22

2K 92 4
                                    

Matilde Rodrigues

- Mas como é que estão na piscina com este tempo? Está frio!

Reparei que a Carolina usava uns calções e uma camisola mais fresca, tal como a maioria das raparigas presentes na festa no terraço,

O Alexandre estava com calças, mas de manga curta. Sabia que tinha vestido os calções de banho por baixo.

Depois existia eu.

Usava um casaco e calças. Estava com uma camisola de alças por baixo, com o casaco a cobrir.

Nem tencionava tirá-lo, mesmo que a piscina estava a ser aquecida e com ela, o clima à volta, devido à cobertura que foi colocada para fazer efeito de estufa e aquecer o ambiente.

Segurava uma vodka limão na mão, não queria ser a única a não beber. Era suficiente estar demasiado vestida para a festa que era.

Alguns amigos do Alexandre encontraram-se connosco. Fiquei mais animada ao vê-los, visto que há imenso tempo que não saímos juntos. Ás vezes passavam pela loja, mas raramente nos falávamos no local.

Eram também amigos do João, o que me deixou desconfiada. Era provável o rapaz estar no terraço.

- E então miúda, tudo bem? - O Miguel enrolou o braço nos meus ombros. - Já não te via... Desde que voltaste. E agora estás solteira! - Riu-se.

O Miguel era dos que menos tolerava o João. Lembro-me de ter estado com os rapazes na noite da traição.

Ouvi as gargalhadas dele, perante a tenteava do Miguel. Acabei por me rir e ele beijou o meu rosto. Fiquei passada com o acto, mas não me chateei.

Eram muitos anos a lidar com o loiro, sendo o mais palerma.

- Agora a sério, estás fixe?

- Podia estar melhor, mas nada que não passe com o tempo. - Admiti honesta, o pessoal estava preocupado.

- Mereces melhor que esse anormal, só de olhar para ti...

- Deixa de ser parvo! - Gargalhei, acabando por lhe dar um leve murro no braço. - Tens que arranjar namorada, já começavas a ser insuportável.

- Estou a tentar, mas não queres.

Ouvi novamente as gargalhadas deles, apesar de Rodrigo nos ter interrompido e feito olhar em frente.

Encontrei o meu ex-namorado a beijar a rapariga com quem me havia traído e ainda disse que não tinha intenção, ou que não teve significado.

Claro que tinha mentindo.

Se me traiu, era porque havia algo. Seja ou não uma mera atração.

Tirei o telemóvel do bolso, ignorando a presença do João. Principalmente, pelo olhar de cada um à minha volta.

Comecei a tirar fotos com eles.

Longos minutos se passaram, já estava no quarto copo de vodka limão. Atirei o casaco para a mesa onde o Miguel, Alex e Rodrigo estavam, pegando na mão da Carolina depois.

Puxei-a até à zona onde dançavam, visto que a namorada do Rodrigo já nos tinha chamado antes.

A Vanessa estava com a Inês, uma das amigas mais próximas.

- Finalmente!

Festejou, após dar pela nossa presença perto dela. Cumprimentei a Inês, sendo uma pessoa com quem não tinha muita afinidade e proximidade.

Porém, conhecia-a e não tinha nada contra ela. Até a achava boa pessoa, era amante de festas.

Das poucas vezes que não cruzamos era ambiente de festa ou convivo.

- Vou-lhe arrancar os dentes.

A Carolina comentou, deixando-nos confusas. Em meros segundos, percebi o porquê de ter dito o que disse. João e o seu ar inocente.

Parou à minha frente com um sorriso nos lábios, passeando o olhar pelo meu corpo à descarada.

- Queres alguma coisa?

- Gostava da falar contigo. - Arqueei a sobrancelha. - Da última vez... Estavas muito ocupada com o outro. - Começou a aproximar-se mais.

- Dessa vez não tínhamos nada para falar e agora muito menos. - Retorqui, sendo bruta para ele.

Tentei passar pelo rapaz, reparando no olhar atento do Alexandre.

Conforme me aproximei da mesa, senti a mão dele no meu braço. Virei-me um pouco agressiva, pronta para empurrar o rapaz com força.

Detestava estes escândalos.

No entanto, comecei a ver uma feição familiar a aproximar-se também, com cara de poucos amigos.

- Passa-se alguma coisa? - Pertuntou, o João largou o meu braço.

Porém, continuou muito perto.

- Já tenho as bebidas, vamos? - Encarei o André, que me entregou um copo. - E tu desaparece meu.

Entrelaçou os nossos dedos sem partir os olhares com o João.

(...)

Não tenho escrito muito agora, nem desta nem da Shadows.

No entanto ainda tenho uns doze capítulos de reserva, vamos lá ver se não se esgotem

TRUST  ➛  ANDRÉ HORTAOnde histórias criam vida. Descubra agora