- Eu só... Droga... eu não queria que acabasse, sabe? - e olhei pra ela implorando que ela me entendesse - parecia que nunca ia acabar, mas ontem eu me dei conta de que não tenho mais tempo. Temos shows agendados para um ano inteiro... não tem como mudar isso... *Fala alguma coisa...* - Lola, eu... droga... eu nem sei como falar isso sem parecer um idiota. - admiti depois da enrolação toda.
Ela me olhou e com um pqno sorriso, me consolou:
- Apenas diga o que for... eu vou te ouvir e não vou te julgar. Você é humano, Taylor, vc tb erra, tb tem problemas...
-E que problema... - respondi soltando um riso nervoso.
*É agora, não dá pra fugir mais!*
Me virei pra ela e disse:
- Lola, eu me apaixonei por uma brasileira... e eu não sei oq fazer.
O rosto dela pareceu derreter. Os olhos, a sobrancelha, os lábios... tudo arqueou para baixo e eu achei que ela fosse chorar. *É isso mesmo?*
- Eu... eu... - ela gaguejava e quando fez menção de levantar, eu segurei o braço dela.
- Lola, por favor... - implorei pq não queria perder ela.
- Por favor oq? - ela me perguntou com os olhos começando a encher de lágrimas.
- Fica comigo... - consegui dizer, por fim.
Foi um apelo... eu não saberia o que fazer se ela fosse embora ou se me dissesse não...
Mas então ela teve a reação mais estranha que eu já vi na vida: ela ria e chorava ao mesmo tempo. E eu tive medo do que isso poderia significar, então abracei ela e continuei:
- Eu sabia que me apaixonaria por você desde o primeiro dia *mesmo sem admitir*. Eu senti ciumes do Zac... *confessei!* Foi por vc que eu aprendi dizer "eu te amo" *disse em português*... então, por favor... eu não sei o que fazer... - implorei, ainda abraçado nela.
A resposta foi um abraço mais forte do que o meu. Ela tremia e eu não sabia ainda se era de rir, chorar, nervoso e se isso era algo bom. Mas eu queria ficar assim pra sempre. Aquela coisinha pqna e delicada nos meus braços. Eu me senti grande e poderoso e quero usar toda essa força para fazer ela feliz e pra ter ela pra mim, protegida em meus braços.
Qnd o abraço foi ficando mais frouxo, encostei minha testa na dela e prometi:
- Eu vou dar um jeito, ok? Eu preciso disso.
Ela me olhava com os olhos ainda marejados e os lábios entre abertos. A respiração acelerada implorava meu beijo, então eu criei coragem e fiz: a beijei. Eu tinha urgência dela, mas era nosso primeiro beijo, então eu tentei transmitir todo meu amor em um beijo carinhoso, quente e delicado, como a própria Lola. Mas não consegui me manter assim e ele foi ficando mais intenso. O ar ficou quente e ambos sabíamos que não poderíamos continuar assim.
Aquele beijo nos levou por um caminho delicioso e sem volta.
Lola é minha e eu, que já tinha passado por várias sem me entregar, agora pertenço à alguém. Eu sou dela. Desde o início, eu fui dela. No momento em que li aquele nome num pedaço de papel: URSULA (LOLA), no momento em que olhei aqueles olhos grandes e curiosos e ouvi aquele riso melodioso, no momento em que entreguei meu coração em um beijo. Senti meus lábios se arquearem num sorriso involuntário: eu estou amando e sou correspondido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Never Let Go ~ E foi assim (COMPLETA)
FanficSentíamos falta da loucura das turnês e estávamos empolgados com a volta. Porém algumas coisas propostas pela gravadora pareciam loucura! Por exemplo, passar uma semana no Brasil com uma fã. Eu sou Taylor Hanson e vou contar para vcs como enco...