Cheiro de rivalidade

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– Bom dia! Bom dia! – cantarolei para o meu pai e minha irmã Verônica que estavam terminando de tomar café. Dei um beijo na bochecha do meu pai e puxei uma cadeira para me sentar. Verônica me encarou com a sobrancelha erguida. – O que foi? – perguntei para ela.

– Não te vi chegar ontem. – respondeu ela, estreitando os olhos em mim e soando um pouco desconfiada.

– Chegou tarde. Onde estava? – perguntou meu pai, também um pouco desconfiado.

– Eu estava na casa de Diane. – menti e sorri descaradamente para eles. – Fomos a praia mais cedo e depois fomos na casa dela para estudar. Formamos um grupo de estudos, sabe? Então a gente estava lá estudando. Ela precisa de notas. Enfim. – abaixei a cabeça para fugir dos olhares deles. Talvez por sorte eles não prolonguem o assunto.

Fiquei muito tarde na casa de Meliodas ontem, e eu teria ficado muito mais, mas ele teve que ir para o bar trabalhar, e apesar de ter me convidado para ir ao bar dele eu acabei negando e pedindo para que ele me trouxesse em casa.

– Bem – meu pai se levantou. –, eu vou trabalhar. Verônica você quer uma carona?

– Claro papai. – Verônica se levantou e olhou para mim. – Você vem com a gente?

– Ah, não. Elaine vai passar aqui daqui a pouco, podem ir sem mim. Bom trabalho para os dois.

– Se cuide. – pediu meu pai, beijou minha testa e saiu com Verônica em seu lado.

Tomei um café muito rápido e subi para o meu quarto para me trocar pro colégio. Aquelas cenas da praia e da casa do Meliodas não saía da minha cabeça. Principalmente a música que ele cantara. Só de lembrar dele tocando violão e olhando para mim de um jeito tão fofo e carismático dá vontade de morrer de overdose de fofura.

Peguei minha mochila e olhei a hora. Bem, eu estava praticamente 20 minutos adiantada. Não dormi direito noite passada. Eu estava com uma sensação boa aqui dentro. Acho que o motivo disso é porque nunca namorei na minha vida inteira. Não sei nem direito como me comportar ou agir. Eu corei quando me lembrei de ontem, quando Meliodas me deixou em casa.

– Entregue. – brincou ele, quando estacionou ao lado de minha casa. – Você está bem? Ficou calada o caminho inteiro. – não respondi, apenas sacudi a cabeça. Meliodas encarou o painel do carro e umedeceu os lábios. – Foi repentino, não é? Quero dizer, eu disse que ia te esperar e no momento seguinte já solto um “minha namorada”, você deve ter ficado confusa.

– Não. Bem, um pouco. – me remexi no banco, sentindo-me um pouco desconfortável com a situação. – Mas eu fico feliz por você não ter esperado tanto. E você fez bem em ter dado a iniciativa, eu sou uma... sonsa. – eu sorri.

– Ah, para. Qual é? – ele deu uma risadinha abafada e colocou a mão na minha coxa. Seu ato fez meu coração acelerar. Eu arregalei os olhos e olhei para ele. Seus olhos estavam decididos, presos nos meus. – Você não é uma sonsa.

– É que eu nunca namorei, então eu não sei direito como é isso de namorar. Vejo o namoro de minhas amigas e percebo que são diferentes. King e Diane são divertidos juntos, alegres, animados, brincalhões. Ban e Elaine são grudados, apaixonados, maduros. E nós dois? – ele me encarou, esperando. – Que tipo de namorados iremos ser?

– Deixa eu pensar. – Meliodas olhou para o teto do carro, sua testa estava vincada de concentração. – Sei lá, acho que seremos um casal clichê. Acho que iremos ter de tudo um pouco. Iremos ser um pouco de King e Diane, e um pouco de Ban e Elaine. Espera, por falar em Ban e Elaine, eles voltaram? – Meliodas olhou para mim novamente, curioso.

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