Matilde Rodrigues
Estava à porta do centro comercial.
O André já tinha chegado há uns bons dez minutos. Porém, não tive coragem de entrar no carro dele.
A conversa desta tarde foi demasiado intensa para estar com ele. A forma tão natural com que lhe disse as coisas, não me permitia entrar no carro. E, o facto de estar interessado em mim.
Já tinha percebido que o André não era uma pessoa com rodeios. Pela conversa desta tarde, era a ideia que tinha dele e esperava que se mantivesse.
Senti o meu telemóvel a vibrar, tinha a certeza que era o Horta.
Instadirect - andrehorta10
@andrehorta10: Vais continuar a olhar para o carro e fazer-me esperar?
Levantei a cabeça, ao ouvir a porta do carro a fechar. O rapaz caminhava com um sorriso nos lábios.
As minhas bochechas queimavam.
Usava uma camisola preta, calças de ganga pouco justas e uns adidas. Levou os dedos aos fios claros de cabelo, antes de parar à minha frente.
- Nunca te vi tão nervosa.
- Nunca te vi sem seres otário. - Atirei, tentando passar por ele.
- Tinha que vir. - Resmungou, puxando o meu braço com cuidado. - Espero que não continues com isto.
Arqueei a sobrancelha, encarando-o.
O André segurou o outro braço, mantendo os nossos corpos próximos e os olhares focados um no outro. Senti o nervosismo a desenvolver-se no fundo do meu estômago.
Levou a mão à minha bochecha, sem nunca desviar os olhos dos meus. Senti então um dos seus dedos percorrer os meus lábios lentamente.
Passou a língua pelos próprios lábios, parecia hipnotizado.
- Vais demorar?
A pergunta soou num sussurro, o que não era a minha intenção. Vi-o a sorrir, aumentando os nervos.
Quando finalmente me ia beijar, ouvi uma tosse fingida. Reparei que os meus pais nos observavam, deixando-me tão paralisada e chocada.
Queria um buraco para me esconder, enquanto o André se afastava. Ao olhar para o casal, percebeu quem eram. Não esperava que se apresentasse aos meus pais, aquilo que fez.
- O que estão aqui a fazer?
- Deves pensar que a tua conversa me convenceu. Sabia que andava qualquer coisa a escapar-me!
- Disse a verdade, somos amigos. - O meu pai continuou a provocar. - Bem, é melhor irmos embora. Desculpa André, depois falamos.
- Sem problemas.
Colou os lábios à minha testa, despediu-se dos meus pais e adentrou no carro num instante.
Quando o André se afastou, a minha mãe começou a gargalhar, assim como o meu pai. Encarei-os bastante irritada, percebendo que estavam satisfeitos por me terem envergonhado.
Revirei os olhos, caminhando até ao meu carro. Bati com a porta, ligando o motor e arrancando para casa. Peguei no telemóvel pouco depois.
Instadirect - andrehorta10
@matildesofia: Onde é que estás?
@andrehorta10: Perto da tua casa
Comecei a abrandar mais a velocidade, ao reparar nuns sinais de luzes. Parei o carro à frente do dele.
Rapidamente saiu do carro.
Apressei-me a sair também, caminhando na sua direção. Antes que se pronunciasse, inclinei-me e levei os meus lábios aos dele.
Rapidamente as suas mãos apertaram as minhas ancas. O beijo desenrolou-se com tanta naturalidade, que não queria separar-me dele tão cedo. Segui os seus lábios durante longos minutos, até que se afastou por fim.
- Foda-se, devia de te ter beijado antes.
- É esse o teu problema Horta, falas demais. - Pisquei-lhe o olho, voltando a entrar no carro.
- Não vais para casa, pois não? - Fechei a porta, trancando-a. - Estás a gozar com a minha cara Matilde!? - Atirei-lhe um beijo e comecei-me a rir.
Um sorriso preencheu o rosto dele.
Conduzi para casa, levando uma das mãos aos meus lábios. Não sabia que o André era tão...
Coloquei o carro na garagem e entrei em casa, encontrando os meus pais na sala de estar. Ignorei-os, subindo logo as escadas para o quarto.
Estava possessa com eles, mas aquele beijo impedia que fosse discutir, o que faria noutra ocasião.
O meu telemóvel vibrou.
Instadirect - andrehorta10
@andrehorta10: Acho que estou apaixonado
@matildesofia: 😂😂
@andrehorta10: 🔥🔥

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TRUST ➛ ANDRÉ HORTA
FanfictionOnde Matilde Rodrigues quase é atropelada pelo número 8 do Benfica