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BamBam se sentia desconfortável num sofá onde metade dele estava sendo utilizado por Jackson e Mark para demonstrações de afeto em público. Ele estava ao lado de Yugyeom que provavelmente fingia não ver aquilo assistindo TV. YoungJae já havia ido para casa a um bom tempo, com uma amiga que viera o buscar. Já havia algum tempo que eles estavam fazendo aquilo, desde que se sentaram no sofá, eles se beijavam. BamBam se levantou e puxou Yugyeom pela mão, para o andar de cima, se os outros haviam percebido ou não ele não se importou. Ele o levou em silêncio até o quarto de visitas, mas Yugyeom o parou antes que entrassem lá.
-Vem. -chamou BamBam. -O que foi?
-Eh... nada. -disse olhando os pés e se balançando.
-Está com vergonha? -BamBam perguntou se aproximando e olhando seu rosto que ele insistia em esconder apenas olhando para baixo, mas BamBam era menor que ele e conseguia se encaixa ali para vê-lo. -Está corando.
-Não estou não. -resmungou virando de costas.
-O que foi então? -BamBam o abraçou por trás mesmo que ele fosse uma criança grande e foi o virando para o quarto. -Desistiu de mim?
-Não mas...
-Não vamos transar, seu pervertido. -BamBam riu e o forçou a entrar no quarto. -Talvez.
Yugyeom se sentou na cama de casal e olhou ao redor um pouco desconfortável enquanto BamBam o assistia ao lado da porta. Ele olhava o armário, a escrivaninha e até o piso como se procurasse uma forma de escapar dali. BamBam se sentou ao seu lado na cama e o cutucou nas costelas fazendo-o saltar.
-Qual o problema? Nunca foi para um quarto com alguém?
-Não. Quero dizer, já, mas não é isso. -riu passando uma mão na outra, nervoso. -É estranho ficar num quarto... com o meu crush do sétimo ano. -ele riu e se virou para BamBam. -Poucas pessoas têm essa sorte, de ter chance com o crush de infância.
-Tirei seu sono?
-Muitas vezes. -ele se deitou e encostou a cabeça na perna de BamBam. -Acho que eu não tirei o seu.
-Desculpa. -BamBam riu e mexeu nos cabelos dele. -Eu... enquanto você estava longe, eu só construí uma reputação terrível.
-Eu ouvi falar. -Yugyeom pegou a mão de BamBam e a pôs sobre o seu coração. -Meus "amigos", me viram com você e vieram falar besteira.
-Besteira? -BamBam perguntou apreensivo.
-É contar histórias, besteiras.
-Você acreditou? -ele segurou o fôlego e esperou a resposta.
-Eu devia? -ele esticou o pescoço para ver BamBam e esse evitava olhar, pois sabia que muitas das "besteiras", eram verdades.
-Devia. -BamBam assentiu e suspirou. -Não vou te enrolar, talvez seja verdade e provavelmente é. Oque quer que tenham te dito.
-Ok. -Yugyeom se virou de lado e se aconchegou no corpo de BamBam, puxando seu braço sobre ele. -Eu não me importo. Eu gosto de você.
BamBam riu, como aquela pessoa podia existir, ele pensava, Yugyeom havia chegado na melhor hora. Tocando os cabelos dele, BamBam se inclinou e beijou a bochecha de Yugyeom. O outro riu e entrelaçou seus dedos aos de BamBam.
-Obrigado. -sussurrou BamBam. -Algumas pessoas me ignoram por causa disso.
-Pessoas me ignoravam porque eu era gordo. -Yugyeom disse melancólico, encarando os dedos de BamBam e os contando várias vezes. -Você também não me ignorou. -ele se levantou e se sentou de frente a BamBam, com as pernas cruzadas, lembrando a BamBam das garotinhas da escola da sua prima que faziam balé, elas sempre faziam isso e gritavam para a mãe que aquilo era uma borboleta. -Estou retribuindo o favor.
-Ah, então está aqui só para retribuir favor? -BamBam perguntou se encostando na cabeceira da cama e abraçando um travesseiro.
Yugyeom riu e negou devagar olhando para as suas mãos, desde que havia visto BamBam na cafeteria, seu coração estava tirando as teias de aranha e voltando a bater mais forte sempre que o via. Faziam anos desde que ele sumira da vida de BamBam e apesar de fisicamente ter mudado muito, ele ainda gostava muito de BamBam.
-Vou recompensar os anos que perdemos, BamBam. -disse puxando um fio solto da calça, enquanto BamBam o olhava curioso. -Vou te fazer perceber que... -ele riu -Você só ficou com essas pessoas, e só deu errado com todas elas, porque elas não sou eu.
BamBam riu nervoso e apertou mais o travesseiro, realmente em todos aqueles anos ninguém havia o completado, mesmo que ele tenha se iludido com alguns. BamBam atirou o travesseiro nele e bateu as mãos na cama.
-Ah, porque você fica fazendo isso?! -disse cruzando os braços. -Fica me fazendo ficar nervoso, eu-eu... estou até gaguejando!
Yugyeom riu e se jogou de lado na cama, continuando a olhar BamBam esconder o rosto nas mãos.
-Vamos encurtar distâncias. -ele puxou BamBam pelo tornozelo, mas esse só se mexeu um pouco.
-Estou tentando não ter um ataque cardíaco desde que você me empurrou naquela parede.
