Se eu pudesse fazer um manual de mim, faria. Desculpar-me-ia pelas incoerências, explicaria as lágrimas e pediria compreensão com os egoísmos. Descreveria expressões faciais que mãe que é mãe ainda não desvendou e pouparia o trabalho e o esforço de quem está sempre perto de mim, talvez convidando para a minha vida mais pessoas que entendam a vergonha que tenho das minhas poesias.
Desvelar-me-ia tal como alcachofra desmembrada, expondo o azedo coração tão raro sobre uma pizza refinada, esclarecendo mistérios e perguntas jamais formuladas. Talvez, porém, o manual demonstrasse uma pessoa tão diferente da rija folha externa da alcachofra de tal forma que seu leitor repudiasse o que realmente há, buscando pelo inexistente e se intrometendo no inesperado. Outra advertência para quem o lesse.
Esse documento ficaria tão longo que prefiro continuar a insistir em explicá-lo apenas com olhares.
***
E então, o que há em sua alcachofra interior?
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Ana Inconsequente
AcakUm conto, uma crônica curtinha ou um poema feito com palavras inconsequentes, muito amor e atualizações constantes. As fotos do início dos capítulos são de minha autoria ❤️ (Não deixe de conferir Ana Aleatória, que concorre ao #TheWattys2016) Feed...
