Te vejo às 00:00| Hiatus | Markson ✶

23:10:00

  -Se você for alguém contratado pelo Bambam... -começou, mas foi interrompido imediatamente.
  -Então eu não saberia que você queria a poucos minutos uma abraço.
  Mark sorriu e abriu espaço para que entrasse, finalmente convencido. Jackson tirou a capa de chuva e a pôs num ganchinho perto a porta.
  -Mark, não se agarre com um estranho! -Bambam veio gritando pela escada. -Jaebum é louco!
  Ele parou ao ver os dois e arfou pela corrida, ele acenou para Jackson e subiu de novo dizendo nada baixo:
  -Vale a pena.
  Jackson riu e se virou para Mark, ele o encarou por alguns segundos e voltou a sorrir, como se não conseguisse parar.
  -Pensei que fosse feio. -disse puxando Mark num abraço. -Ainda quer o abraço não é?
  Mark assentiu e respondeu ao aperto do outro, era o mesmo Jack das mensagens, só que na sua frente e mesmo não o conhecendo a tanto tempo, sentia por ele uma afinidade imensa, como se já fossem amigos de eras. O abraço de Jackson parecia algo para não se perder nunca, e um curativo para o seu coração machucado, Mark não pode evitar ser notado quando fungou e Jackson o afastou gentilmente para o olhar.
  -Por que está chorando?
  -Porque você me parece alguém confiável para chorar.
  Jackson riu e limpou as lágrimas do rosto dele, e Mark nunca quis tanto poder compará-lo a Jinyoung.
  -O idiota do seu ex ainda? -perguntou baixinho. -Para que você precisa pensar nele? Eu estou aqui, a sua mensagem errada.
  Mark riu e concordou, logo o puxando pela mão para o primeiro andar, ele o levou pelo corredor até seu quarto onde os outros três estavam amontoados sobre as almofadas e sussurravam.
  -Gente, -chamou e eles olharam. -Esse é o Jackie.
  Jackson acenou e os outros corresponderam.
  -Desculpe pelos guardas-chuva. -disse Youngjae. -Tínhamos que proteger a casa.
  -Tudo bem. -respondeu Jackson. -Pelo escândalo na escada você deve ser o Bambam. -disse apontando para o próprio.
  -Eu mesmo. -disse Bambam com um sorriso. -Se for ficar aqui para assistir o filme, a cama é toda de vocês. Só não se comam aí.
  -Cale a boca. -reclamou Mark desligando a luz e puxando Jackson para a cama sem nenhuma intenção e sem nem o perguntar se ficaria.
  Antes de se deitar, Jackson tirou os sapatos e a jaqueta que ainda usava, estava só com uma camisa branca por baixo e pareceu muito confortável ao partilhar a cama com o amigo que acabara de conhecer. Novamente os pensamentos de Mark o levavam para um caminho ruim enquanto assistia o filme. Ele estava deitado com a cabeça no colo de Jackson e esse acariciava seus cabelos sem notar. Jinyoung nunca faria isso, pois até mesmo assistir um filme era sinônimo de perversão quando Mark estava com ele. Sempre evitava assistir filmes por mais que amasse eles, Jinyoung sempre tentaria alguma coisa, com ou sem pessoas  no mesmo lugar. Jackson era só seu amigo, mas mesmo o simples conforto que estava tendo ali já o fazia ver como carinho era algo que estava faltando na sua vida, nem mesmo dos seus amigos que sempre estavam envolvidos em alguma coisa.
  Mark se virou para o olhar e assim o fez por um bom tempo, até esse perceber e sorrir. Ele sussurrou:
  -Tudo bem?
  -Quanto tempo vai ficar? -devolveu.
  -Posso ficar um ou dois dias. -respondeu passando o polegar para ajeitar as sobrancelhas de Mark. -Posso ficar aqui?
  -Claro. -Mark sorriu e voltou a se virar para o filme.
  Não prestou muita atenção e dormiu no meio do filme, acordando quando os amigos bateram palmas para os créditos. Ele acordou desnorteado e pensando que tudo havia sido um sonho, que Jack continuava dentro do seu celular, e que apesar de ser muito bonito na sua imaginação, era só mais um senhor gordo sem nada oque fazer. Foi então que percebeu que realmente estava deitado na coxa de alguém e esse sussurrava alguma coisa para ele que o arrepiava.
  -O que? -perguntou sonolento se virando devagar e vendo Jackson o olhando como um cachorrinho. -Você é de verdade.
  -Mark sendo iludido por si mesmo. -disse Bambam. -Existem pessoas para fazer isso por mim.
  -Drama. -suspirou Jaebum, que se levantou com o balde de pipoca vazio. -Foi ótimo o filme, pena que você dormiu e perdeu tudo.
  -Achou seu travesseiro? -perguntou Bambam maliciosamente.
  -Jackson é comprometido. -ele riu e coçou os olhos. -Não é?
  -Sou. -Jackson afirmou rindo da decepção de Bambam.
  -Que pena.
  -Mark, pensei que tinha passado esses dias dormindo e descansando. Você estava doente. - disse Youngjae tentando arrancar a verdade do amigo que se sentou e ficou ombro a ombro com Jackson.
  -Ok. Eu não estava doente, satisfeito? Eu... só não estava bem. -disse jogando os ombros.
  -Concerta ele aí, Jackson. -disse Youngjae saindo do quarto e puxando Jaebum. -Vamos dormir na sala! Vem Bambam!
  -Não faço threesome, obrigado! -gritou de volta. E Youngjae voltou para bater nele até que ele saísse do quarto.
  -Amigos exóticos. -riu Jackson agora esse deitando a cabeça nas pernas de Mark. -Você então não estava bem.
  -Não vamos falar sobre isso, por favor. -pediu Mark juntando as mãos. -Não quero falar dele, Jackie.
  -Certo, certo. -Jackson pegou as mãos dele e as segurou sobre seu peito. -Mas eu posso tentar ajudar sem falar nele?
  -Você já não disse que eu não preciso dele? Não precisamos falar também.
  -Verdade, você não precisa porque tem um amigo virtual maravilhoso que vai te ajudar mesmo em Hong Kong.

  Mark riu, achava estranho ter se aproximado de alguém tão rápido, e adorava isso. Jackson parecia a primeira pessoa a muito tempo que lhe servia de apoio, como um anjo da guarda.
  -Eu me sinto tão mal. -admitiu quando seus olhos já marejavam. Jackson se levantou e fechou a porta, depois voltando para a cama e ficando frente a frente com Mark. -Jackie, gritamos tanto um com o outro, eu odeio ele, mas ao mesmo tempo eu não consigo. E eu me odeio por isso. -ele soluçou e escondeu o rosto nas mãos -Ele era horrível, me traia com todo mundo, mas eu sou idiota, eu deixei.
  -Mas agora que você deixou ele ir, está doendo tanto assim? -Jackson perguntou tirando as mãos dele do rosto.
  Mark concordou e limpou as lágrimas com as mãos.
  -Dói, bem fininho lá dentro.
  -Não. Não pode doer por causa disso. Isso é arrependimento, amor. Arrependimento não é bom.
  -Tem razão. -ele fungou e respirou fundo. -Pode tentar me deixar melhor?
  -Claro.