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  Mark viu a casa de Jaebum vazia pela primeira vez.
O seu carro estava estacionado a poucos metros da casa de Jaebum, em frente à um carro desconhecido, como se fosse uma visita inesperada na casa da vizinha. Provavelmente ele não o notaria, mas se notasse, deveria ficar em duvida, aliás o carro de Mark não era nada tão esplêndido e único, era um carro popular.
A casa de Jaebum estava estranhamente silenciosa quando Mark entrou. A porta estava aberta, embora não tivesse ninguém em casa. Mark vasculhou os cômodos a procura de alguém. A casa estava vazia. Ele desceu para o térreo novamente e se sentou no sofá para esperar Jaebum.
Mark sentia-se mal, aliás, ao conversar com BamBam mais cedo, havia combinado de o encontrar na casa de Jackson. Queria ver Jaebum antes de todos, e falar a sós com ele sem que BamBam ou quem quer que fosse, estivesse com a orelha colada à porta. Mark riu sozinho e apoiou os pés na mesinha de centro. Era tão estupido quanto YoungJae, haviam sido traídos simultaneamente e mal notaram. Isso é, se Mark estivesse certo, caso contrário, estaria acusando Jaebum erroneamente.
Estava devaneando quando a porta emitiu um clique, ele se sentou alarmado, ereto e com a respiração acelerada. Não estava pronto para brigar ainda, mal havia ensaiado suas falas. Ele tentou se manter calmo, tentando atuar como um daqueles gângsters de filmes que se mantém extremamente calmos em uma emboscada. Mas ele era apenas Mark.
Ele ouviu passos vindos do Hall e se recostou ao sofá. Ouviu também algo sendo jogado no chão, como uma bolsa. Os passos se aproximaram. E então pararam abruptamente à porta, atrás de Mark.
-Hyung? -chamou a voz às suas costas.
Mark se levantou. O nervosismo parecia ter evaporado, pois ouvir Jaebum era sem dúvida um gatilho para sua raiva duvidosa. Ele iria mentir de novo? Ou Mark quem estava errado?
-Jaebum-ah.
-O que está fazendo aqui?
Jaebum se aproximou contornando o sofá, Mark continuava olhando para a tv parafusada a parede, vendo seu reflexo e o de Jaebum ao se aproximar. Encarou o outro pela tv ainda e abaixou o rosto.
-Eu... vim conversar com você.
-Acharam o Jae? -perguntou, preocupado.
-Sim. Ele está bem.
Era mentira, YoungJae não havia dado tantas notícias assim.
-Eu vim aqui, -continuou - Para conversar com você, mas não é exatamente por causa dele.
Mark virou o rosto para Jaebum, e esse parecia apreensivo. Acenou para o sofá, para que Mark se sentasse novamente e tomou conta da cadeira ao lado. Era uma boa distância, Mark pensou, era seguro um para o outro.
-Jaebum-ah, eu preciso que seja muito sincero comigo. Okay?
-Claro.
-O que aconteceu ontem? -Mark o encarou.
Jaebum franziu a testa. Parecia tão em duvida, que Mark cogitou que talvez realmente ele fosse o errado, não Jaebum.
-Ontem? Eu dormi cedo. Isso tem a ver com o YoungJae ter sumido?
-Sim, muito.
-Ele queria que eu ficasse acordado com ele? -Jaebum perguntou parecendo irritado. -Eu tenho que dormir também, sou humano.
-Não. Jaebum, cala a boca. -Mark fez uma pausa pensando na melhor forma de começar aquele assunto. -Vou ser direto. Jinyoung esteve aqui ontem?
  Jaebum empalideceu.
  -Que eu saiba não. 
  -YoungJae pode ter se encontrado com ele ontem à noite, segundo BamBam. -afirmou Mark, olhando para os próprios dedos. -Acha que Jinyoung possa ter dito algo que machuque YoungJae? Afinal, eles nem se falavam tanto assim, YoungJae tinha quase um medo dele.
  A pausa foi longa. E Mark não precisava olhar para Jaebum para saber quão estático ele estava. A sala estava mais quente, como se os neurônios de Jaebum estivessem trabalhado em tamanha velocidade que a energia estava até passando para Mark. Jaebum se levantou, caminhou em frente ao sofá e puxou os cabelos para trás, parecia prestes a chorar.
  -Eu vou matar aquele desgraçado.
