<Cap 4>

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   Estou fazendo a janta quando ouço o barulho da minha porta batendo.

- tá aberta Matt!- grito e ouço passos vindo até a cozinha.

- eai maninha, cheiro tá muito bom- olho para trás e vejo meu irmão sentando em uma das cadeiras.

- eai mano- falo e vou até ele- janta está quase pronta - falo e ele apenas concorda.

- mas olha o que temos aqui!- ele grita me fazendo dar um pulo de susto, Matt observa um porta retrato de nós dois- nós éramos muito arteiros.

- mas sempre fui mais rápida - aponto para mim na foto.

- mais eu era mais estiloso, olha isso, sem camisa, uma bota que vai quase até o joelho e um short- começo a rir.

- era um astro - vou para o fogão novamente.

- eu sou maninha- reviro os olhos.

- você é convencido, isso sim - ouço a risada dele.

- como você mesmo diz, realista.

   Estamos jantando quando sinto seu pé bater no chão sem parar, reviro os olhos.

-o que ?- Matt pergunta.

- você, quando você fica nervoso, seu pé bate toda hora no chão - ele sorri de lado- porque está nervoso ?.

- porque toda vez que nos conversamos sobre certos assuntos você briga comigo - reviro os olhos, confesso, nunca fui de conversar abertamente com meu irmão, na verdade, nunca fui de conversar abertamente com ninguém.

- vamos conversar rápido Matt, você sabe que eu não gosto de tocar nesse assunto- ele faz que sim e suspira, o que está pensando ? Meu irmão às vezes me irrita, se ele quer conversar! Começa a conversar, em vez disso fica pensando na morte da bezerra.

- então, continua frequentando sua Psicologa ?- respiro fundo, lá vamos nós.

- não sei se você sabe, mas nossos pais me colocou em um internato - ele engasga com a água e me olha com os olhos arregalados.

- sério? Nunca imaginei mamãe e papai fazendo isso - suspiro- mas você está bem lá ?.

- se bem quer dizer sem amigos e sem pode fumar, é, estou bem - faço ele rir- não vou mais na terapeuta por conta do internato.

- que saco, essa terapeuta te ajudava, pelo menos um pouco - reviro os olhos.

- mentia muito para ela, você sabe que sentar em uma cadeira e ficar falando do meu passado não é algo que eu goste - ele me olha bravo- não me olha assim, você sabe que eu não tenho mais salvação Matt.

- não fala uma coisa dessas Jules! É claro que tem- bufo - você só não encontrou o cara certo.

- e nem vou encontrar, quem vai querer uma menina que não pode ser tocada, fala sério Matt! Você sabe muito bem que foi aquele cara idiota e filha da puta que acabou comigo, vocês nem ao menos botaram ele não prisão.

- ele morreu Jules, e você sabe disso, quer colocar um cadáver na prisão ?- sorriu de lado imaginando a cena.

- não é minha culpa que mataram ele, ainda preferia ele apodrecendo na prisão - Matt revira os olhos- em todo caso maninho, ninguém quer uma menina que não possa ser tocada, ninguém vai me querer Matt.

- Peter te achou gata - termino de comer e cruzo os braços.

- grande coisa Matthew! Agora na hora do sexo fala para ele não me tocar, duvido que ele aceita.

- ele precisa aceitar ? Se ele está preste a fazer sexo com você, óbvio que ele não vai te tocar.

- mas você sabe que é complicado pra mim! E se sem querer ele me tocar! Você sabe como é quando as pessoas me tocam!- levanto e vou até o sofá me sentando e colocando minhas mãos no meu cabelo, respiro fundo.

- vamos achar um jeito maninha, você não encontrou o cara certo-sinto uma lágrima cair.

- eu não tenho salvação - abro meus olhos e vejo Matt me olhando com pena.

- tem sim Jules, sei que vai encontrar um cara que vai te transformar na menina que você era...doce e meiga.

- eu sou doce e meiga Matt- falo rindo.

- às vezes Jules, não gosto de te ver fria e distante- fecho meus olhos.

- eu sou assim agora Matt, você não pode me mudar - falo e mexo em meu cabelo.

- eu preciso ir - ele fala e eu faço que sim.

- obrigada - sussurro e vejo ele sorrir, ele pega na minha mão e eu congelo.

- eu não vou fazer nada mana, você sabe - concordo e Matt beija minha mão - durma bem.

- você também - falo e acompanho ele até lá fora.

- até amanhã ?- ele pergunta e sobe em cima do Jetski.

- até amanhã - ele sorri e acena se distanciando de mim, será que posso ser a Jules meiga e fofa de antes ? Claro que não! Meu consciente grita pra mim, respiro fundo e entro na casa.

Jules//Ross Lynch Onde histórias criam vida. Descubra agora