KATARINA
Sentada próxima a janela de seu quarto, Kat sentia os pelos de seu corpo eriçar. Uma sensação angustiante tomava conta de seu peito e apesar de fazer um dia bonito, algo dentro dela a alertava de que alguma coisa estava errada, ela só não sabia o quê.Com um suspiro pesado a garota de cabelos azuis se levanta e caminha pesadamente até o banheiro. Com sensação estranha ou não, ela havia prometido que encontraria com Suzana na festa e iria cumprir.A festa da colheita era uma das épocas mais esperadas pelos cidadãos de Alcântara. A cidade ficava cheia de visitantes, as ruas estavam sempre cheias de turistas e a economia da localidade ia para as alturas. Sem contar na diversão que era proporcionada, simplesmente incrível.Katarina se agarrou a essa felicidade para esquecer a angústia que estava sentindo e com isso seguiu para os vinhedos.
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— Até que fim! — Exclama Suzana, assim que vê a namorada. — Pensei que você não vinha.
— Eu prometi. — Respondeu Kat com um largo sorriso. — E aqui estou eu.
Kat olhava encantada para Suzana, a morena estava com seus cabelos presos em rabo de cavalo frouxo e alguns fios acabaram se soltando, usa a maquiagem forte como sempre e aquele sorriso brincalhão permanecia em seus lábios. Ah! Como Kat amava aquela garota. Sua vontade era agarrar ela ali mesmo, sem pudor nenhum, mas infelizmente ainda não era possível.
— Você já encontrou o pessoal? — Pergunta Kat, balançando a cabeça na esperança de dissipar aqueles pensamentos de sua mente.
— Sim, Alice e Victória chegaram já faz um tempo. — Informou. — Mas eu queria mesmo era encontrar você. — Suzana acaricia o rosto de Kat e ela o seu corpo reagir ao toque da namorada.
— Eu também estava ansiosa para te encontrar. — Admite Katarina. — Mas temos que tomar cuidado.
— Eu sei. — Com suspiro pesado, Suzana afasta a mão do rosto de Katarina.
— Vem Su, vamos encontrar as meninas. — Kat pega Suzana pela mão e a sai puxando pelo meio do povo, à procura das amigas.
A propriedade da família Carvalho estava repleta de pessoas. Uma espécie de feira foi montada e, várias barracas estavam dispostas pelo terreno. Havia uma variedade de comida e bebida dispostas pelo local, em geral, as barracas vendiam qualquer comida e bebida que levava uva em sua composição que a criatividade humana permitiu criar, sem contar as típicas da região.
Em um certo espaço do terreno foi montado um pequeno palco, onde uma cantora local preenchia o ambiente com música. Enquanto se aproximavam do palco, avistaram Victória e Alice vindo na direção delas.Quando se encontraram as garotas trocaram abraços e se afastaram do pouco para poderem conversar sem que fosse preciso gritar, devido ao alto volume da música.
— Olá, meninas! — As duas cumprimentaram.
— Olá Su. — Responderam Vicky e Alice.
— Como você está, Lice? — Perguntou Kat. — Você não deveria estar de repouso?
— Estou bem, sério. Estou me comportando, não há nada para se preocupar. — Respondeu com um sorriso.
— Se você diz. — Fala Kat dando de ombros. — Só quero a nossa Lorena fique bem.
Kat já babava pela filha de Alice, mesmo antes de nascer.
— Vicky está tudo tão lindo. — Elogiou Katarina.
Desde muito pequena Kat frequentava a festa e desde que se lembra os pais de Victória eram os responsáveis por organiza-la, mas, desde que os pais sumiram, Eric assumiu a responsabilidade e posteriormente, Vicky também.
— Vocês fizeram um trabalho incrível. — Continuou Kat.
Ela pode ver um sorriso crescer nos lábios da amiga e isso a fez rir também.
— Obrigada, Kat. Fico feliz que tenha gostado. — Agradeceu.
Kat abriu a boca para falar, mas foi interrompida por alguém que passou e esbarrou nela. Assim que os corpos tiveram contato, mesmo que mínimo, a garota sentiu um arrepio gélido se instalar na base de sua coluna.
O que ela pretendia falar lhe fugiu da mente e ela ficou mortificada com aquela sensação que parecia se alojar nela e esfriar sua alma.
— Kat, você está bem? — Perguntou Suzana.
— Acho que sim. — Respondeu com uma voz distante.
— Preciso ir. Vejo vocês depois. — Disse Su e saiu logo seguida, deixando Kat ainda mais atordoada.
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Penumbra
FantasyFomos caçados, mutilados e mortos. Os poucos de nós que sobreviveram ao massacre fugiram e se esconderam, uns continuaram em sua cidade recusando-se a fugir, outros simplesmente emigraram. Não mantivemos contato por muito tempo, tivemos uns cochicho...