  -Por que? Ele pode ter contado das suas traições para o YoungJae? -Mark decidiu atacar o ponto fraco de uma vez. Queria logo a resposta, não podia enrolar tanto. -Ele era um dos seus amantes, Jae?
  -O que?! Não. Hyung, não.
  -Então por que está tão nervoso?
  -Porque... se o YoungJae souber... Deus, se ele souber estou morto.
  Mark de levantou também, seus dedos formigavam para dar um soco em Jaebum. Porém, a ideia murchou dentro dele, quando percebeu que ainda queria respostas claras, e Jaebum não conseguiria falar bem após a perda de sangue que causaria nele. Jaebum ficou tenso quando seu Hyung se levantou, Mark parecia ameaçador naquele dia, seus olhos brilhavam numa chama que ele sabia exatamente oque queria dizer; qualquer palavra errada, e Jaebum veria Mark ser quem ele nunca era, um total descontrole de raiva. Os dois lembravam-se do dia em que Mark brigou com Jinyoung, da vez mais grave, e como ele não parecia ser ele. Nenhum dos dois gostaria de ver esse Mark novamente.
-Se teme tanto que YoungJae descubra isso, Jaebum, então por que continuou fazendo? -Mark enfiou as mãos nos bolsos. -Gosta de o fazer de otario? Nunca pensou em quão ruim isso seria para você, quando eu descobrisse?
-Hyung....
Jaebum levantou as mãos, como um ladrão se rendendo diante a um policial. Mark duvidava que um ladrão tremeria tanto quanto ele.
-Eu sei que o BamBam te disse coisas... horríveis, sobre mim. -ele pausou e fungou. -Mas YoungJae é praticamente a minha família. Ninguém se importa mais comigo do que ele, e eu não posso perdê-lo.
-Ótimo -gritou Mark, fechando as mãos em punhos dentro dos bolsos. -Porque é o óbvio não é? "Eu me importo com você." Então você trai ele? Quantas vezes? Milhares?
-Você está completamente enganado, Mark.
Jaebum tentou se aproximar, com os olhos cheios de lágrimas, mas Mark o empurrou de volta para o seu lugar.
-Você traiu o YoungJae, você machucou ele. -Mark apontou um dedo no rosto dele. -E eu me prometi que se você fizesse isso de novo, eu ia te dar uma surra.
-Eu mereço. -disse Jaebum. -Eu mereço depois ter feito isso. Mas isso aconteceu anos atrás, e ele me perdoou, esqueça Hyung.
-BamBam disse que você o beijou no aniversário de YoungJae.
-Sem querer, era luz negra.
-Se não fosse o BamBam, seria qualquer outra pessoa, então você o traiu sim!
Jaebum parecia desamparado. Andou pela sala, circulando o sofá onde Mark estava, com as mãos na cintura enquanto encarava o chão. Mark acreditava que ele estava formulando uma desculpa.
-Mark, Eu amo ele.
-Não importa, ele consegue superar.
Mark voltou a se sentar, despreocupadamente.
-Você quer mesmo acabar o meu namoro? -gritou Jaebum. -Você devia nos querer feliz!
-Eu quero. Quero muito a felicidade dos dois. Mas antes de tudo, eu quero ver o YoungJae com alguém que não seja um idiota completo.
Jaebum riu, claramente enfurecido.
-Está supondo sem ter provas.
-Provas? -Mark franziu as sobrancelhas. -Onde acha que estamos? Em um tribunal?
-Como pode ter certeza de "traições"?
Mark o encarou por um segundo e também riu, com desdém.
-Jaebum-Ah... não duvide de mim. Sei disso porque BamBam me contou e se eu quiser saber mais - ele jogou os ombros. -Eu posso perguntar a qualquer outra pessoa.
-Está tão confiante assim que a minha vida é um livro aberto?
Jaebum andou em direção a Mark, quando ele estendeu a mão, Mark pensou que iria levar um murro no rosto, mas o punho desviou para apoiar Jaebum inclinado sobre o sofá, com o rosto bem próximo ao de Mark.
-Você não sabe nada de mim, Hyung. -murmurou Jaebum. -Pode me conhecer por todos esses anos, mas você estava tão ocupado no seu relacionamento problemático que você perdeu algumas das melhores partes das nossas vidas.
-Me desculpe. -Mark ironizou. -Eu estava apanhando do seu amante enquanto você vivia um namoro perfeito. -seus olhos brilharam de raiva, e Jaebum não duvidou que estava próximo a levar um soco. -Você também não me conhece Jaebum, como não conhece Jinyoung.
