Matilde Rodrigues
- Vou ter o jantar hoje.
- Festejar o tetracampeonato de todas as formas possíveis. - Rebolei na cama, levando o lençol atrás.
Eram horas de almoçar, apesar de nenhum de nós querer sair da cama. O André combinou encontrar-se com uns amigos e com os jogadores mais cedo, o que nos roubava o tempo.
Sabia que tinha de me levantar, deixar que o rapaz se preparasse e continuasse a celebração. Ao encarar-lo, reparei que estava pensativo.
- Hum... Queres vir? - Fiquei um tanto confusa. - Ao nosso jantar.
- A sério?
- Sim... Nós temos esta cena que gosto, achei que querias acompanhar-me. - O André mostrou alguma insegurança. As palavras fugiram-me.
Sentei-me num ápice, sustentando o lençol com um dos braços. Nem sabia o que lhe dizer.
Que resposta dar, estava surpreendida com o seu convite.
- Diz qualquer coisa!
- Não estava nada à espera! - Admiti, sentindo o meu rosto a aquecer. - Sim, eu aceito o convite.
- Tanto suspense para aceitares! - Não deixei de lhe sorrir.
Confesso que estava bastante feliz.
Não tínhamos nada em concreto, dai o convite me ter deixado tão apreensiva e sem saber o que dizer. Porém, também gostava da nossa cena.
Gostava principalmente da personalidade do André e do que tenho vindo a conhecer dele.
- Mas André... O que vou usar?
- O que usas normalmente Matilde, não te preocupes com isso.
- Claro que preocupo! Tenho que estar à altura de um jogador do Benfica! - Ele revirou os olhos.
Mostrou-me um sorriso matreiro.
Inclinou-se para mim, beijando os meus lábios. Comecei a deitar-me, visto que o André fazia alguma pressão para que o fizesse.
Aproximava-se cada vez mais de mim, sem deixar os meus lábios.
Passeou ambas as mãos pela minha barriga desnuda, descendo o lençol até me expor aos seus olhos.
Mordisquei os meus lábios.
- Tens que ir ter com eles! - Empurrei-o ligeiramente, sentando-me sobre o seu corpo nu. - Por isso levanta-te! Preciso de escolher o que levar!
- Tu é que te metes em cima de mim e ainda dizes para me levantar! - Sentou-se comigo ao colo. - Quem diria que íamos estar assim.
Revirei os olhos, saindo de cima do André. Levei o lençol comigo, deixando o rapaz nu na cama.
Ouvi as suas gargalhadas, sentindo-me observada a apanhar a roupa.
Entrei na casa de banho, vestindo-me antes que o André tivesse a ideia de vir ter comigo e se armasse em engraçado, como tanto gostava.
Dobrei o lençol, colocando aos pés da cama. O rapaz entrou no duche, mesmo comigo a tirar a maquilhagem. Prendi o cabelo no cimo da cabeça, deixando por fim a casa de banho.
Como o André tinha horas marcadas com a equipa, acabei por avisar que me ia embora.
Avisou que me enviava mensagem com os detalhes do jantar.
Assim que sai da sua casa e entrei no meu carro, peguei no telemóvel e liguei para o Alexandre. Após entrar no carro comecei a sentir-me nervosa, sentia até uma certa pressão.
As namoradas dos jogadores eram elegantes e bonitas. Provavelmente iam com vestidos deslumbrantes e depois a Matilde campónia ali.
- Seja em aparecida! Onde andas?
- Acabei de sair da casa do André e vou ter à tua. Preciso de ajuda urgente! E tu és rapaz! Despacha-te!!
- Calma lá! Ajuda para o quê? - Ouvi-o a soltar uma risada baixa.
- O André convidou-me para o jantar com a equipa! Preciso de estar bonita e elegante Alexandre!
- Normalmente qualquer rapariga ia pedir a outra rapariga! Porque queres que me enfie contigo em lojas de roupa se sou rapaz?
- Porque será? Quero agradar a olhos masculinos, não femininos! - Respondi como se fosse óbvio.
- Estou tramado contigo!
- Por favor!!! Alexandre, não posso fazer figuras não achas? Já estou mais nervosa que sei lá eu!
- Porque não pedes ajuda ao André? É ele que tem de gostar.
- Vê-se mesmo que és gajo, porra!
Coloquei o telemóvel no suporte e liguei o motor, pois continuava à porta do prédio do André.
Consegui convencer o meu melhor amigo a acompanhar-me pelas lojas de roupa de mulher ao fim de uma grande insistência e chegar à sua porta. Entrou no carro a implicar comigo.
- És mesmo gaja, porra. - Revirei os olhos, ouvindo-o rir. - Isso está a ficar sério com o André...
- Pois! O problema é esse, não há nada concreto entre nós.
- E precisa de haver?
- Sei lá... Depois do que aconteceu com o João, quero ter as certezas de tudo! E sei que não se pode controlar tudo, mas é começa a assustar.
- Exato Matilde, sentimentos não se podem controlar. Nem sempre são uma certeza... Sabes disso.
- Espero que não volte atrás.
Suspirei nervosa, só de pensar no que podia acontecer esta noite.
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TRUST ➛ ANDRÉ HORTA
FanfictionOnde Matilde Rodrigues quase é atropelada pelo número 8 do Benfica