A chorona e o mentiroso

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– Você ficou um pouco estranha, aconteceu alguma coisa? – Elaine perguntou enquanto me acompanhava para a biblioteca.

Eu dei um sorriso, um pouco nervosa e balancei a cabeça.

“A boa e velha desculpa. Devia ter dito que sua porta estava trancada. Você me tem, mas não tem todo. E não tem porque não quer. Eu queria saber, o que você sente, o que você quer comigo? Espero que tenha uma resposta bem elaborada quando nós nos falarmos de novo. ”

Parei de andar e esfreguei os olhos. Elaine se virou para mim, parecia um pouco preocupada. Eu não disse nada para ela sobre minha conversa com Meliodas na sala de aula.

– Está se sentindo bem? Quer ir embora?

– Não, eu estou bem. Vamos pegar os livros.

Eu tinha marcado com King e Diane mais uma vez sobre o grupo de estudo, nenhum deles confirmou se Meliodas iria, e eu espero que ele não apareça na minha casa com aquele sorriso de destruir qualquer psicológico. Eu sacudi a cabeça, um pouco atônita e sorri para Elaine.

– Vamos para a biblioteca! – exclamei e continuei andando, em instantes, Elaine me seguiu. Quando atravessei a porta da biblioteca, travei imediatamente ali. A poucos metros de distância estava Meliodas, e ele conversava com uma garota extremamente bonita, seus cabelos eram encaracolados louros, e os olhos genuinamente azuis. Elaine parou em meu lado, sem entender absolutamente nada.

A garota que conversava com ele deu um sorriso alegre e o abraçou. Ela era poucos centímetros mais alta que ele, se eles fossem se beijar, ele não iria precisar subir num banquinho, apenas precisaria erguer um pouco a cabeça para cima.

– Elizabeth. – Elaine murmurou em meu lado, percebendo meu incômodo com a presença de Meliodas ali.

– Vamos fazer o que viemos fazer e dar o fora daqui. – corri pela esquerda e entrei na sessão de livros antigos. Elaine não me seguiu, ela foi para outra sessão para procurar os livros que ela queria. Eu comecei a procurar pelos dois livros que eu iria precisar para o grupo de estudo, mas os livros dali estavam tão velhos que as folhas pareciam casca de cebola.

Caminhei até o fim das prateleiras e quando fui atravessar para a outra sessão, voltei instantaneamente e fiquei imóvel. Meliodas estava a poucos passos de mim e a julgar pela risadinha, não estava sozinho.

– Por que não estamos transando agora? – pude ouvir a garota perguntar a ele. Arregalei os olhos e tentei apurar meus ouvidos para ouvir a resposta dele. – Ah, vamos! Eu sei que você é fã de coisas inusitadas. Podemos ir para um canto escuro e...

– Ei! – Meliodas exclamou, como se estivesse repreendendo a garota. – Tire as mãos de mim.

– Deixe de tentar bancar o cara formal, Meliodas. Vai me dizer que não sente nada por mim?

– Não. – ele respondeu rapidamente com certa convicção. – Desculpe, não sinto interesse por garotas fúteis.

Ouvi um estralo e logo percebi que Meliodas havia acabado de levar um tapa. A garota rosnou e xingou ele de algo que eu não conhecia e saiu em passos duros, seu salto agulha fazia um barulho desconfortável no piso de mármore da biblioteca enquanto ela saía. Eu afastei dois livros da prateleira e espiei o que acontecia do outro lado. Estava tudo silencioso. Acho que Meliodas também deve ter saído. Soltei um suspiro de alívio por ele não ter me flagrado aqui.

– Achei! – Meliodas apareceu do outro lado da prateleira e eu gritei de susto e me afastei. – O que fazia aí? – ele estava sorrindo, como se já soubesse que eu estava ouvindo a conversa dele com aquela garota bonita.

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