CAPITULO #28

4.6K 465 39
                                    

Chegando na recepção as recepcionistas perguntaram por que do meu nervosismo, porém não quis entrar em detalhes. Elas insistiram para que eu ficasse, pois eu havia feito reservar de sete dias e já havia pago e elas não poderiam devolver o dinheiro.

Não queria saber de dinheiro eu só queria me ver longe do Vinícius, e de tudo que envolvesse ele. Elas me ofereceram um quarto melhor, com desconto, mais eu não quis, eu não vou continuar no hotel onde ele teria acesso a tudo sobre me, como a hora que eu sair e cheguei se levei alguém, ou eu até poderia sair e chegar e encontra-lo deitado em minha cama.

Como eu não percebi que essa implicância esse tempo todo, era por que ele sentia algo por mim e que ele é completamente um quase maníaco.

Já é tarde dá noite horário de pico prova disso, são os pontos e os ônibus lotados. Eu não queria incomodar o Carlos sei que ele não se importaria, mais eu não quero ser uma pedra no seu sapato e essa hora ele deve estar aproveitando seus momentos com o Marlon.

Um ônibus para exatamente na minha frente e ouço algumas pessoas perguntando se eu não iria entrar, outras me gritando para dá licença e no impulso acabo entrando no ônibus mesmo sem saber sua rota.

Como já esperado o ônibus estava cheio, tive que passar me expremendo pelas pessoas, fora o fato de está com a mochila. Tive um dia cansativo, queria sentar e decidir onde eu deceria e nenhuma alma de Deus para segura minha mochila, nem nisso eu tenho sorte.

Um momento de sensação diferente no ônibus, quando a parada de ponto e solicitada. A parte chata e que pessoas vão descer, ou você se encolhe ou é expremido ou levar pisão. Por outro lado o fato de pessoas descerem podem ocasionar acentos vazios para sentar.

E foi o que aconteceu um lugar vago, ao lado de uma mulher de cabelos encaracolado e pele negra. Seu rosto aparentava já uma idade avançada ou era devido ao cansaso. Para meu azar o tempo que me agachei para pegar a mochila e caminhar​ até o acento, vir um homem de rua subir pelo fundo do ônibus e sentar no lugar.

Eu tenho ​que admitir lá no fundo, bem no fundo eu xinguei, aquele pobre homem de todas as formas. Mais é a pura verdade eu estava cansado, tive um dia horrível e ainda paguei a passagem para ir em pé e vem alguém e sentar no lugar que era para eu estar sentado. Ele não tem abrigo por que não pegou qualquer outro ônibus, tinha que ser justo esse e tomar meu lugar?

Toda raiva por aquele homem desapareceu, pois naquele momento eu estaria a presenciar uma das coisas que eu mais detesto no mundo que é a descriminação.

Aquela mulher de cabelo encaracolado, ao ver que aquele homem com cheiro nada agradável, de vestes rasgadas, cabelo que fazia séculos que não via uma máquina de cortar, iria sentar ao seu lado, ela se levantou e correu imediatamente do ônibus.

Não só eu, mais a maioria das pessoas que estava no ônibus viu que ela não iria descer do ônibus, ela só não queria sentar ao lado daquele homem, por preconceito das suas condições vizuais.  Naquele momento me sentir um idiota por ter xingado ele por ter sentando no lugar que era para ser meu, que na verdade nem é meu.

Eu me sentir mais idiota ainda, por que eu participei de sentar forma daquela descriminação. Pois eu queria muito sentar e descansar mais me recusei sentar ao lado dele.

Não só eu como as outras pessoas, continuaram de pé , mais não quiseram sentar ao lado dele. Uma moça vendo tudo aquilo, se levantou do seu lugar deixando o vago, mais eu percebi uma coisa, ela não iria descer no próximo ponto, ela se levantou como forma de um teste, e acho que ela percebeu que eu entendi, pois ela me olhou.

E não demorou e nossa tese foi confirmada. Em menos de vinte segundo uma mulher se aproximou  sentando na cadeira onde ela havia levantado, enquanto o acento ao lado do morador de rua continuou vazio.

Por que nos descriminamos, um aos outros por aparência e classe social?

Não demorou muito e chegou o outro ponto é mais pessoas entraram e o lugar continuou vazio. Até que um homem bem vestido, dentro de um terno e com um cheiro suave, sentou ao lado daquele homem sem precedentes nenhum.

Aquele homem mostrou uma coisa não só para mim, mas para todos ali presente que Todos os seres humanos, independente da cor, etnia ou condição social, são filhos de Deus. Portanto, discriminação racial, além de ser crime entre os homens, é contrária aos princípios divinos.

Por um momento coisas vieram em minha cabeça. E me lembrei que assim como aquele homem eu não tenho onde ir. Não tenho uma cama e uma casa para chamar de minha. O que eu tinha o preconceito levou.

E eu não queria me tornar igual ele, não que eu tenha algo contra pessoas que de alguma forma se tornou morador de rua, mais não quero ter que entra no ônibus e ser olhado com olhar de nojo e ver que pessoas não querem sentar ao meu lado, por que na visão delas eu sou inferior a eles.

Olho através do vidro dá janela, e vejo meu rosto cansado e me vejo como um desabrigado e me sinto como uma das piores pessoas do mundo. Sem pensar duas vezes desço no primeiro ponto que veio e uma parte de me se sentiu aliviada por descer daquele ônibus.

Caminho sobre aquela calçada silenciosa e um pouco escura. O único barulho que ouço e de alguns carros passando. Imagem daquele homem me vem a memória e não consigo me imaginar sendo essa pessoa que descriminar a outra por aparência, não consigo imaginar o que o Bernardo acharia de me se soubesse o que havia acabado de fazer.

Por um instante achei ter ouvido alguém me chamar, mais olho para trás e não vejo ninguém, contínuo andando e mais uma vez ouço meu nome. Paro de caminhar e dessa vez olho para o lado e vejo o Carlos é o Marlon sentado na calçada, quando me dou conta que estou na rua onde ele mora.

Um sorriso misturado de alívio e tristeza surgir em meu rosto. Olhar​ até onde o destino me trouxe, parece até brincadeira. Porém mais uma vez estou correndo para o Carlos, não sei até quando ele vai me aceitar, mais ele tem se tornado meu único abrigo e amigo.

Em Busca De Abrigo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora