Túnel

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O vento soprava e se fazia imaterial em meu rosto, trazendo consigo cheiro de fumaça e pinheiro, em nada diassonantes com o céu azul e infindável. Fecho os olhos, aumentando o volume da melodia no rádio e desejando que o túnel mais à frente simplesmente desaparecesse — impossível. Encaro, então, as luzes amarelas monótonas e de formas disformes sem compreender sua existência. O final do grande tubo cimentando está à frente, o céu azul me chamando como um farol, e pisco para as lanternas e o cheiro tóxico de combustível queimado. E acelero.

Ana InconsequenteOnde histórias criam vida. Descubra agora