Gratidão

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- Prontinho! – exclamei, após terminar de limpar os ferimentos de Arthur e colocar um band-aid em sua testa. – Peço desculpas pelo Meliodas. Ele não queria fazer aquilo, eu acho. – nem eu mesma sabia o porquê dele ter batido no Arthur daquele jeito. Nem precisava de tanto. Estou tão envergonhada com isso.

- Não. – Arthur deu um sorriso torto. – Eu não protegi você direito, se eu estivesse no lugar no Meliodas, eu também teria me socado. Eu mereci aquele soco dele, nossa, ele bate bem, viu? Está ardendo!

- Deve ter sido o álcool que passei. – murmurei.

- Ele estava muito furioso. – observou Arthur, me encarando como se esperasse alguma explicação minha em relação á isso. – E ele foi embora como se quisesse me socar de novo, eu fiquei meio que assustado com isso.

- Esquece. – fechei a caixa de primeiros-socorros e sorri para Arthur. – Obrigada por hoje, mas eu acho melhor você ir embora.

Eu tinha o levado para minha casa para cuidar dele, Verônica ainda estava lá, quando entramos pela porta da frente ela estava estirada no sofá lendo uma revista, quando nós seguimos para a escada eu a cumprimentei, Arthur tinha acenado, ela o encarou e apontou para a testa dele, onde o sangue escorria. “Ganhou ou perdeu?” ela perguntara, Arthur apenas fez um aceno de cabeça e disse “um pouco dos dois”.

Acompanhei Arthur até a porta, Verônica não estava mais no sofá, mas a revista que ela estava lendo antes estava aberta na mesinha. Eu abri a porta e olhei para Arthur, ele estava um pouco sério.

- Seu pai vai reparar nos machucados. – eu alertei. – Acha que ele vai te dar uma bronca?

- Hã? – Arthur piscou e me olhou. Seus olhos brilharam. – Ele provavelmente vai fazer a mesma pergunta que sua irmã. Se eu ganhei ou perdi. Ele pode me dar à bronca se eu disser que perdi. Mas se eu disser que ganhei ele vai me convidar pra jogar pôquer.

- Sério? – eu me espantei. – Seu pai parece tão legal.

- Você não o conhece, né? – assenti. – Bem, então algum dia eu posso levá-la para conhecê-lo, se você ainda quiser sair comigo, é claro.

- Ah, eu saio sim. Aquilo que aconteceu na sorveteria foi um acidente. Não foi culpa sua.

- Que bom! Então até mais. – ele se aproximou para beijar a minha bochecha, eu imediatamente corei, ele percebeu e recuou. – É isso, tchau.

- Tchau. – respondi baixo, ainda corada.

- Tchau. – devolveu ele e passou pela porta. Eu coloquei a mão na maçaneta para fechá-la e olhei para Arthur, ele estava parado olhando para mim. – Tchau. – ele repetiu, sorrindo.

- Tchau. – foi minha última palavra antes de fechar a porta. Eu sentia que se não a fechasse, ficaríamos naquilo até amanhã.

- Nossa! – eu me virei, Verônica estava vindo na minha direção. – Vocês são pegajosos.

- Dá um tempo. – eu disse, rindo e corri para o meu quarto.

...

"Se encostar um dedo nela de novo, eu vou quebrar todos os seus ossos, um por um."

Abri os olhos imediatamente e encarei o teto, meu celular estava vibrando debaixo do travesseiro, eu bocejei e peguei o aparelho. Era a terceira ligação de Diane, cocei os olhos e atendi com a voz grogue.

- Oi Diane.

- Oi? Oi o cacete! – ela estava praticamente gritando no celular. – Você adora rejeitar minhas ligações, né?

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