O desenrolar

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– Teste de gravidez, Elizabeth? – ele ergueu a embalagem para mim e parecia muito furioso.

– O quê? – abri a boca em espanto.

– Se você se diz virgem – ele se aproximou bravo. – por que pediu isso aqui, hein caramba? – ele agitou a embalagem em frente meus olhos.

Eu fiquei paralisada encarando aquela embalagem na mão de Meliodas, eu não sabia o que dizer porque pelo olhar dele, ele não iria acreditar em mim nem que eu desenhasse. Engoli em seco e apontei para a embalagem.

– Eu não encomendei isso. – foi tudo o que eu consegui dizer depois de tudo o que aconteceu.

Meliodas semicerrou os olhos e jogou a embalagem na mesinha de centro.

– Muita coincidência, não é? Porque está no seu nome e endereçado para a sua casa! Vamos lá, Elizabeth, invente uma desculpa melhor que essa ou então diga a verdade.

– Verdade? – pigarreei.

– Isso. – ele fechou as mãos em punhos. – Diga a verdade e confessa que você não é virgem porcaria nenhuma e que é por isso que você tem me evitado todo esse tempo. Olha só, tudo bem se você não é virgem, normal para garotas da sua idade, mas mentir é puta sacanagem caramba.

– Como você tem a descrença de me difamar? – me irritei. – Só porque chegou essa porcaria em meu nome e na minha casa que fui eu que encomendei? Pelo amor de Deus, eu não encomendei nada!

– Ah, claro. – ele riu, cruzando os braços sobre o peito e me fitando com indelicadeza. – Conta outra Elizabeth. – bufei. – Será que você está transando com outro cara enquanto namora comigo? – arregalei os olhos com a pergunta imoral dele. – Porque se estiver, eu não vou...

– Cala a boca! – vociferei e me aproximei dele. – Tem ideia dos absurdos que está me dizendo? Você está me ofendendo. Isso é ridículo.

– Ridículo é a sua atitudezinha de encomendar um teste de gravidez e depois querer tampar o sol com a peneira. – ele franziu o rosto. – Pra cima de mim não, Elizabeth.

Fiz uma careta e ergui meu braço, antes que eu pudesse processar o que ia fazer já era tarde demais. Acabei dando um tapa no rosto de Meliodas, o som do tapa ecoou por toda a sala, ele virou a cabeça para a direita com os olhos arregalados como se não estivesse acreditando no que eu acabara de fazer. Dei um passo para trás e abaixei o braço, sentindo a palma da minha mão queimar. O tapa tinha sido forte, dava para notar isso devido a marca vermelha na bochecha dele.

– Você devia confiar em mim. Confiança é um alicerce na relação, certo? Você agiu de uma forma hipócrita hoje, me mostrou um lado seu que eu não conhecia, isso me faz pensar: Quem é o Meliodas de verdade? Será que aquele garoto romântico que me deu este anel, é realmente você? – ergui minha mão e apontei para o anel em meu dedo. Meliodas piscou e olhou para o anel, em seguida olhou para mim com os olhos estreitos.

– Você me deu um tapa? – perguntou ele estridentes, como se ainda não tivesse acreditado no que acabou de acontecer ali.

– É. – uni os lábios. – Eu dei.

– Como você...

– De repente, a gente leva um tiro no meio da testa e tudo o que a gente sente explodir e estraçalhar é o coração. – murmurei. – Estou apenas esperando você dizer “desculpa...” Mas parece que isso não vai acontecer. Você desconfia de mim, me acusa por algo que eu não fiz. Logo você? A pessoa que eu jamais fosse imaginar que iria me acusar por algo desse tipo. – cruzei os braços. – Não sei mais o que dizer, portanto, é melhor você ir embora.

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