-Acredito que conheço mais do que você.
Mark riu, os olhos marejando. Desviou do rosto de Jaebum por um momento e então o olhou novamente.
-Você... não só traiu o YoungJae, eu imagino. -uma lágrima rolou o rosto de Mark e ele a tirou rapidamente. -Me traiu, traiu o BamBam. Seus amigos, não é?
-Vocês estão me julgando antes de me deixar dizer oque esta acontecendo.
A voz de Jaebum tremia, seus lábios pareciam que haviam acabado de levar um choque e se repuxavam tentando controlar as lágrimas.
Ele se afastou de Mark novamente, passou a mão no rosto e respirou fundo. Mark não sentia pena de Jaebum. Sentia pena de YoungJae e de si mesmo. Os fiéis namorados, que sofreram nas mãos nojentas de dois idiotas. Afinal, qual dos dois havia sofrido mais? Mark sempre achou que entre seus amigos, ele era o único injustiçado, que as vezes apanhava do namorado e que, em diferentes circunstâncias, as coisas podiam se tornar piores. Esse tipo de memória era fresca na sua mente, assim como as noites em que Jinyoung tentou ser doce com ele, contando-o sua vida e seus problemas. Aquilo não havia dado certo, uma briga intensa veio logo depois, foi quando terminaram pela última vez.
-O que quer que eu faça, Mark? -perguntou Jaebum.
Mark arqueou uma sobrancelha. Não estava mais atuando, estava sendo ele mesmo, porém nunca percebera como parecer um vilão era tão fácil. Talvez o namoro com Jinyoung houvesse lhe ensinado algumas coisas, como parecer ameaçadoramente calmo.
-Eu? Eu não quero que faça nada.
Jaebum se virou e franziu as sobrancelhas.
-Nada?
-Exceto, admitir oque fez.
-Admitir? -Reclamou. -Que eu fui o único a ajudar o Jinyoung quando ele precisou?
-Que seja. Quero que admita que traiu do YoungJae. Quero que o deixe livre pra fazer oque ele quiser.
-Eu não estou prendendo ele! -gritou Jaebum. -Ele está comigo porque quer. Ele me perdoou e entendeu que eu estava confuso. Por que você não entende que não é nada do que está pensando?
-Porque é exatamente oque ele está pensando.
Outra voz soou atrás deles, e parecia... ferida?
Mark se virou para a porta novamente. Na entrada do Hall, estava uma equipe que ele não imaginava ver junta novamente. Jinyoung estava à frente dos demais, seus olhos focando em Jaebum como se só ele estivesse na sala. Atrás dele vinham os outros; BamBam, YoungJae, Yugyeom e Jackson.
Jinyoung deu mais um passo à frente e sorriu para Jaebum, parecia o desafiar a alguma coisa. Uma pergunta velada, que só os dois entenderiam oque era. Mark estava no sofá, entre eles dois, sentindo que depois daquela noite, os laços entre seus amigos estariam tão estreitos que até um sopro os desfariam.
-Mark. -chamou Jinyoung.
Chamou de forma doce, como ele fazia pouco antes de explodir com qualquer mínima palavra de Mark. Mas seu foco não estava nele naquela noite, seus olhos cravados em Jaebum pareciam desestrutura-lo.
-Mark, eu lhe disse para me esquecer naquela noite, não disse?
A pergunta não se adequava ao momento, mas Mark assentiu.
-Antes disso preciso lhe explicar umas coisas.
Ele desviou os olhos de Jaebum para Mark. Jinyoung contornou o sofá para se sentar ao lado dele e uma movimentação chamou a atenção de Mark. Aparentemente Jackson já estava mais do que alarmado, pronto para qualquer movimento brusco de Jinyoung.
-Jinyoung. -rosnou Jaebum, quando esse se aproximou do sofá. -Vá embora.
-Por que? Eu acredito que o meu ex mereça minhas explicações, não é? Assim como o seu merece as suas.
O veneno destilado nas palavras de Jinyoung fez Mark estremecer. Ele era tão bipolar, parecia doce em um momento, e de repente a máscara caia e ele virava o ameaçador de antes. O subconsciente de Mark o fez pressionar os cotovelos contra o corpo, como fazia quando Jinyoung o puxava para "conversar", mas estava ali à vista de todos, oque ele poderia fazer?
