Meu Caos Nos Seus Olhos - Livro Dois

25.0 Sara

Como prometido, Colton apareceu para me buscar para o passeio no fim da tarde. Eu estava conversando com a sua mãe na cozinha enquanto ela preparava uma pequena trouxinha de comida para levar para o marido que não pôde almoçar conosco, quando ele parou no batente da porta me olhando com expectativa. Pediu a benção da Dona Adélia que nos acompanhou até o lado de fora, logo se despedindo e indo pra casa.

Ele me mostrou toda a fazenda, desde a área de criação de animais que eu havia visto de longe no horizonte, até o alojamento que os funcionários usavam no meio da semana. Por ser uma fazenda afastada do centro da cidade, era longe da casa deles, então eles preferiam ir embora para suas famílias só aos finais de semana.

Os únicos que viviam num pequeno chalé que fazia parte da propriedade era Colton e seus pais. Já que todos os três trabalham ali, Logan tinha oferecido o lugar como moradia pra eles. Eu não entendi muito bem se eles viviam ali de favor, mas preferi não ser indelicada e aprofundar no assunto.

Tudo era maravilhosamente bem cuidado e a conversa estava conseguindo me prender cada vez mais. Colton era simples e tímido do seu jeito, ao mesmo tempo em que se exibia, todo orgulhoso, quando o assunto era o trabalho na fazenda. Quis me fazer até tentar andar a cavalo, mas eu logo despistei da ideia e pedi que ele me contasse mais sobre os animais, já que ele claramente gostava e entendia muito de tudo aquilo.

Ele comentou sobre o quanto havia gostado da comida que eu tinha preparado com a mãe dele no almoço, elogiou cada detalhe, mas disse estar triste pois não poderia estar presente no dia seguinte. Ao que parecia, Logan havia o chamado para ajudá-lo com o reparo de parte da cerca em um dos limites da propriedade. Eu perguntei quantos não estariam presentes para o almoço pra eu saber a quantidade de comida que deveríamos fazer, mas ele disse que seriam apenas os dois, ele e Logan. Quando ele soltou: "O patrão disse que quer conversar comigo." achando que se tratava de algo do trabalho na fazenda, eu logo me xinguei internamente sabendo bem que essa maldita conversa não teria nada a ver com o que ele imaginava.

Eu fiz questão de mudar o rumo da conversa e como surgiu o assunto da sua faculdade, ele me perguntou se eu tinha vontade de cursar alguma coisa. Expliquei pra ele que ainda nem havia me formado na escola e estava longe disso já que havia largado tudo pra formar a banda com os meninos.

Sabemos que essa não foi a verdadeira razão, mas ele não precisa saber.

Colton ficou super empolgado quando soube da banda e das histórias sobre as apresentações que já fizemos, apesar de não ter reconhecido a maioria das músicas que eu disse fazerem parte do nosso repertório. Ele disse que havia um bar próximo dali que os funcionários costumavam frequentar no meio da semana. Aparentemente, Logan não se importava, desde que não comprometesse o desempenho no trabalho no dia seguinte. Não me contive e perguntei se o embuste acompanhava os homens ao bar, mas Colton disse que o patrão nunca havia ido junto, preferia ir pra casa dormir cedo para ser o primeiro a acordar e a começar nos afazeres.

Aquilo de alguma forma me agradou. Eu logo senti o maldito comichão do ciúme quando imaginei Logan sendo assediado pelas bonitas garçonetes de shorts jeans curtos, blusa xadrez amarrada abaixo dos seios, e as botas e chapéu pra fechar a cena. Não me julguem, é essa a referência que eu tenho dos filmes que já vi. E é uma merda admitir, mas imaginar Logan naquele meio não foi nada agradável.

Nem mesmo percebi quando o céu já estava escuro e um vento frio começava a surgir a nossa volta. Eu havia me divertido e distraído o suficiente pra nem perceber a hora passar. Resolvi que era o momento de voltar, já que nem mesmo havia avisado os meninos que não estaria na casa quando eles voltassem.

Eu estava rindo com vontade da expressão envergonhada que Colton fez após soltar sem querer algum comentário inapropriado, quando demos de cara com Logan na cozinha, sentado na cabeceira da mesa enquanto nos encarava com uma expressão nada agradável.