Fomos caçados, mutilados e mortos. Os poucos de nós que sobreviveram ao massacre fugiram e se esconderam, uns continuaram em sua cidade recusando-se a fugir, outros simplesmente emigraram. Não mantivemos contato por muito tempo, tivemos uns cochicho...
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O grupo se desvencilhava e aos poucos só restava a bagunça. Vicky não parara de pensar em Katarina.
- Ei. - Ricardo jogava sobre ela uma almofada. - O que aconteceu?
- Estou preocupada com a Kat. Ela está tão estranha... mesmo quanto está mal faz piada, e hoje nem isso.
- Realmente, ela estava bem estranha. - Comenta Alice com uma vassoura na mão.
Victória inquieta não parava de olhar o celular. Já tinha enviado várias mensagens de texto para a amiga, e já estava com nula esperança de retorno. Então mandou mensagem para Suzana, que já tinha saído atrás de Katarina.
- Vicky? Por que você não vai até lá? Melhor do que ficar direto nesse celular.
- Verdade, Ri. Vou depois de arrumarmos essa bagunça.
- Não precisa, nós arrumamos para você. - falou Ricardo pegando o copo que estava na mão da garota. - Eu fecho a casa toda e guardo as chaves.
- É docinho, não se preocupe, limpamos tudo. Fora que também estamos preocupados. Vá lá e nos avise qualquer coisa.
- Okay, beijos. Aviso vocês, tchau.
Victória guardou o celular na bolsa, pegou sua bicicleta e foi em direção à casa de Katarina. Não teria problema se ela não dormisse em casa, Erick estava viajando com o pessoal da faculdade para fazer um trabalho e só voltaria na quarta-feira.
Menos de seis minutos depois ela já estava em frente à casa da amiga. Quem abre a porta é o pai dela.
- Victória? Boa noite.
- Oi... a Kat está? - pergunta olhando para dentro da casa.
- No quarto, querida. Guarde a bicicleta nos fundos.
Vicky bate na porta do quarto de Katarina e entra sem esperar resposta.
- Está fazendo o que aqui? - a moça em cima da cama pergunta desligando seu notebook.
- "Oi amiga, como cê tá?". Era assim que você me recebia antes. - Vicky jogou a mochila no chão fingindo estar magoada. - Estive preocupada contigo, você não está nada bem hoje, né?
- Na verdade não, Vicky. - Ela se afastou um pouco na cama para que a amiga pudesse sentar ao seu lado.
- O que aconteceu? - Pergunta com um olhar vidrado em Katarina.
- Não sei de fato. Hoje faz um ano que a vovó morreu. Sinto falta dela.
- Sei que sente, isso é normal, Kat. Vocês sempre foram meio que inseparáveis. - Victória abraça a menina morena cor de chocolate. - Era lindo ver vocês duas juntas.
