Já é madrugada e eu permaneço deitada olhando para o teto, sem conseguir dormir.
Não consigo tirar aquele homem da cabeça e sinto meu rosto pegar fogo quando lembro de toda a minha audácia horas atrás.
Eu simplesmente enfiei minha mão dentro da calça dele.
Eu toquei nele.
Eu praticamente masturbei ele?
Meu Jesus...
Tapo meu rosto pegando fogo e logo sinto uma excitação gostosa quando lembro que foram aquelas mãos que estiveram por toda aquela pele quente, firme porém suave.
Ah quer saber? Foda-se. Eu fiquei excitada, eu me senti à vontade e eu simplesmente quis, por que não ir em frente? Por que ficar me censurando e inibindo como sempre fui obrigada a fazer? Ok, vão dizer que eu pulei alguns passos na "arte da paquera" (talvez muitos) e vocês têm razão, mas acham que eu me importo?
Com muita luta eu consegui minha liberdade, eu consegui poder me expressar do jeito que eu quiser, ser quem eu quiser e chegar no lugar onde estou hoje, sendo dona das minhas próprias escolhas e da minha vida, então não vai ser agora que essas regras de relacionamento que a sociedade criou vão me inibir. Eu quero experimentar e ser experimentada. Eu quero descobrir tudo o que eu puder.
Entendam, eu estava fascinada, realmente encantada com tanta testosterona na minha frente, quem não estaria? Nunca tinha estado tão perto de um corpo masculino naquelas circunstâncias. Sim, eu tenho amigos homens, mas por algum motivo que ainda desconheço não é a mesma coisa como foi diante daquele ser com todo aquele porte e que me despertou de uma forma que me deixou acima da loucura.
Eu sei que parece loucura e idiotice, mas não posso evitar criar expectativas com aquele homem. É tudo tão novo e tentador, eu nunca na minha vida tinha sentido metade de todos esses sentimentos. Estar tão próxima daquele homem me faz conhecer partes e sensações do meu corpo que eu nem imaginava existir. Nunca antes me senti tão afetada ou desejei tanto ser correspondida de forma tão completa.
Nem mesmo com Scot.
Engulo em seco quando sinto meu coração apertar em um inevitável desgosto. Já nem me lembro quando foi a última vez que pensei no Scot ou sonhei com ele. Estaria eu enfim me libertando do peso do passado? Pode ser cruel e egoísta dizer, mas a expectativa de que isso esteja mesmo acontecendo é tentadora e me dá um frio gostoso na barriga.
Daria meu ovo esquerdo (que no caso não tenho) em aposta de que todo esse lapso começou há quase uma semana, desde que aquele cowboy surgiu do nada na minha vida.
Scot estaria decepcionado comigo? Ele não era o tipo de pessoa que se preocupava com esse tipo de coisa, mas ao mesmo tempo ele era super protetor comigo. Sendo racional do jeito que era, talvez me vendo desse jeito agora ele achasse lamentável eu me deixar levar pela luxúria e pelas sensações carnais. Mas é que o desconhecido é tão tentador...
Merda.
Eu preciso seguir em frente, preciso viver sem barreiras ou impedimentos, sem pensar que posso estar decepcionando de alguma forma alguém que aprendi a amar tão genuinamente e que já nem está mais aqui comigo...
Eu preciso ser livre, eu preciso experimentar o mundo, eu preciso viver, preciso errar, aprender, crescer... Foi a primeira vez que senti tantos sentimentos diferentes e esmagadores juntos e eu simplesmente... gostei. Por favor, não me culpem por isso. Sentir, seja o que for, é como a droga mais pura, você experimenta uma vez e pronto, já vira refém, querendo sempre mais mesmo sabendo seu destino final.
Depois de muito remoer todos esses pensamentos, consegui adormecer assistindo o amanhecer do dia com o seu inconfundível céu laranja avermelhado através da porta que dava para a sacada do meu quarto.
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Meu Caos Nos Seus Olhos - Livro Dois
RomansaTendo a mãe falecida e sem nunca ter conhecido o pai, Sara Castillo foge da casa dos avós em Cameron (Missouri) onde morou até seus 14 anos e vai viver nas ruas de Nova York. Por um longo ano ela teve que conviver com o perigo e a miséria, mas tamb...