Me desarme, Elizabeth

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– A propósito – ele subiu o olhar para Arthur e apontou para um roxo no canto do lábio dele. Aquele roxo foi o efeito causado pelo soco de Meliodas. –, maquiagem legal, cara.

Eu encarei Arthur, esperando que ele retrucasse a provocação de Meliodas, mas do contrário ele fingiu não ter escutado nada daquilo. Diane bufou, parecendo entediada. Eu puxei meu livro para perto e antes que eu pudesse abrir a boca para avisar que começaríamos com Geografia, ouvi um grito. Olhei para Meliodas, sua testa estava vermelha.

– Mas o qu... – olhei para Arthur, o braço dele estava esticado e ele acabara de tacar algo em Meliodas. Olhei imediatamente para a mesinha, notando o ursinho de porcelana faltando.

– Agora estamos com a maquiagem combinando, cara. – Arthur sorriu.

Havia formado um pequeno corte na testa de Meliodas. King ficou verde, como se estivesse passando mal, com certeza ele estava aguardando Meliodas pular para cima de Arthur e socá-lo até que ele peça clemência. Diane estava muda, olhando para Meliodas com os olhos ansiosos.

– Meu Deus. – me aproximei dele, estranhando sua mudes. – Meliodas você... – eu estiquei o braço para tocar na ferida na testa dele.

– Cara, isso foi muito errado. – comentou King.

– Você está bem? – perguntei para Meliodas, ele estava com a cabeça abaixada e uma gota de sangue pingou na camiseta dele. – Arthur! – girei na direção dele. – Peça desculpas! Isso foi muito infantil.

– O quê? – ele piscou, atônito. – Ele que começou me dando aquele soco, por que eu quem deveria pedir desculpas aqui? – ele fez bico, parecia indignado.

– Eu pensei que a gente ia estudar, sabe. – disse Diane, divertida.

– Meli... – tentei levantar a cabeça dele, mas ele me afastou com um braço.

– Estou ótimo. – ele se levantou do chão e ergueu a cabeça. Seus olhos esmeraldinos focaram-se em Arthur. – Você... – ele deixou a frase suspensa no ar, deu um sorriso e passou a mão no sangue que escorria pela testa.

Eu olhei para Diane e King, pedindo socorro com os olhos. Mas nenhum dos dois estava olhando para mim.

Meliodas se jogou para cima de Arthur e começou a dar séries de socos no estômago dele, como se tivesse a intenção de tirar todo o ar do adversário. Eu pulei do chão e subi em cima de Meliodas, tentando fazê-lo desistir de golpear Arthur.

– Já chega! – exclamei e envolvi Meliodas com os meus braços. Senti os músculos dele se contrair. Ele ergueu o punho para acertar Arthur, mas deixou o punho suspenso no ar e não se mexeu. Arthur estava horrorizado e encolhido no chão. King resolveu se mexer e correu até ele para ver como o mesmo estava. Diane se levantou do chão e correu até ele também.

– Ainda está vivo? – ela perguntou.

– Pare de gracinhas, Diane. É obvio que ele está vivo! – retrucou King.

– Se aquela maratona de socos tivesse sido em você, provavelmente você estaria morto. – Diane o encarou.

– Já chega vocês dois! – pediu Arthur. – Obrigado por nada, eu vou embora daqui. – ele puxou sua mochila com ele, se levantou do chão e foi embora sem se despedir de ninguém. Quando ele bateu a porta com força eu pisquei e reparei onde eu estava. Pendurada igual á uma macaca, nas costas de Meliodas.

Ele estava quieto, com o punho ainda erguido.

– Não é que eu esteja achando ruim você está em cima de mim, mas isso está soando meio que constrangedor. – ele murmurou com a voz rouca.

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