Matilde Rodrigues
Tinha acabado de estacionar diante do edifício indicado pelo André.
Ao contrário dos outros dias, não me sentia tão nervosa ou reticente de estar na sua companhia. Nem mesmo após o beijo da noite anterior.
Era dia de clássico, o jogo preocupava-me muito mais que o próprio André. Os nervos para o mesmo eram suficientes, não havia espaço para mais. Quero um jogo limpo e vibrante.
Toquei à campainha dele, ouvindo-o pelo comunicador. Sorri para a câmara, para que abrisse a porta.
Entrei no elevador, carreando no botão para o quinto piso.
- Já tens no canal, certo?
Foi a primeira coisa que lhe perguntei, entrando pelo seu apartamento. O som estava alto, facilmente me apercebi que o André estava ansioso.
Reparei em pipocas, cervejas e batatas fritas na mesa do centro. Sentou-se ao meu lado e o jogo começou.
Logo aos sete minutos, o árbitro assinalou pênalti a nosso favor. Jonas a bater e a fazer o primeiro golo, aos sete minutos de jogo. Confesso que elevei a esperança para a vitória.
No entanto, tudo podia acontecer.
Principalmente, por conhecer a tática de jogo do Benfica. Marcam ao início e começam a desistir do jogo, acabando por não correr muito bem.
O Porto estava bem no jogo, apesar de um ou outro lance mais perigo que me deixava sem ação.
- Vou ter um AVC. - Deixei escapar, ao terminar uma cerveja.
- Ainda falta uma parte!
- A equipa já começa a adormecer, espero que voltem mais fortes. - Levei uma batata à boca. - Cada vez que olho para o Maxi fico aziada.
- Os adeptos ficaram desiludidos com a saída e com as atitudes dele.
- Uma coisa é sair, outra é difamar o clube onde jogou tantos anos. Meu, não há necessidade disso.
O André concordou comigo.
Cinco minutos após o começo da segunda parte, o marcador mudou e eu só quis partir alguma coisa.
- Não acredito nisto! - Atirei os braços ao ar. - E ainda por cima ele! - O André olhava-me em silêncio. - Foda-se, podia ter sido qualquer um!
Levantei-me do sofá, começando a andar de um lado para o outro. Estava tão irritada pelo facto do Maxi ter feito o empate. Porquê ele? Alguém virou as costas e ainda difamou o clube.
Conseguia ser pior que o Talisca, apesar de não ficar muito atrás. Fiquei longos minutos de pé.
O restante jogo baseou-se em inúmeros ataques à baliza do Porto. Ou o jogador falhava ou o Casillas decidia brilhar. As defesas foram muito boas.
O jogo terminou num empate.
- Que puta de jogo. Até a bola era do Porto! - Elevei o tom de voz e comecei a andar e a reclamar.
- Matilde... Estás a deixar-me inquieto, para de andar! - Levantou-se. - Não há nada a fazer agora. - Tentou atenuar os meus nervos.
Segurou ambos os meus braços.
- Nada está perdido, ok? Continuamos a liderar o campeonato.
- Eu sei André, mas é frustrante.
- Sabes com quem estás a falar? - Levou a mão ao meu rosto. - Vai haver disputa até ao último jogo.
Respirei fundo, pousando a mão sob a mão do André. Forcei um sorriso, sem desviar o olhar dele. Colou os lábios ao meu rosto, afastando-se.
Fiquei a olhar para ele, que levava as cervejas vazias para o lixo. Usava umas calças de fato-treino largas e a camisola era igualmente larga. Andava descalço pelo apartamento. Pelo cabelo, parecia ter acabado de acordar.
Provavelmente deve-se à quantidade de vezes que passou as mãos nos mesmos, durante o clássico
Ajudei-o a arrumar a sala também.
Alexandre
- Espero que a azia não seja muita!
(read 22:30pm)Alexandre
- Alguma vez fiquei aziada? 🙄
(sent 22:31pm)- Os meus amigos adoram provocar-me com futebol. - Comentei com ele. - Este é benfiquista e ainda assim...
- És um alvo fácil. - Gozou, o que me fez esmurrar o braço dele. - É verdade!
Alexandre
- Vem chorar comigo! E com a Carolina, estamos no bar à tua espera!
(read 22:35pm)Alexandre
- Logo com uma sportinguista? Passo
(sent 22:36pm)- Podes ir.
- Não precisas de fazer esse papel. - Ele riu-se. - A não ser que queiras que me vá embora.
- Achas? Estás muito bem aqui. - Olhei para ele, que me sorriu.
(...)
SOMOS TETRA CRL
"E o Carrillo é campeão!" Esqueçam, o que me ri com ele. Tirando a cena dos cumprimentos ao Bruno de Carvalho, o Carrillo sentiu tudo à lampião!
Referindo também a felicidade do Lindelof e do Cervi. E a forma como o André Horta sentiu o tetra, a forma como festejou... Meu, que amor genuíno ao clube.
Eliseu e a sua vespa a dar que falar!
Benfica a fazer história! Foi uma época bastante complicada a partir de Janeiro deste ano, mas terminamos a festejar novamente.
Li uma notícia sobre a saída do Ederson, Nelson Semedo e Lindelof, que espero que seja mentira. São tão fundamentais para a equipa, espero mesmo que não nos deixem.
ANYAWAY I'M SO FUCKING HAPPY
(Desculpem leitoras sportinguistas, portistas ou de outro clube)

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TRUST ➛ ANDRÉ HORTA
FanfictionOnde Matilde Rodrigues quase é atropelada pelo número 8 do Benfica