Se você me quisesse, me ganharia?

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Ei, Elizabeth, eu por acaso tenho passagem na sua porta... ou ela está trancada para mim?

A pergunta dele veio inesperadamente, e eu não sabia o que responder. Na verdade, estou em dúvida entre uma brincadeira ou uma verdade naquela pergunta. Talvez não seja nenhuma das duas coisas em que pensei. Meliodas está muito frágil por causa de Liz, faz apenas 1 mês que ela foi embora, muito pouco tempo, os sentimentos dele com certeza estão altamente confusos. Entretanto, eu queria dar a ele a minha resposta. Qual seria? E se eu o responder, o que poderia mudar entre nós dois? Mal nos conhecemos.

Me mantive em silêncio, desejando que ele quebrasse esse clima entre nós e que soltasse algo como “ah, estou brincando.” ou “esqueça o que eu disse.”, mas ao contrário do que pensei, ele disse:

– Você me ouviu? – eu olhei para ele cautelosamente. Ele estava olhando para mim de volta, com a cabeça bem inclinada, para que eu pudesse ter o prazer de ver do brilho esverdeado de seus olhos.

– Sim. Ouvi. – sussurrei, logo em seguida suspirei.

– Uh. – ele olhou para a frente e sorriu. Indiscutivelmente, o sorriso dele é a coisa mais linda que eu já vi. – E você não acha que eu mereço uma resposta?

– Eu não sei o que você pretendia com essa pergunta. Isso soou precipitado demais para mim. Não tenho uma resposta pronta. Quando penso na pergunta, não consigo pensar numa resposta concreta depois. Mas, se não se importa de eu perguntar... qual foi o motivo da pergunta?

Meliodas tirou o boné da cabeça e começou a girá-lo por entre os dedos.

– O amor acaba com a gente, mas é a única coisa que nos salva. – com aquela frase, concluí que era um grito de socorro. Ele estava sofrendo muito e queria se livrar de toda essa dor. Ele quer um novo amor, para matar o que sente por Liz. Ele quer que eu o salve.

Abaixei a cabeça, eu estava vermelha. Eu não sei como reagir a isso, parece que qualquer coisa que eu pense em dizer a ele, vai estragar tudo no momento seguinte.

– Entendi. – eu disse, baixinho.

Senti um peso no meu ombro esquerdo, arregalei os olhos e olhei para o lado, Meliodas tinha apoiado a cabeça em meu ombro, o boné estava abandonado no colo dele e ele estava com os olhos fechados. O vento balançou o cabelo dele, eu acabei sentindo o cheiro de sândalo. Me encolhi.

– Meliodas...?

– Sou muito precipitado mesmo. Entendo que talvez esteja confusa, é normal numa situação tão repentina como essa. Você é uma pessoa incrível, Elizabeth. Me disse coisas incríveis que eu nunca irei esquecer. – os olhos dele ainda estavam fechados e eu agradeci por isso, olhá-lo daquele jeito, com os olhos fechados, o cabelo bagunçado com o vento, os lábios se movimentando tão lentamente, o cheiro de seu perfume no ar... isso sim era incrível. – Tudo bem se disser que eu não tenho passagem, que a porta está trancada a sete chaves. – ele sussurrou. – De fato, você deve estar pensando “ele quer me usar para esquecer a outra”, não te culpo se pensar assim. Eu sei que... – ele não continuou.

– Sabe que...?

– Elizabeth – a voz dele estava rouca agora. –, eu sei que você merece amor, e eu até quero te dar isso, eu gostaria de cuidar de você, mas você não faz ideia de como minha cabeça está confusa, penso que vou entrar na sua vida e estragar tudo de vez.

Eu estava realmente espantada com o que ele acabara de dizer, me ajeitei no banco fazendo com que Meliodas se afastasse. Olhei sem graça para ele, ele estava olhando para mim de volta e estava corado.

Meliodas estava corado!

Eu achei aquilo tão fofo.

– Sim. – eu disse, decidida e me levantei.

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