Era noite de quinta feira quando meu pai surgiu no meu quarto sem ao menos bater na porta, eu sempre discordei com essa de eles terem todas as chaves dá casa.
Meu coração gelou ao ver um papel em sua mão, aquela mancha de café no final era reconhecida, derramei justamente quando meu celular vibrou avisando que o Bernardo havia postado uma foto e não era qualquer foto. Ele estava frente ao espelho dá academia dentro de um short azul e uma camiseta cinza, seus músculos estavam alterados e todo molhado de suor e sem falar na sua face séria.
Meu pai levantar a carta e vejo a fúria nos seus olhos ao olhar para me.
- Quantos segundos você quer para poder me explicar isso aqui?
Como diria minha vó faltou areia nos meus pés. Eu não sei como ele havia pego aquela carta, e eu não sabia o que dizer e se eu abrisse a boca eu iria gaguejar, por que eu queria falar a verdade e não havia outro jeito eu citei o nome dele várias vezes na carta.
- Você vai falar ou eu vou ter que ler para você tentar se explicar? - Perguntou meu pai mais furioso ainda, mais eu não ia ter coragem para ouvir ele ler cada palavra que foi escrita no escuro e que saíram do fundo do meu coração.
- O que você quer que eu diga pai? - Perguntei abaixando a cabeça ao ver minha mãe entrar no quarto com seu olhar desolado.
- O senhor quer que eu diga que eu sou Gay? por que é isso que eu sou. - As palavra saíram como um sopro, minha mãe colocou a mão na boca e meu pai com toda sua força amassou a carta e a jogou no chão e logo vir o Cody surgir na porta e toda minha raiva alcançou seu ponto de ebulição.
- Foi você não foi? por que você fez isso? quantas vezes eu já falei para você não entrar no meu quarto. - Eu queria bater tanto nele até disfigurar seu rostinho perfeito.
A vida toda vive sobre a sombra do Cody. Lembro perfeitamente quando eu era sexto ano e ele nono e minha mãe falou, que quem passasse de ano direto ganharia seu primeiro celular. Eu não precisei me esforçar por que eu sempre gostei de estudar então isso para me não foi problema, já o Cody ficou em recuperação não passou de ano e de quebrar ganhou o celular e eu não.
- Eu vou acabar com você Cody. - Gritei o mais alto que puder eu não ia chorar na frente deles.
- O único lugar que você vai agora é sair dessa casa. - Aquelas palavras me pegaram de surpresa como um pai tem coragem de botar o sangue do seu sangue para fora de sua casa? será que era isso que o Cody queria? será que agora ele está feliz?
- Mãe?
- Obdeca seu pai filho.
- Pai eu não tenho para onde ir, eu só tenho 17 anos eu nem posso conseguir um emprego.
- Não estou botando você para fora eu só estou mandando você esfriar a cabeça , ao menos essa noite não quero você nessa casa. Esfrie a cabeça e depois do amanhecer veja se é isso mesmo que você quer.
Não acredito que meu pai apesar de jovem, mais com tanta conquista e estudo ainda tem a mente fechada em relação a isso. Duvido que na sua sala dá faculdade não tinha se quer um gay, todas tem, como será que ele agiu com ele? com preconceito ou será que fingiu de amigo e enganou que não tinha nenhum problema por seu colega de sala ser gay.
Apenas a roupa que eu estava no corpo, a cadeira, celular e fone, foram as únicas coisas que eu peguei, mais para onde eu iria agora?eu não poderia bater na porta dos meus amigos uma hora dessas.
Uma coisa sobre me que eu mesmo não sabia saiu dá boca dá mulher que mais me conhecia no mundo minha vó. Ela dizia que eu era do tipo de pessoa que não incomodava ninguém para não ser incomodado, isso eu não posso nega. Não quero dizer que se eles precisarem de me e batessem a minha porta tarde dá noite eu não iria atender é só que eu não quero atrapalhar o sono deles, só por que meus pais não me aceitam do jeito que eu sou.
Depois de andar alguns quilômetros e pensar se ligava para um dos meus amigos ou não, acabo parando em frente a um bar que dizia ser 24 horas, uma boa opção já que não posso passar a noite em minha própria casa.
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Em Busca De Abrigo (Romance Gay)
RomanceEveraldo resolve deixar de lado o amor por Bernado e fazer uma carta para enterrar esse amor, mais o que ele não esperava e que essa carta fosse para na mão do seu pai. Expulso de sua própria casa por uma noite, ele precisa se virar até o dia amanhe...