Jinyoung pareceu notar o desconforto de Mark e se afastou um pouco.
-Veja bem...
-Eu não tenho ex. - interrompeu Jaebum.
-Ah, tem. -disse YoungJae. -Faz umas duas horas que terminamos.
Mark pensou nunca ter visto Jaebum tão pálido, ele não conseguiu falar, as palavras morrendo na sua garganta. Estava tão surpreso quantos os outros, menos Jinyoung não parecia surpreso, Mark suspeitava que tinha dedo dele na decisão de YoungJae.
-Eu avisei. -disse Jinyoung.
-Cale a boca. -Jaebum resmungou enquanto cruzava a sala atrás de YoungJae. -Jae, vem cá. -ele pegou a mão de YoungJae e os dois sumiram numa porta que Mark lembrava ser a cozinha.
-Então. -continuou Jinyoung, olhando de relance os guardas de Mark à porta. -Eu e Jaebum...
-Tiveram um caso enquanto estávamos terminando. -concluiu Mark.
Jinyoung assentiu devagar.
-Já estávamos em nossos últimos dias como um casal. Ele veio tirar satisfações comigo, sobre... bem, você sabe. -ele acenou para o corpo de Mark e ele entendeu a mensagem. -Mas eu consegui amolecer ele.
-Incrível. -disse Mark, desinteressado.
-Suspeitava disso?
-Desde que BamBam me contou da infidelidade de Jaebum, essa ideia surgiu. Sabe, você sumia de vez em quando, e para coincidência, ele também.
-Jaebum ama YoungJae, sem duvidas. -Jinyoung suspirou e depois riu. -Uma pena para mim. Você me amou mas... eu entendo, eu tenho problemas.
-Muitos. -concordou Mark.
Jinyoung abaixou a cabeça. Não parecia arrependido, ao contrário, estava tão calmo como nunca. A alguns metros do sofá, Jackson ainda estava plantado no vão entre a sala e o Hall, enquanto Yugyeom e BamBam estavam sentados no chão, conversando aos sussurros. De todos, os mais novos eram os únicos que não tinham nada com aquela bagunça entre os casais.
  Mark balançou a cabeça cansado.
  -Você fez isso de propósito, não fez?
  -O que? Trair?
  -Não. -Mark suspirou. -Digo, você fez essa bagunça toda entre a gente. Tudo começou de você, não estou tirando a culpa do Jaebum, mas... tudo partiu de você.
  -E de você. -completou Jinyoung.
  -De mim? Eu não fiz você me trair.
  -Mark, você diz que eu fui ruim com você, e eu fui. Admito. -um movimento desconfortável passou entre os amigos de Mark à porta. Jinyoung os olhou de relance e riu. -Não vou me desculpar por isso.
  -Por que não?
  -Porque você foi ruim comigo primeiro.
  -Te ignorei quando disse que estava apaixonado por mim. -Mark jogou os ombros. -Normal. Meu melhor amigo vir me dizer que estava apaixonado por mim, claro que eu fugi. Você ficou magoado com isso?
  -Jaebum me bateu por causa disso. -declarou Jinyoung, como se confessar isso necessitasse de todas suas forças. -Você o contou, ele me bateu. E então... começamos a namorar, mas eu não consegui tirar da minha cabeça isso, oque era mais justo, hã?
  -Justo? -gritou BamBam da porta, se levantando e correndo em direção ao sofá.
  Mark esperava essa reação de Jackson, não de BamBam. Nunca pensou que quem iria bater em Jinyoung naquela noite, fosse BamBam, não ele ou Jackson. Porém, estava tão chocado que mal percebera como BamBam se aproximava rápido, não tinha tempo de impedi-lo. Ele se lançou no ar, pulando o sofá e consequentemente sobre Jinyoung, agarrou com as duas mãos a jaqueta dele e o sacudiu como um boneco. Mark tentou segurar BamBam, mas seus braços não responderam aos seus comandos. Jackson passou correndo ao redor do sofá e agarrou BamBam pelas costas tentando afastá-lo de Jinyoung, mas o tailandês se debatia,  chutando Jinyoung no peito, estômago e ombros. Por um momento, Jackson pareceu conseguir afastar BamBam, mas então Yugyeom bateu sem querer contra as costas de Jackson, os reaproximando novamente.
