Fomos caçados, mutilados e mortos. Os poucos de nós que sobreviveram ao massacre fugiram e se esconderam, uns continuaram em sua cidade recusando-se a fugir, outros simplesmente emigraram. Não mantivemos contato por muito tempo, tivemos uns cochicho...
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- Vicky ligou, Kat está melhor e ela vai dormir lá. - Diz Ricardo a Alice.
- Fiquei preocupada com a Katarina, ela estava tão estranha. - Comenta Alice enquanto lavava as louças.
- Ela passou por muita coisa no ultimo ano. Nossa Kath nunca mais foi à mesma depois que a dona Amélia morreu. - Conta Ricardo. - Elas sempre foram muito próximas, de certa forma uma parte de Kat também se foi junto com a avó.
O clima na casa de Victória ficou pesado com o rumo da conversa. A morte de Amélia afetou o grupo, não só por serem amigos de Katarina, mas por todos serem próximos da amada senhora.
- Acabei aqui. - Diz Alice mudando de assunto. - Algo mais para fazermos?
- Depende...Eu, por exemplo, tenho muitas ideias a respeito do que podemos fazer... - Fala Ricardo com um olhar malicioso.
- Para seu bobo. - Alice da um leve tapa no ombro do garoto, e os dois não conseguem conter o riso.
- Okay, parei... Por enquanto. - Fala guardando o ultimo copo no armário. - Terminamos, já podemos ir.
Ricardo tranca a casa da amiga e acompanha Alice até a pracinha que fica próxima a casa de Victória, onde Alice pegaria um moto-táxi para voltar para casa devido ao horário. Depois de uma despedida rápida dos dois cada um segue seu caminho. Ricardo foi para casa acompanhado por um sorriso que não lhe cabia no rosto, pois, no dia seguinte teria finalmente seu encontro com Alice.
Na manhã seguinte Ricardo acorda cedo e se arrasta para fora da cama, a fim de se arrumar para ir à escola. Já quase pronto ele vai tomar café da manhã, quando chega Bernardo e Sônia, seus pais já estavam à mesa.
- Bom dia pai. Bom dia mãe. - Cumprimenta o rapaz se servindo de um pouco de café.
- Bom dia meu amor. - Responde sua mãe carinhosa como sempre. - Como anda os preparativos para a apresentação?
- Está muito bem, estamos arrasando. - Responde com empolgação.
- Ricardo, não arrume nada para essa tarde. - Diz o pai entrando na conversa. - Preciso de você para me ajudar. Já está passando da hora de você começar a participar ativamente dos negócios da família.
- Bernardo! - Diz Sônia em tom de reprovação. - Ele ainda é um garoto, tem que fazer coisas da idade.
- Ele tem que aprender a tomar conta de tudo. Não estarei aqui para sempre. - Justifica Bernardo.
Os pais de Ricardo são donos de vários estabelecimentos pela cidade. Um deles é uma farmácia e seu pai faz questão que ele aprenda administrar tudo, por esse motivo o Bernardo insiste que o filho trabalhe com ele.
