Esmeraldas

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– Mais café? – a garçonete se ergueu em minha mesa segurando um bule cheio de café, neguei com um aceno e mudei a página de uma revista que eu sequer lia. Elaine havia me ligado de manhã pedindo para eu encontrá-la aqui, eu vim completamente nervosa. Será que ela anunciará o fim do namoro com Ban? Fechei os olhos e tentei refletir por um tempo.

– Oi. Desculpe fazê-la esperar tanto. – abri os olhos, encarando Elaine que acabara de sentar em minha frente.

Eu tinha tantas perguntas, mas a única coisa que consegui dizer foi:

– Como passou de ontem?

Ela estremeceu.

– Conversamos muito.

– Sério?

– O suficiente, até o amigo dele, Meliodas, se jogar na piscina com roupa e tudo.

Meliodas.

Lembrei dele vomitando no vazo sanitário, e também dele me confundindo com outra pessoa. Lembrei dos seus olhos verdes-esmeralda tão lindos, do seu cabelo tão louro quanto o de Elaine. Coloquei a mão sobre a boca e corei.

 - E você e Ban? – olhei para ela.

– Ele passou a noite toda sussurrando “me perdoe” em meu ouvido.

– Então vocês não terminaram?

Elaine olhou para o chão.

– Não. Ele disse que faria qualquer coisa para me manter com ele, até mudar.

– Está me dizendo que ele vai pra faculdade?

– Talvez ele faça isso, se eu pedir. Mas o clima sempre muda quando tocamos nesse assunto.

– Entendo. – encarei a revista aberta.

– Eu te chamei aqui para outra coisa.

Olhei para ela, curiosa.

– Que coisa?

– Ban me disse que... o Meliodas...

– Hm? – ergui as sobrancelhas.

– Meliodas ficou muito envergonhado por ter te confundido com outra pessoa, e ele pediu que você o encontrasse.

Como o rumo da conversa mudou tão rápido?

– Encontrá-lo?

– Sim. Ban me contou que ele te confundiu com outra Elizabeth, que ele chama de Liz, foi uma ex-namorada dele que foi embora para Londres.

– Ah! Agora eu entendi. Mas eu não preciso encontrá-lo, e ele não precisa ficar tão envergonhado!

– Estou só transmitindo o recado.

Me debrucei na mesa.

– E você está bem mesmo?

– O suficiente para o típico “churrasco de domingo do Ban!”

– Bem, eu não vou encontrar esse tal de Meliodas. E nem estou, sei lá, ofendida por ele ter me confundido com uma ex. Eu simplesmente vou embora agora para casa, trocar de roupa, e ir para o “churrasco de domingo do Ban!”.

Encarei a expressão de Elaine, ela estava olhando para seu relógio de pulso com um jeito engraçado. Eu me ajeitei na cadeira e arrumei minha franja que estava bagunçada.

– Daqui alguns segundos ele estará aqui.

– Ele quem? – arregalei os olhos.

– Meliodas? – Elaine olhou para mim como se quisesse dizer “você sabe quem, pare de ser idiota ou de agir como uma.”

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