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Matilde Rodrigues

Estávamos a três dias do primeiro jogo da pre-época do Benfica.

Aproveitava o tempo com o André, visto que no dia seguinte viajava para a Suíça com a equipa. Estava feliz por ele e ansiosa para que voltasse aos jogos e a entrar em campo.

Mesmo que não fosse tantas vezes, esperava que jogasse. Ao contrário dos jogos da época anterior.

Ele já merecia um voto de confiança, agora com o Pizzi em Lua de Mel e com os novos jogadores, podia ser opção. Só esperar para ver as decisões.

Observei a equipa a deixar o centro de treinos, Horta vinha a fugir do Almeida e este a ameaçar segui-lo.

Reparei nos vários jogadores novos da equipa, inclusive o novo guarda-redes e  defesa. Reconheci alguns rostos, pois as fotos estavam nos jornais. Para além do meu pai comentar bastante.

Aproximei-me do rapaz com um sorriso nos lábios. Logo, o André pegou no telemóvel e fotografou-me.

- André!

Soltou uma risada curta, enrolando os braços na minha cintura.

Claro que os comentários se fizeram ouvir, fazendo com que me escondesse atrás do seu corpo. Reclamou com eles, visto que estavam a olhar.

Acabei por gargalhar. Aquele miúdo era uma criancinha de três anos. Assim que a equipa se afastou, voltando a agarrar-me pela cintura. Beijocou o meu rosto e depois os meus lábios.

- Isso é tudo por causa de amanhã?

- Sim! Vão ser uns cinco dias. - Levei-o até ao meu carro. - Os teus amigos vão almoçar connosco, não é?

- Vou passar pela casa da Carolina e o Alex vai lá ter com o Miguel. Ainda não sei onde vamos almoçar, mas devemos ir para a minha casa.

- A tua casa parece-me bem. É calmo e estamos mais à vontade.

- Envia mensagem ao Alexandre, diz que vamos para minha casa. - Pedi-lhe, pois a mala estava aos seus pés.

O rapaz enviou a mensagem.

Durante o caminho até à casa da Carolina, o André comentava os treinos e a prestação dos novos jogadores. Pelo que dizia, integraram-se bastante bem, o que facilitava.

Pousou a mão na minha perna, numa tentativa de me distrair. Reclamei com ele, acabando por me rir. Pouco depois, estávamos parados.

A Carolina estava um pouco atrasada, o que me fez deslocar o motor.

- O teu querido respondeu.

- Ó André, ainda com isso? - Brinquei, ouvindo-o a rir. - Ele disse que estava a caminho com o amigo.

- Comporta-te! O Alex quer conhecer-te e tem boa imagem de ti!

- Como se o contrário fosse possível!

Revirei os olhos.

Entretanto a Carolina decidiu sair de casa e entrar no carro. Pelo caminho, a lagarta puxava assunto com o André, o que fez com que começassem a trazer o futebol e a rivalidade.

Confesso que tinha a sua piada. Acabei por gravar um vídeo da discussão deles e publicar nas histórias.

Ao fim de longos minutos, estávamos a decidir o que íamos almoçar.

Tal como esperava, os rapazes facilmente se juntaram a falar. O André e o Alexandre estavam a entende-se. Já eu e a Carolina, ficamos encarregues de cozinhar para as princesas.

Ouvia gritos e provocações, visto que se desafiavam no meu jardim. Fizeram da minha bola de voleibol, uma de futebol e corriam feitos loucos.

- Menos mal, menos mal! - A Carolina comentou, olhando pela janela. - Deves estar realizada!

- Ainda estou a processar, mas sim.

- Espero que agora seja de vez, estavam a empatar demais Matilde.

Concordei com a rapariga.

TRUST  ➛  ANDRÉ HORTAOnde histórias criam vida. Descubra agora