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Mark saiu do carro com as mãos suando, não sabia oque estava acontecendo, o porquê de Jackson querer conversar do nada. Aquele parque era conhecido, ele ia lá com Jaebum quando eram crianças, antes de conhecer BamBam e YoungJae. Mark esperou Jackson na calçada que ligava o parque a rua, perto das cercas baixas que circulavam o parque e limitavam a grama do cimento. Jackson checava alguma coisa no celular, estava sério como não era o seu costume, oque deixava o estômago de Mark mais nervoso ainda, sabia conhecer quando alguém estava com raiva, mas Jackson era alguém tão recente que ele ainda não o conhecia dessa forma.
Mark enfiou as mãos nos bolsos e esperou se balançando para frente e para trás, tentando distrair o nervosismo em ouvir as crianças brincando no playground do parque. Ainda era cedo e muitas pessoas continuavam por lá, aliás aquele parque que servia de centro para uma bifurcação, era seguro. Quando Jackson guardou o celular e veio caminhando em sua direção, Mark voltou a prestar atenção no mundo real. Jackson não sorriu quando olhou para ele, ele estendeu a mão para Mark que a segurou e o levou pela calçada, em direção ao caminho de pedrinhas que ia até o meio do parque, entre as árvores que eram circuladas com pequenas cerquinhas de ferro. Mark pensou em pergunta-lo enquanto caminhavam, mas decidiu que seria melhor quando estivessem em um lugar mais público. Ele se repreendia por pensar dessa forma, Jackson não era violento, mas a convivência dos anos com uma pessoa assim o fazia ter medo. Mark esperou que Jackson começasse a falar enquanto passeavam pelas calçadas que serpenteavam o parque adentro.
-Eu... -começou Jackson, mas também parecia nervoso. -Não costumo começar a discutir, mas você está me fazendo fazer isso. -ele riu nervoso e acariciou a mão de Mark.
-Se for sobre hoje, por causa dele, eu sei que eu não tinha que ir lá, que eu devia ignorar ele, mas Jackson, e-ele...
-Não vamos falar exatamente do Jinyoung por enquanto, okay? -perguntou ainda sem o olhar no rosto. -Isso me irrita muito, você não tem noção. -ele suspirou. -Eu só quero o melhor para você, amor, você... é incrível. -disse o levando entre duas magnólias que trançavam seus galhos sobre eles, coloridos de flores rosa. -Mas Mark, nesses minutos que eu fiquei dentro do carro, eu nunca fiquei com tanta raiva de alguém, como eu tive raiva de você.
Mark se encolheu um pouco, se aproximando mais do seu braço. Jackson não o afastou, só deu alguns apertinhos na sua mão.
-Desculpa. -sussurrou.
-Não. Não precisa disso. -Jackson riu um pouco amargo e parou de andar, puxando Mark para que ficasse na sua frente. -Você ainda ama ele.
-Jack-.. -Jackson o interrompeu com um selinho.
-Você ama ele, mesmo depois de tudo. Eu sei. Da para ver. -Jackson o puxou mais para perto. -Lembra que quando eu disse, fingindo que era o BamBam, que eu já tinha sido idiota algumas vezes? -Mark assentiu. -Eu disse isso, porque eu sou insistente, Mark. E sem querer minha insistência machuca as pessoas, porque às vezes eu já perdi elas, mas elas têm medo de me dizer, então elas se sentem culpadas por isso, e quando me contam, eu já fiz planos e planos, mas nunca sou eu que saio machucado. Elas se machucam sozinhas porque se sentem mal por mim, enquanto eu já esperava aquilo. Eu já te perdi? -seus olhos se encontraram com os de Mark, acrescentando mais dois sentimentos no seu peito, desespero, e mais um pouco de tristeza.
-Jackson, não! -disse o abraçando forte. -Não. Pare. -ele o apertou forte nos seus braços. Mark suspirou e encaixou o rosto no ombro dele, imediatamente as lágrimas vieram ao seus olhos e ele não conseguia as controlar. -Eu estou me sentindo mal, Jackie. Eu estou escondendo coisas do YounJae, eu estou fadado a ter o Jinyoung na minha vida não importa oque eu faça, e eu não quero te deixar mal. Me desculpa. -ele soluçou e o abraçou mais forte.
-Calma, amor. -Jackson o apertou de volta e não o soltou em nenhum momento. Eles ficaram calados e abraçados ali por muito tempo, até Mark parar de chorar e se erguer do ombro de Jackson. -Eu só preciso saber disso para entender se finalmente eu cheguei à pessoa certa.
-... Eu não sei. -suspirou. -E-Eu gosto muito de você, mas eu não quero te machucar se eu fizer alguma besteira.
-Você não vai fazer nenhuma besteira. -ele acariciou o rosto de Mark. -Ou você quer?
-Não.
-Eu estou disposto a arriscar, entendeu? Mas eu não quero te forçar a ficar comigo se você ainda quiser ele. -Jackson o olhou nos olhos e esperou que ele tivesse entendido direito, que ele podia dizer a verdade.
-Eu não vou voltar para ele, amor.
-Certo. -Jackson o puxou para o outro abraço, o apertando contra seu peito. Mark ainda não tinha certeza do seu coração, mas desde que o encontrou achou que Jackson o fazia bem, de um jeito que Jinyoung nunca fez. Ele estava decidido a esquecer Jinyoung como nunca esteve, e disposto a entregar seu coração a Jackson e deixar que ele o remendasse. -Você nunca me chama de "amor".
-Mas você é isso para mim. -Mark sussurrou se afastando um pouco e o beijando no rosto. -Eu queria te pedir uma coisa.
-Pode pedir.
-Cuida de mim? -disse baixinho, olhando o zíper da jaqueta de Jackson. Ele o ouviu rir, e ergueu o rosto, Jackson estava aliviando a tensão da conversa com aquele sorriso. Mark gostava daquele sorriso, tanto que o ver o fazia querer sorrir também.
-Foi meu objetivo antes, vai continuar sendo. -ele fechou os olhos e levantou a cabeça, a luz do poste o empalidecendo. -Vamos para casa, cansei desse dia.
-Qual casa? -Mark continuou com os braços ao redor da cintura dele, mesmo que afastado, enfiou os dedos no bolso traseiro das calças dele e ficou brincando de apertar sua bunda.
-Isso é assédio, eu sei que sou gostoso, mas você pode fazer isso em casa.
Mark riu e parou de o apertar, apenas esperando uma resposta.
-Vamos para a minha casa. Você precisa ver ela, e conhecer o Vincent.
-Quem?
-Meu cachorro.

Te vejo às 00:00| Hiatus | Markson  ✶Onde histórias criam vida. Descubra agora