— Ban vai para a faculdade. – eu disse numa quinta-feira cedo para Elaine enquanto andávamos juntas no caminho pro colégio. Ela não demonstrou surpresa ou felicidade, apenas assentiu como se não quisesse saber. – Vocês conversaram?
— Ele tem me telefonado algumas vezes, ignorei todas as ligações. Ele apareceu na porta da minha casa noite passada, King foi recebê-lo e não foi nada legal. Ele começou a gritar com o Ban e meus pais tiveram que intervir antes que eles começassem a brigar fisicamente.
— Você ainda ama ele. – aquilo parecia estar escrito na testa dela. – Vocês deviam conversar. Ele está completamente arrependido e até disse que estava com nojo de si mesmo. Todo mundo merece uma segunda chance, Elaine.
Elaine parou de andar e olhou para o chão, parei ao lado dela e a olhei, ela estava tremendo e encolhida. Eu me aproximei mais e a abracei. Elaine era um pouco mais baixa do que eu, com isso, ela afundou a cabeça na curva do meu pescoço e começou a chorar. Ela não se importava de estar se acabando em lágrimas no meio da rua para que todo mundo pudesse ver, e eu não me importava de abraçá-la e protegê-la de olhares zombeteiros. Afinal de contas, é esse tipo de coisa que amigas fazem.
— Juro que eu não queria sentir a falta dele como eu sinto. – confessou Elaine num sussurro quase inaudível. – Eu não queria pensar nele como eu penso, não queria ter essa vontade de ter ele perto de mim. Eu queria me curar de tudo isso, me curar dele, por mais que eu tente... – ela rosnou, furiosa consigo mesma. – eu não consigo. Não sei como faço para não pensar nele. Quando fecho os olhos, eu posso vê-lo se aproximar e me olhar sorrindo, aquele sorriso lindo que eu não consigo encontrar em mais ninguém. Não consigo tirar ele de mim, Elizabeth. Eu fico horas lembrando de como éramos felizes, lembrando de tudo que ele me dizia, lembrando do jeito dele, do olhar dele e até das brigas. – ela riu, com bastante esforço. – Eu fico rindo feito uma idiota ao lembrar que depois das brigas, ficava tudo bem e nos amávamos ainda mais. – eu a abracei com mais força e fechei os olhos, sentindo meu coração apertado por vê-la sofrendo tanto. – São essas lembranças que não me deixam esquecê-lo, ele me fez tão bem, tão feliz, nunca vou me sentir assim com mais ninguém, só ele tem aquele efeito sobre mim, deve ser por isso que é tão difícil não pensar nele. – ela se afastou de mim e limpou o nariz com a manga da camiseta. – Eu ainda o amo, queria poder não amar. – ela sacudiu a cabeça e correu em direção ao colégio.
— Elaine, espera! – corri para acompanhá-la.
Quando chegamos no colégio, havia uma moto conhecida estacionada ali. Eu engoli em seco. Se a moto de Ban estava ali, significava que ele também estava. Elaine não pareceu ter notado a presença da moto, ela queria correr até o banheiro para lavar o rosto. Eu a segui. Passamos pelo corredor apressadamente, mas antes que pudéssemos entrar no banheiro, ela foi puxada para trás, eu parei de andar e me virei.
Ali estava Ban, e estava sério.
Elaine se desvencilhou dele e entrou no banheiro, batendo a porta com força.
— Elaine! – Ban começou a espancar a porta.
— Você vai chamar atenção desse jeito, tente ser discreto! – pedi, já notando alguns olhares sobre nós.
— Elaine... – murmurou Ban, parando de bater na porta. – A gente precisava conversar.
— Não temos nada que conversar, vá embora! – gritou ela do banheiro.
— Eu sei que eu fui um cretino, mas eu estou arrependido. E você sabe melhor do que ninguém que eu odeio ficar me humilhando para alguém. Se estou fazendo isso, é porque gosto de você, porra!
— Não quero saber das suas desculpas! Vá embora!
— Se você não abrir essa porta, eu vou arrebentar ela! – pela expressão no olhar de Ban, ele falava sério.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Madness
Любовные романыPor que as coisas não vão bem entre o mentiroso, você e a chorona, eu? Amor não é sobre as lágrimas infelizes que vão junto com ele, essas lágrimas apenas machucam e deixam meus olhos secos. Eu amo esse destino. Eu quero aceitar seus sentimentos que...