Never Let Go ~ E foi assim (COMPLETA)

31 ~ Austrália

Eu não perderia meu tempo descrevendo todos os locais onde nós fizemos tour, mas juro que Austrália precisa de um capitulo só pra ela.
A agenda foi cheia, como sempre e teve o lançamento do Single If Only exclusivo pra eles (era um cd duplo), mas fizemos questão de deixar tempo para o lazer, especialmente em Sidney, onde conseguimos visitar o aquário e pegar umas ondas, pq adoramos surfar e quase não temos tempo pra isso, já que nos arredores de Tulsa não tem praias.

Lola não gosta de praia, ela me disse, mas tenho certeza que ela adoraria estar aqui, passeando de bug e vendo os caranguejos e com certeza teria adorado o aquário! Até posso imaginar ela com aqueles grandes olhos arregalados e o sorriso grande apontando para cada peixe e tubarão que visse passar pelo vidro.
Minha minha vida estava assim desde que eu conheci ela: qualquer lugar que eu fosse, encontrava coisas aleatórias que me faziam pensar que ela amaria ou odiaria isso ou aquilo. É como se meu cérebro sempre encontrasse um pretexto para pensar nela o tempo todo. Nunca mais tiro sarro do sorriso idiota do Ike quando ele fala da Nikki.
O pior é isso... eu sinto uma puta falta dela nas horas mais impróprias, especialmente quando eu tenho que lidar com as fãs. Eu tento ser agradável, mas eu sei que eu não estou ali 100%, pq sempre que uma delas tenta alguma coisa, eu tenho arrepios. Esse não era eu... soava quase gay recusar tanta mulher! Ainda mais as australianas, que são bem bonitas... mas Lola está presente, mesmo que não fisicamente. O colar que eu carrego é uma coisa nossa, mas a minha mente é só dela; meu coração já tinha sido um território livre, mas não mais. 
Fizemos uma coisa inédita na austrália: vamos ter um meeting on-line. As fãs podem conversar com a gente e vamos responder "pessoalmente" via chat. Tem o pessoal da organização que nos orienta e filtram as coisas, mas tudo que eu pensava era que eu queria estar mesmo conversando com a Lola e não com as australianas. Zac está se divertindo e tirando sarro, como sempre e Ike é o solicito, tentando ler todas as mensagens, mas minha cara de tédio é visível e eu dei graças que eu só preciso teclar e não sorrir pra camera:

Ike e Zac são opostos e nem sempre é fácil lidar com essas questões. Eu  tento sempre encontrar um meio termo que agrade os dois.
A menina que estava nos acompanhando não tinha muita paciência com o Zac e eu achei isso hilário, pq qnt mais ela revirava os olhos, mais Zac a azucrinava, fazendo barulhos estranhos e revirando os olhos como ela. Ela é fã dos BSB e preferia estar longe de nós.
Nós não estamos nem aí pro BSB e na nossa visão, não temos nada a ver, pq nós somos músicos, compositores... e eles... bem, sem querer depreciar o trabalho de ninguém, mas eles são dançarinos e fazem um excelente playback... mas Lola me disse que existe uma certa rivalidade entre as as fãs, tipo Nirvana e Guns. Algo como rivais de futebol. *Lola... lá estava eu pensando nela de novo.*
Fizemos umas fotos para a Big Hit Magazine. Tinhamos saído na capa dela anos atrás e seremos capa novamente. Ser capa é legal, pq significa que vc será destaque, mesmo se a matéria for fraquinha ou seja só um poster de duas páginas bem no meio da revista.

Fizemos um show beneficiente no Brisbane Royal Botanical Gardens e foi um sucesso. Começamos a enviar a MOE (nossa revista oficial) para os membros do fã clube falando sobre nossas datas de shows e essas coisas. Ike deixou uma msg no hanson.net agradecendo por tudo, assim que saímos da Austrália, pq eles foram fantásticos e sempre nos acolhem bem... é, na verdade, sempre somos bem recebidos nos quatro cantos do mundo. Acho isso bem legal e um bom sinal. Também fomos ao Fox Studios e vimos o set do Titanic e isso foi bem legal, pq fizemos uma paródia do filme no clipe de River. Cara, uma Hanson Tatoo... onde estávamos com a cabeça?! *É isso que acontece qnd se deixa crianças no comando...*. Algumas coisas do passado me fazem rir e é isso que me incomoda mais nessa gravadora depois da fusão: apesar de termos pessoas nos ajudando e tomando conta de nós, nós sempre fizemos tudo e participamos de tudo, escrevemos nossas letras e nosso som e decidimos sobre como atuar nos clipes, mas a Island Def Jam (antiga Mercury) não nos dá tanta liberdade e ainda assim estávamos amarrados neles até o final do contrato. Não está sendo fácil, mas pelo menos nossa agenda está cheia e estamos de volta.
Nosso show em Melbourne foi muito bom e decidimos incluir algumas músicas à capella e as fãs foram ao delírio. Gosto dos instrumentos, mas cantas à capella faz nossa voz voltar às raízes e mostra quem nós somos. Lembro da Lola emocionada qnd cantamos Save Me no camarim... ela até chorou! Isso é realmente especial. Uma pessoa que se emociona com a música é uma boa alma.
Daqui seguimos pra Londres, a terra da Rainha Elizabeth II. 
No caminho, escrevi outra música pensando nela: Love Somebody to Know. Eu tinha visto ela usando uma camiseta do Andy Warhol uma vez. Não sei se ela sabe o quanto ficou fofa naquela blusa, mastigando chiclete de canela. Nunca vou esquecer, mas a letra ficou infantil, meio crua, não sei... então guardei pra mim.