Fomos caçados, mutilados e mortos. Os poucos de nós que sobreviveram ao massacre fugiram e se esconderam, uns continuaram em sua cidade recusando-se a fugir, outros simplesmente emigraram. Não mantivemos contato por muito tempo, tivemos uns cochicho...
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Já passava da hora de fechar o café então Alice começa a trancar as portas e pede para alguém ir virando as cadeiras.
- Eu não. Faça você, senhorita Vinelly. - Ironia tomava conta do homem com barba malfeita.
-Faça logo, Gael. Não é por que você é três anos mais velho que eu, que não posso mandar em você.
Um pano de prato voou pelo estabelecimento direto na nuca do rapaz.
-Ei. - A voz dele ecoou pelo local. - Agora você me paga, Lice.
Ele saiu em disparada tentando pegar a moça que o provocou. Risadas preenchiam o ambiente agora vazio.
Um som estridente saía da cozinha, mas os dois estavam distraídos correndo pelo café. Uma moça alta e suada saiu da porta da cozinha com uma frigideira em prontidão para atacar sabe-Deus-o-quê. Alice só percebeu haver alguém ali quando escutou um grito, porém não viu ninguém.
- Ai. - A voz saiu de algum lugar no chão, Alice e Gael se entreolham e buscam por alguém. É Júlia, a ajudante de cozinha do café.
- Meu Deus, Ju! Você está bem? - Gael solta o guardanapo e estende a mão para ajudá-la a se levantar.
Alice cai na gargalhada ao ver a amiga de trabalho descabelada e segurando uma frigideira, por quê raios ela estava segurando aquilo?
- Estou bem sim. - Respondeu rindo.
- Que bom. - Falou Alice, recuperando o fôlego. - Para que essa frigideira?
- Ah, eu achei que era um ladrão, sei lá.
- Era só o Gael me perturbando.
-E eu pensando que vocês estavam limpando tudo. - Júlia fez biquinho e põem as mãos na cintura. - Eu estou louca para chegar na minha casa. Vamos arrumar isso.
Ainda rindo os três voltam a arrumar o café, em poucos minutos tudo está pronto.
- Boa noite, Gael. Boa noite, Ju. Vejo vocês segunda. - Diz Alice despedindo-se dos dois.
-Boa noite. - Responde Júlia indo na direção oposta à dos amigos.
Alice começa a ir em direção a casa de sua tia, quando sente seu celular vibrar no bolso alertando uma mensagem.
Lice estamos na casa da Su. Tá rolando roda de música, vem pra cá.
Era um SMS de sua amiga. Seria uma boa relaxar no fim da noite de sábado.
Alice dobra na primeira esquina para a esquerda sem perceber que Gael seguia reto, pelo mesmo caminho. Ao se dar conta ela para subitamente e olha para trás.
