Capitulo 7

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Se eu achava que não estava conseguindo me concentrar antes imagina gora. Ele não tinha nenhum direito de fazer aquilo comigo, eu cai na sua provocação. Deixar as suas atitudes me atingir daquele jeito me deixa ainda mais confusa. O pior de tudo e que ele não expressa nenhuma reação e isso acaba comigo, não da para adivinhar quando vai fazer alguma coisa ou quais suas reais intenções.

Aproveitei o horário de almoço e vim para a rua do centro resolver algumas coisas. Eu não consigo manter a minha mante focada mais, já desisti. E impossível não lembrar do seu toque, do seu cheiro amadeirado forte, tudo nele e marcante, o modo como ele parecia descontraído e casual. Respiro fundo voltando ao que tenho que fazer.

Já não bastava ele estar ocupando toda a minha mente, ter me tirado uma noite de sono, vejo ele do outro lado da rua com três homens conversando, todos eles fardados. Eles estão saindo de um restaurante, todos com uma expressão seria. Eu poderia simplesmente continuar o meu caminho como se nunca o tivesse visto na vida, mas ver a sua posição de autoridade, suas linhas do rosto tensas, marcando ainda mais a volta de sua mandíbula é como se eu não conseguisse desviar. Sua postura totalmente diferente da noite passada.

Respiro fundo algumas vezes, quando me lembro da noite passada mais uma vez, um sorriso bobo aparece no meu rosto. Como se esse Eddie que está diante os meus olhos pode ser o Eddie que me fez sentir tudo aquilo ontem? Não sei se vamos nos esbarrar mais uma vez, mas o melhor que seria para nós dois já esta acontecendo cada um seguindo a sua vida.

Volto do meu transe e começo a andar pela rua refletindo ainda mais. Sinto alguém puxar o meu braço e olho para trás, vejo Jony me encarando com o sorriso malicioso dele. Fico o encarando e me sinto enjoada só por estar na sua presença.

   - Oi Sofia- Me cumprimenta.

   - Oi- Tento soltar o meu braço, mas ele aperta ainda mais os meus pulsos.

   - Podemos conversar?- Coloca a outra mão no meu pescoço e meu corpo todo se arrepia, mas não é como se fosse a mesma sensação que senti com Eddie, de ansiedade, de apreensão, no caso dele e  de repulsa e aflição.

   - Não- Tento afastar o meu rosto, mas ele não deixa- Me solta, tenho que ir.

   - Sinto sua falta, lembro que você era apaixonada por mim, o que mudou?- Começo a rir de escarnio não acreditando nas suas palavras.

   - O que mudou?- Repito incrédula- Eu tenho que ir.

Tiro suas mãos de mim e dou de ombros continuando o meu caminho, mas ele não deixa por isso mesmo e começa a andar atrás de mim, ele me chama inúmeras vezes, mas fingo não ouvir rezando mentalmente para ele parar. Depois de ouvir um ''droga'' , não escuto mais os seus passos e nem a sua voz, volto a respirar normalmente. Não entendo porque ele está agindo assim depois de quase três anos.

Chego na loja faltando quinze minutos para o horário acabar e a loja abrir novamente. Avisto Sabrina e Julia e vou ate elas.

   - Voltei- Disse me sentando.

   - O que você acha de sair esse final de semana?- Julia pergunta.

   - Não dá, vou começar a fazer o trabalho, não da pra adiar mais- Comentei.

   - Então ok!

   - O que vocês acham dele?- Julia e eu olhamos para Sabrina, ela mostra a foto de um homem de um dos milhares de site de relacionamento que ela é cadastrada.

   - Interessante- Comentei.

   - Parece o meu tio- Julia comentou e começamos a rir.

   - Vocês não estão ajudando.

Volta para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora