Capitulo 49

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Sinto como se um caminhão tivesse passado por cima do meu corpo varias vezes, a minha garganta está mais seca como jamais esteve um dia. Sinto me recobrar os sentidos de forma lenta, começo a sentir as partes do meu corpo uma por uma de forma pesada e densa. Sinto ar gelado do lugar em que estou, mas não consigo abrir os olhos, a minha mente tenta me desacordar novamente, mas resisto.

Mecho os braços e sinto varias coisas conectadas a ele respiro inúmeras vezes e tento me acalmar da euforia que estava começando a tomar conta de mim. Respiro fundo mais algumas vezes e por uma fração de segundos sinto os meus músculos relaxar e esse e o momento em que eu aproveito para abrir os olhos. Não reconheço o lugar que estou e a pequena parcela de luz que passa pela janela começa a incomodar a minha visão, pisco inúmeras vezes ate me acostumar, tento me levantar, mas sinto todo o meu corpo doer e resmungo pela dor.

Cenas das ultimas coisas que eu passei começa a invadir a minha mente de forma violenta e abrupta e a ultima coisa que me recordo foi de estar no meio de um conflito e no ultimo segundo ter parado aqui, respiro aliviado por estar bem, mas uma dor na perna direita me faz contrair de dor assim que eu tento mexer ela.

Tiro os meus olhos do teto e varro o lugar com olhos e eles param imediatamente no canto esquerdo do quarto. Não consigo acreditar no que estou vendo, por um momento sinto como se minha mente estivesse me pregando uma peça, tento falar, mas a minha garganta esta seca demais. Sinto o meu coração se acelerar atropelando as batidas, sinto como se tudo tivesse parado e apenas a visão de Sofia deitada encolhida em uma poltrona dormindo fosse à única coisa aqui presente.

Ela dorme de uma forma delicada e tenho vontade de rir por ela caber de uma forma tão exata no assento. Tenho vontade de levantar e ter ela nos meus braços agora mesmo. Me recordo do nosso ultimo encontro e uma pontada de esperança que tem em mim some, foi simplesmente um dos piores dias para mim e doeu, doeu como nunca antes. Ouvir dizer que ainda me amava, mas não podia ficar comigo foi pior do que levar um tiro foi pior do que ver outro homem tendo a sua mão, eu conseguia ver receio em seus olhos e pior de tudo foi ter eles direcionados a mim.

Eu nunca deixei de amar ela, eu não esperava que assim que eu voltasse ela simplesmente iria estar aqui para mim, mas eu não podia deixar de tentar de ter ela de volta e sem duvidas ela foi a minha missão mais difícil. Ver ela com outro acabou comigo, ver que outro estava no meu lugar, estava fazendo ela feliz, comemorando as conquistas com elas, tendo o seu amor foi à pior sensação que eu já tive, era como se algo pegasse o meu coração e o tivesse apertando sem pensar na dor agonizante que estava me causando. Mas eu não podia deixar algo acontecer com ela, eu não iria me perdoar e foi nessa razão que eu sempre me agarrei para seguir em frente e foi por essa razão que eu voltei para mante-la segura comigo, nós dois juntos, nos amando mais uma vez.

Muito tempo se passou e eu amadureci, eu não nego mais os meus sentimentos, me tornei decidido, ela me fez evoluir assim mesmo estando longe e eu jamais vou negar o meu amor por ela, eu amo ela e jamais vou esconder isso de alguém e sempre vou fazer o necessário para demonstrar isso ate que estejamos sem impedimento para viver isso, eu já esperei quatro anos, posso esperar o tempo que for necessário, por que eu sei que o que nós sentimos foi único para ambos e é muito forte para simplesmente ser apagado.

Fico olhando para ela dormindo com o dia ainda amanhecendo, sorrio de lado pela sua tranquilidade, vejo a porta se abrir de vagar e tiro os meus olhos dela e vejo Billy e uma enfermeira entrando, seus olhos se arregalam ao me ver e logo caminha ate a minha direção com o seu sorriso sacana de sempre.

- Bem vindo de volta- Sussurra.

Minha garganta ainda esta seca, mas logo aparece um copo de água na minha frente, olho para enfermeira e ela mostra um sorriso simples e me entrega, bebo tudo de uma só vez sentindo a falta do liquido, me sinto aliviado com a sensação. Ela regula a minha cama de forma que eu fique sentado, percebo que estou com apenas uma bermuda de hospital e tem alguns cabos ligados no meu peito.

Volta para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora