Já dizia a frase "Você tem livre arbítrio para agir da maneira que lhe convém. Possibilidades são escolhas. Faça as suas! " E foi o que eu fiz. Deixei o Bernardo ir embora.
Se eu tivesse feito ele me enxergar antes teria feito alguma diferença? Será que ele abriria mão de tudo? Será que ele largaria o pai, deixando ele ir embora para ficar comigo? enfrentar o mundo de mãos dadas e dormir em uma colchonete até conseguimos uma cama e uma casa só nossa para morar? Creio que não.
Depois dá sua partida, resolvi fazer mas uma escolha a famosa "seguir em frente" a três meses atrás estava tudo lindo na minha vida, férias mais sonhada do mundo, ansioso pela volta as aulas, ver o Carlos é conhecer gente nova, e de lá para cá tudo mudou.
Privacidade quebrada, segredos revelados, expulso de casa, descobrir que meu irmão me odeia, sem abrigo de novo, perder minha mãe, ver o grande amor dá minha vida parte sem pode fazer nada e agora com algumas coisas que me sobrou me levaram até um hotel, e minha vida daria mesmo uma série ou filme de drama capaz de ganhar um Oscar.
Quarto pequeno, cama com lençóis manchado, banheiro sem porta, toalha que mais parecia ter sido usada a mais de anos, o travesseiro tinha cerca de onze fronhas de tão fina que elas eram e de tão acabado que o travesseiro estava. Só preciso dormir e descansar para um dia melhor ou pior que virar.
Um banho quente e me sentei debaixo do chuveiro e a única coisa que passava em minha mente, era a forma como ele me olhava, como se avaliasse cada parte do meu corpo e só eu não percebi que ele gostava de mim e eu não fui capaz de fazer nada.
Levanto e enxugo as lágrimas pronto para seguir em frente, convivi o tempo todo sem ele, ou amando ele, sem ele saber ou me notar, por que não posso fazer o mesmo e esquecer os últimos momentos que ele esteve presente em minha vida?
Visto a melhor roupa e mais comportada que tenho. Pego um café na recepção do hotel que por sinal estava super frio e saio em busca de um recomeço. Passo em uma assistência de celular e compro o celular mais barato que tem, não posso gastar muito.
Um jornal e no meio de uma praça começo a marca vários anúncios de emprego. Só me dou conta que estou na praça onde eu e minha mãe vínhamos enquanto eu era pequeno.
Lembro dela me esperando no final do escorregador para me receber de braços abertos. A maneira como me balançava e segurava minha mão no balanço para que eu não caísse e me machucasse, era incomparável eu via nos seus olhos amor, mesmo não sabendo o que era Aquilo.
Me lembro que estou sem meu currículo, eu não queria ter que ir até o Carlos, mais sou obrigado e é o que eu faço. Como de costume um abraço apertado e o que eu recebo quando ele abrir a porta, apesar de está com uma cara de assustado.
- Como você está? - Perguntou ele segurando a porta
- Tô vivo. - Digo escondendo o desânimo não poderia dizer que estava bem.
- Preciso do seu computador rapidinho. - Digo e vejo o Carlos olhar para dentro de casa, como se não quisesse que eu entrasse.
- Posso ou não? - Pergunto e logo ele abrir a porta e quando entro dou de cara com o Marlon de cueca largado no sofá.
- Oi. - Digo forçando o melhor sorriso tentando esconder a surpresa e Vergonha.
- Não vou encomendar só quero o computador. - Digo olhando para o Carlos tentando esconder o riso de felicidade pelos dois e subo correndo para o quarto.
- Desculpa eu deveria ter contado, e que aconteceu rápido. - Falou o Carlos entrando e fechando a porta do quarto assustado e nervoso.
- Tudo bem Cau só me diz como aconteceu. - Digo pegando em sua mão e tentando ser contagiado com sua animação.
- Foi no banheiro dá escola, foi algo de repente, estava no banheiro me olhando no espelho, quando ele me puxou e me beijou eu tentei até me afastar.
- Sei. - Digo revirando os olhos.
- E sério. - Contínuo ele. - Mais minha mão esbarrou no meio de suas pernas e sentir o volume que tinha nela, e sabe veio aquele arrepio, que fez até os pelos do dedo do pé subir, aí veio aquele vontade de apertar, aí não resiste.
- Não seria tão engraçado é safado se não fosse você. - Digo puxando o currículo e analisando se havia algum erro.
- Mais onde você está dormindo, para onde vai? - Perguntou ele mais sair disparando sem tempo de responder.
E impressionante como Carlos consegui passar sua energia para as pessoas só em estar ao seu lado. Saio empolgado na esperança de que tudo poderia mudar e que não levaria mais uma noite se quer naquele hotel de sétima categoria.
Mas aqui estou eu deitado nessa cama cujo o colchão tem um buraco, ao menos trocaram o lençol manchado.
Depois de sair dá casa do Carlos distribuir currículos em vários lugares lugares e consegui até duas entrevistas, onde não fui bem sucedido, não por falta de experiência, mais por dedo do meu pai, sentir algo estranho quando me perguntaram se eu era filho dele.
A Cidade não é tão grande e ele é bastante conhecido, é sei dá sua influência e tem seu dedo em quase tudo. Em outras épocas eu seria contrato sem entrevistas, só em saber que eu era filho dele.
Eu queria ir até ele é pergunta se não era o suficiente me expulsar de casa, mais acho que a morte dá minha mãe já está sendo um aprendizado o suficiente para ele, Deus que me perdoe.
Jogado na cama me perco em mais um desvaneio dos meus pensamentos e lembro do Bernardo na sala de aula, rindo das palhaçada dos seus amigos, e pego o celular e vou até o Facebook do Bernardo e havia uma publicação recente.
Meu coração acelerou e não espero nenhum segundo, para abrir a foto. Ele estava lindo com uma camisa do Milan ao lado do pai, em frente a um dos pontos turísticos mais famoso dá Itália o Coliseu de Roma. Ele estava lindo, seu sorriso era capaz de derreter uma geladeira e estaria mentindo se eu dissesse que ele não mexe comigo.
Sou trago de volta a realidade quando ouço uma batida na porta. Não sei quem poderia ser, pelo visto a arrumação do quarto já havia sido feita. Levanto dá cama pego uma camiseta e para minha surpresa, me deparo com o Vinícius parado em frente a porta do quarto.
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Em Busca De Abrigo (Romance Gay)
RomanceEveraldo resolve deixar de lado o amor por Bernado e fazer uma carta para enterrar esse amor, mais o que ele não esperava e que essa carta fosse para na mão do seu pai. Expulso de sua própria casa por uma noite, ele precisa se virar até o dia amanhe...