Tumblr Girl 2 // Cameron Dallas

4.8

Me encaro no espelho, minhas olheiras estão enormes, passo a mão pelo meu vestido preto e suspiro.

-Vamos? -Cole pergunta e nego. -Ei, ele não gostaria de te ver assim. -Falou.

-Eu sei, mas não consigo-Digo com a voz embargada e ele me abraça por trás.

-Eu vou estar lá com você. -Me ofereceu o braço e me apoiei nele.

-Eu sei que vai, você sempre está comigo -Dei um beijo em sua bochecha e saímos do quarto.

Todo o pessoal estava na minha casa, Nash segurava o Henry, Cameron dormindo no sofá e o resto estava em pé. Quando me viram acordaram o Cam que se levantou e me olhou com pena, igual todos os outros.

-Não me olhem com pena- Falei e sai do braço do Cole e fui abraçar o Luke que chorava silenciosamente, me abraçou com mais força.

-Vamos? -Matt perguntou e assentimos.

Entramos no carro em silêncio e assim foi todo o caminho até a igreja. Chegando lá vi MUITAS fãs no lado de fora e fiquei com medo de elas começarem a gritar e tirar o foco de hoje. Dei uma mão para o Cole e outra para o Luke e saímos do carro, na hora que saímos todas as meninas e alguns meninos, nos olharam, abaixaram seus celulares e falaram em coro.

-Estamos com vocês, para o que der e vier -Disseram em coro e comecei a chorar, olhei para o Luke que chorava olhando para elas, o abracei e agradecemos ao pessoal ali fora. Olhei para o Cole que estendia a mão para mim, peguei a mão e entramos na igreja com toda a magcon atrás, la na frente podia ver o caixão isso só me fez chorar mais, sentei do lado da minha mãe na primeira fileira e a abracei.

O pastor que convidamos para falar, ele foi uma pessoa muito boa na minha vida, mas isso é uma outra história. O pastor começou a falar e pude ver que estava se aguentando para não chorar, ele não conhecia o Noah mas do jeito que eu falava dele, ele sabia o quanto eu o amava.

-Alguém da família quer falar algo? -Olhou em nossa direção.

Ouvimos um alvoroço na parte de fora e uma gritaria, me levantei rapidamente limpando as lágrimas e corri para fora. Abri a porta e vi todas as fãs na frente da igreja com os seguranças segurando elas.

-O que está acontecendo aqui??? -Gritei baixo e as fãs abaixaram a cabeça, vi um menino no chão com o lábio sangrando e corri para ele. -Quem fez isso?

-Ele foi perguntar se pelo menos duas pessoas podiam entrar na igreja para ver, mas ao invés de responder ele deu um soco nele. -Uma garota que segurava a cabeça dele falou. Olhei para o segurança.

-Isso é verdade? -Perguntei e ele assentiu. -Deixe essa porta aberta e deixe que todos assistam. Mas por favor pessoal, tenham respeito e sem filmagens -Assentiram e voltei para o meu assento com todos me olhando.

-Como eu perguntei antes, alguém da família quer dizer algo ? -O pastor perguntou e olhei para os lados.

-Mãe, quer ir ? -Sussurrei e ela assentiu.

-Quero, só não sei se vou conseguir ficar em pé lá -Falou e me levantei com ela, fomos até o lado do caixão e minha mãe passou a mão pelo rosto dele, contornando sua testa, os olhos, o nariz e a boca.

-Tão perfeito o meu menininho, o mais novo dos três, quando engravidei dos meus bebês, soube que iria me apegar com o meu mais novo, quase todo mundo é assim certo? -Deu um sorrisinho. -Na hora que você nasceu meu filho, a enfermeira te trouxe para o meu colo e meu Deus, você era tão lindo, talvez você tinha uma cara de joelho, mas para mim você era lindo, e eu não fui a única que achei isso, a enfermeira te tirou dos meus braços e falou que eu já tinha dois, e ela tinha nenhum, te tirou do quarto e nunca mais voltou, eu gritava, esperneava, mas ninguém do hospital sabia quem era ela, vivi muito tempo da minha vida com agonia sem você, e quando você volta, só alegria, só amor, os meus três bebês juntos. -Soluçou e abracei ela. -Eu pra sempre vou te amar meu bebe, eu...eu, eu não sei até quando viverei, mas até lá, você sempre estará no meu coração -Deu um beijo na bochecha gélida dele e se apoiou em mim chorando muito, enterrei meu rosto em seus cabelos e me permiti chorar também. Cole veio nos buscar mas pedi só para levar minha mãe.

Cheguei bem pertinho do caixão e sorri para o rosto do meu príncipe.

-Talvez tenha sido o destino querendo dizer algo para mim, mas quando eu era pequena eu sonhava em casar com um menino chamado Noah -Dei uma risada em meio às lágrimas. -Provavelmente eu ainda estou no estágio de negação porque cara, como pode alguém tão maravilhoso morrer, uma pessoa tão boa, com o coração puro, que ama todos a sua volta, mas o homem que dirigia o outro veículo sobreviver, um homem que estava bebendo, com cheiro a cigarro, aquela pessoa viver, isso não faz sentido. Passei a maior parte da minha vida achando ter só um irmão gêmeo, dai do nada descubro que tenho dois, no começo não fiquei TÃO feliz assim por ter que dividir mais Ainda a atenção, mas eu era a que mais te dava atenção, porque ja vi a química entre nós três, parecia que nunca tínhamos nos separados, mas agora é pra valer, nos separamos irmão -Levantei os olhos para as lágrimas não descerem -Talvez fisicamente, mas para sempre somos trigêmeos, dois meninos e uma menina, a menina do meio que os dois protegem com todo o custo, os três irmãos que se protegem, mas eu não pude te proteger nesse dia, me desculpe maninho. -Respirei fundo -Eu te amo tanto -Desabei no chão e comecei a chorar, olhei em volta e não tinha uma pessoa na igreja que não estava chorando. Cole segurava minha mãe e vi duas mãos me erguendo e me abraçando, fazendo carinho no meu cabelo e sussurrando coisas lindas sobre meu irmão no meu ouvido. Me levou para a fileira e sentou do meu lado, vi meu filho correr para o caixão e começar a gritar.

-NÃO TIO NOAH, NÃO VÁ -Quando vi essa cena de um menininho chorando com tanto desespero comecei a chorar mais ainda. Vi Cameron se levantar do meu lado e pegar ele, Henry correu para o meu colo e deitou no meu peito, chorando tudo o que tinha para chorar, e eu acariciando seus cabelos.

-Mamãe, eu te amo mais que tudo tá? -Falou e eu sorri para ele.

-O que esse desgraçado está fazendo aqui -Ouvi minha mãe sussurrar e olhei para trás vendo um homem olhando para ela.

-Quem é mãe? -Perguntei e ela revirou os olhos.

-O teu pai.