-Ok. -Yugyeom ficou de joelhos na cama e o puxou com mais força pelos pés, BamBam escorregou pela cama até Yugyeom estar entre as suas pernas. -E agora?
-Vou morrer. -disse arfando e Yugyeom riu, se apoiou nos braços, cada um de um lado de BamBam, e foi se inclinando. -Olha, escuta. -ele segurou o rosto de Yugyeom pelo queixo. -Você...
-Não vou te iludir, BamBam, olha para mim, eu tenho cara de quem vai fazer isso?
-Você é lindo, claro que tem.
Yugyeom riu e abaixou o rosto para beijar a mão de BamBam que ainda segurava o seu queixo.
-Você acaba comigo fazendo isso. -suspirou BamBam.
-Então vamos fazer assim, se iluda comigo, até você perceber que é de verdade. -ele sorriu e se aproximou mais de BamBam.
-Ei, ei, se você me beijar agora, não tem volta, você vai ter que fazer isso que você disse. -BamBam disse pondo um dedo sobre os lábios dele. -Quer?
-Quero. -disse sem ter que pensar, BamBam semicerrou os olhos para ele e Yugyeom suspirou derrotado. -Ok, espera. -ele se levantou apressando e girou olhando o quarto, até achar oque ele queria, uma folha de papel, ele pegou e a amassou bem apertada. Voltou a se sentar na cama e a estendeu a BamBam.
  -O que é isso? -BamBam perguntou apontando para o papel.
  -Estou te dando bola. -ele riu e a atirou nele, BamBam teve que processar antes de cair deitado, rindo até ficar vermelho.
  -Meu Deus. -disse respirando pesado, ele se sentou novamente e encarou Yugyeom. -Está me dando bola?
  -Desde que nos conhecemos. -Yugyeom engatinhou até ele, BamBam já estava com a cabeça contra a parede quando o outro chegou a centímetros do seu rosto, a respiração acelerada, a vontade de puxa-lo como havia feito com muitos outros. Beija-lo e acabar com aquela enrolação de vez, fazer oque sempre fazia, agir como sempre agia, e novamente errar como sempre errava. Ele abaixou o rosto nervoso. -O que foi?
  -Pode parecer besteira, mas... -ele deu um empurrãozinho nos ombros de Yugyeom e esse se sentou novamente para o ouvir. -Eu não quero ser a mesma pessoa com você. Se me entende.
   -Não, não entendi.
  -Você ainda gosta de mim, oque é incrível, da para ver que você não é como os outros. Você cresceu, assim como eles, mas cresceu longe de mim e de quem me conhece, de quem viu como eu me tornei. -BamBam se sentia muito exposto em abrir seu coração para Yugyeom, mas ele era o único passado que tinha intacto. -Você não assistiu quando eu fui virando a... a pessoa mais fácil do mundo. -disse respirando fundo, evitando palavras mais pesadas e voltando a encarar seus pés. -Você ainda me ver diferente, e eu não quero ser com você como fui com as outras pessoas.
  -Você não é comigo desse jeito.
  -Como você sabe? -BamBam passou as mãos nos cabelos e deitou a cabeça em um ombro. -Você estava longe.
  -Você acha que eu quero transar e ir embora, é isso?
  -Não! Eu não disse isso.
  -Então você acha oque?
  -Que você é a única pessoa que ainda não me ver como uma vadia! -disse logo se arrependendo e abaixando a cabeça. -Desculpe.
  Ele sentiu a cama afundar, por um momento, viu mentalmente Yugyeom se levantando e saindo do quarto, mas não teve barulho de porta, quando abriu os olhos, o viu deitado olhando para o teto, parecia aborrecido e tinha os braços cruzados, como antigamente fazia quando fazia birra. Ainda devia ser um costume.
  -Eu gosto de você desde que você não deixou aquele carinha me bater no sexto ano. Não acredito que você ache que eu possa o ver como uma vadia. -ele franziu o nariz para a palavra e respirou pesado. -Eu não me importo se você já pegou metade daquela maldita escola, ou se tem histórico ruim. Eu não me importo nem um pouco, você continua sendo o mesmo BamBam para mim. -ele se levantou e passou a mão nos cabelos. -Seu grande babaca estupido.
-Eu já pedi desculpas, okay? -BamBam disse pesaroso, mexendo na fronha do travesseiro nervosamente. -Quer o que? Um buquê de flores?
-Um beijo de desculpas? Um abraço? Qualquer um servia. -disse irritado cruzando os braços, BamBam suspirou e riu, mas se levantou da cama e o abraçou, apertado, segurando lágrimas por causa daquilo. Yugyeom não o soltou por muito tempo. - Tudo bem?
-Eu gosto de te abraçar. -admitiu afundando o rosto no ombro dele. -Fica aqui por hoje. Por favor.
-Acho que você precisa de mim hoje. -Yugyeom o afastou um pouco, para o puxar pela mão até a cama novamente, ele tirou os sapatos e deitou, BamBam logo rolando para o seu lado e se aconchegando no seu peito. -Melhor?
-Bem melhor. -disse sendo envolvido pelos braços de Yugyeom. -Eu senti sua falta, Yugyeom.
-Eu também, muitas vezes pelos dias.
-Não, você fez amigos.
-Mas não amores.

Te vejo às 00:00| Hiatus | Markson  ✶Onde histórias criam vida. Descubra agora