  Mark finalmente deu conta da briga na sua frente, e segurou uma das pernas nervosas de BamBam, Yugyeom pegou a outra e Jackson o puxou pelas costas. Os três o levaram com os braços trêmulos para uma cadeira longe de Jinyoung, não que fosse difícil de carregá-lo, BamBam era magro, mas ele tinha pernas longas e ágeis em chutes no ar.
  -Me deixa bater dele. Me deixa matar ele, Hyung! -gritou BamBam enquanto era colocado na cadeira.
  Para prendê-lo Yugyeom sentou-se sobre suas pernas e segurou as mãos do namorado.
  -Me... larga. -disse fazendo força para sair. -Yugyeom, me largue agora.
  -Ah... não.
  Jackson se voltou para Mark. Os olhos estavam magoados, Mark não sabia se estava realmente, mas era oque aquele brilho estranho parecia. Ele tentou um sorriso encorajador, mas Wang apenas assentiu e lhe deu um aperto nos ombros.
  -Vai lá. -sussurrou, apontando com a cabeça para o sofá onde Jinyoung estava.
  -Amor...
  -Ei, eu sei que só estão conversando. -Jackson o deu um selinho e tentou forçar um sorrisinho. -Vá.
Mark foi. Ainda preocupado com a reação de BamBam e do namorado, que não havia participado de tudo desde o início, mas parecia mais integrado nisso do que todos. Mark sentou-se no sofá de novo.
Jinyoung estava massageando o ombro chutado, mas quando viu Mark um risinho escapou.
-BamBam cresceu.
-Ele sempre me protegeu. -disse Mark. -Devia esperar que ele fizesse isso novamente.
-Ah, sim.
Jinyoung balançou a cabeça, aparentemente também se lembrava do dia em que BamBam havia lhe acertado um sapato na cabeça ao tentar proteger Mark.
-O que dizia? -perguntou Mark.
-Que você me machucou antes.
-Jaebum, você quer dizer. Isso é ridículo Jinyoung. Você colocou todos nós uns contra os outros. -Mark passou a mão no rosto com um suspiro desaprovador. -Você fez um jogo enorme com a gente, matou dois coelhos com uma cajadada só. Inteligente.
-Eu não queria, mas minha consciência disse que era melhor fazer isso.
Jinyoung sorriu e se levantou.
-Você me tornou um monstro para eles, agora a vez é do Jaebum e consequentemente sua.
-Não me sinto culpado por você. -declarou Mark, sem um pingo de emoção na voz. -Sabe, acho que Jaebum ter lhe batido foi o seu castigo antes de fazer tudo aquilo comigo, e agora você vai pagar pelo que fez com o YoungJae.
Jinyoung olhou torto para o ex-namorado.
-Do que está falando?
-Eu fiz como pediu, eu te odeio, Jinyoung. Pelo que parece todos nós. -Mark Se levantou de novo e ficou cara a cara com Jinyoung. -Agora me diga, quem vai querer ser seu amigo, hum? Todo mundo sabe da fama ruim que você tinha, todos os seus "amigos" são falsos. Tínhamos um grupo, e agora? Para quem você vai ir correndo depois daqui? Para as líderes de torcida? Ah, sim. Os seus amigos do futebol escolar? Melhor, porque não corre para um dos seus amantes? Eles vão te querer eu tenho certeza.
Jinyoung segurou a camisa de Mark e o puxou para perto.
No canto da sala, Jackson assistiu a cena, mas algo o fez ficar ali, talvez a ideia de aquilo - deixar Mark e Jinyoung se resolverem - era o fim deles dois. E então Mark estaria livre de Jinyoung. Ele ficou parado quando viu Jinyoung puxa-lo. Sua vontade era acabar com ele, mas se segurou, para o bem do seu relacionamento.
Porém, Jackson não precisou interceptar isso, Jaebum surgiu da cozinha, abrindo a porta com força. Ele correu em direção a Jinyoung, e o derrubou. Mark havia sido solto dos dedos de Jinyoung antes da queda e se afastou dos dois, que começavam a se espancar no chão.
  Mark sentia-se como uma pessoa após uma queda, no momento, você mal sente a dor, não liga para ela. Depois, quando você se afasta da adrenalina, o corte começa a doer muito. Mark puxou o ar, com as mãos visivelmente trêmulas, ele olhou para Jackson e o namorado se aproximou dele. Mark o abraçou e chorou no ombro dele, sem percebe quão machucado estava.

Te vejo às 00:00| Hiatus | Markson  ✶Onde histórias criam vida. Descubra agora