XVII
KATARINA
M
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Katarina acorda de sobressalto com o coração batendo forte, o suor escorria por sua face e seus cabelos azuis ficaram grudados em sua testa. Tem sido assim toda vez que ela pegava no sono, mesmo que leve, desde o fatídico incidente que assolou Alcântara. A garota continuava com a mesma angustia no peito, que só fez aumentar desde que teve a sensação nos vinhedos. Isso a deixava extremamente preocupada, pois não sabia o que fazer com aquilo. Atordoada ela seguiu para o banheiro e tratou de tomar um banho rápido.
Enquanto saia do quarto, Kat pode escutar sons de risadas vindas da sala e ficou curiosa para saber o que estava acontecendo. Andou mais rápido em direção ao som e parou estagnada ao constatar de quem se tratava.
— Eu não acredito que vocês estão aqui! — falou a jovem eufórica ao encontrar seus velhinhos favoritos em sua sala.
O grupo se virou para encará-la. Estavam todos lá: tio Vagner, tia Joana, tio Carlos e tia Soraia., e Kat não conseguiu conter o riso.
— Ah minha querida, estávamos com saudades da nossa garotinha. — disse tia J se aproximando e abraçando a garota. — Se bem que você não é mais uma garotinha.
— Eu senti tanta a falta de vocês! — confessou Katarina e lágrimas ameaçaram escapar de seus olhos.
— Sentimos muito, meu anjo. — Tia S entrou na conversa e também abraçou Kat.
— Mas estamos aqui agora e vamos aproveitar o tempo perdido. — anunciou tio C e Katarina ganhou um abraço coletivo.
Kat não deixou de notar como ela havia sentido falta daquelas pessoas. Quando eles não vieram no ano anterior Kat ficou arrasada, mas acreditava que deviam estar muito tristes com a morte de Amélia, afinal eles eram amigos desde o colegial e o falecimento da senhora pegou todos de surpresa.
A mãe de Katarina, que conversava com o grupo antes da filha aparecer, sorria ao ver a felicidade estampada no rosto da garota.
— Vamos sair e tomar café, assim a gente mata a saudade e de quebra ficamos por dentro de todas as novidades. — propôs tio V.
— Eu acho ótimo. Estou mesmo com fome. — proferiu tia S.
— Você sempre estar com fome. — declarou tia J.
— Mãe, a senhora vai ficar bem? — perguntou Kat preocupada com a mãe, já que esta havia torcido o tornozelo.
— Claro meu amor, pode ir com seus amigos. Sei que vocês estão com saudades dos seus encontros. — tranquiliza Laura.
— Então vamos logo que meu estômago já está batendo na tigela. — brinca tia S.
— Tenham cuidado! — fala Laura quando o grupo se afasta e sai pela porta.
Alcântara é uma cidade pequena e pacata, onde praticamente todo mundo se conhece e esse desastre abalou sua estrutura. Apesar da cidade ainda apresentar resquício da tragédia que havia se acometido, as pessoas tentavam ao máximo voltar normalidade, mas uma áurea fúnebre ainda era sentida, afinal muitas ficaram doentes e infelizmente houveram mortes.
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Penumbra
FantasyFomos caçados, mutilados e mortos. Os poucos de nós que sobreviveram ao massacre fugiram e se esconderam, uns continuaram em sua cidade recusando-se a fugir, outros simplesmente emigraram. Não mantivemos contato por muito tempo, tivemos uns cochicho...