— Eu já estava indo atrás de você. - quando estou chegando no balcão do bar, Declan vem ao meu encontro e me puxa pela mão em direção a saída. - Estamos mais que atrasados.
Sim, eu fugi.
Corri como se a própria personificação da Samara do filme O Chamado estivesse vindo atrás de mim.
Quando Logan me encurralou na parede dos fundos do bar e soltou todas aquelas palavras quentes e sussurradas que fizeram um caminho direto para o meu clitóris deixando minha calcinha molhada, minha vontade era de voar nesse corpinho gostoso dele e colocar todos os meus planos em prática, tudo aquilo que eu imagino quando me toco até não sobrar um pingo de consciência e sanidade no meu corpo.
Ok, devo admitir que eu corri principalmente porque fiquei puta por ele ter aparecido do nada querendo vir dar em cima de mim depois de uma semana de sumiço, porque foi exatamente o que aconteceu.
Vocês têm noção do quanto isso é insano? Eu nem conheço o cara direito e fiquei irritada porque não o encontrei durante a semana. Isso é uma puta loucura. Eu não sou assim, eu sou aquela que não se interessa, aquela que caga pra tudo e pra todos, a indiferente, a desapegada, a direta e reta... Eu não sou essa maluca obsessiva que se estressa com um cara que acabou de conhecer.
Tudo bem, pode ser que eu tenha fugido por simplesmente não me reconhecer quando estou perto desse homem. Isso também é verdade e isso também me assusta.
O outro problema era que eu não queria que os meninos soubessem sobre o Logan. Claro, eles já estão mais do que cientes dos meus "momentos noturnos" em homenagem a esse cowboy saído das profundezas do inferno. Mas entre eles simplesmente terem consciência disso e eu chegar com o Logan na cara deles e falar: "Olhem, queridos, esse é o motivo dos meus gemidos a noite nada discretos" há um enorme e gigantesco abismo.
Então por tudo isso, eu larguei aquele homão da porra sozinho do lado de fora do bar e fugi em direção aos meninos.
— Jack já ligou avisando que o Glasslands está lotado e que as pessoas estão ficando impacientes. - Dylan avisa à minha frente enquanto caminhamos em direção ao metrô.
Penso no Jack e em como Logan, indiretamente, o colocou pra correr aquela noite. Na verdade, eu que pedi que Jack fosse embora, mas só porque o cowboy estava com uma cara nada boa e eu não tinha nem ideia do que aquele homem era capaz de fazer. Pensando melhor, é bem provável que o garoto nem olhe na minha cara hoje.
Chegamos no Brooklyn em poucos minutos prontos pra encarar o primeiro show da noite.
Como num ritual, nós passamos no bar pra tomarmos uma dose de Mezcal já que, segundo Declan, a larva no fundo da garrafa tem um poder místico e é um sinal de boa sorte. Tudo desculpa pra beber.
Quando Jack dispões no balcão a nossa frente quatro copinhos de shot para logo servir nossa bebida, a primeira coisa que eu noto, além dele não me olhar nos olhos, é a ausência dos seus fios azuis e exóticos e dos pircings que ficavam espalhados pelo seu rosto.
— O que você fez? - eu questiono o vendo levantar os olhos pra mim relutantemente.
— Eu... resolvi mudar um pouco. - sua voz é um muxoxo inseguro.
Olho duvidosa pra ele.
— Pensei que você gostasse daquele jeito.
— Eu gostava, é só que... - ele olha para os lados e quando nota que os meninos estão distraídos conversando entre si, ele se debruça sobre o balcão e se aproxima de mim. - Você sabe que eu sempre gostei de você e nunca escondi isso. Eu queria que você correspondesse, mas nada do que eu fizesse parecia surtir efeito. Então aquele dia no bar, depois que eu saí de perto de você, aquele seu amigo cowboy veio conversar comigo.
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Meu Caos Nos Seus Olhos - Livro Dois
Roman d'amourTendo a mãe falecida e sem nunca ter conhecido o pai, Sara Castillo foge da casa dos avós em Cameron (Missouri) onde morou até seus 14 anos e vai viver nas ruas de Nova York. Por um longo ano ela teve que conviver com o perigo e a miséria, mas tamb...