When I see you again, when I see you again, HOSPITAAALL!!!!!

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Eu fiquei duas semanas naquele inferno. Duas semanas.

Eu quase desejei que algum outro maluco aparecesse no mundo para tentar dominá-lo ou destruí-lo... seria melhor do que eu passei nessas duas semanas.

Imaginem como é ficar quatorze dias deitada na cama, vendo apenas quatro pessoas. Sua mãe, seu pai, o médico e a enfermeira.

Imagine ter que ficar calada quando sabe que seu melhor amigo está praticamente morto no quarto ao lado e o seu crush superior supremo está no mesmo corredor e ele se declarou pra você. E você não fez absolutamente nada sobre isso!

Como eu me sinto? Troxa. Burra. Um coco. Uma montanha de coco!

Realmente, foram as piores semanas da minha vida. Na verdade, esse ano não está sendo um dos melhores.

Tive bastante tempo para pensar sobre o que eu fiz. Meu desejo antes de tudo isso foi me tornar uma Vingadora. E agora que eu sou, meu desejo é deixar de ser.

Um pendrive. Um único pendrive destruiu a minha vida em pedacinhos. Poder da tecnologia, amigos...

Nunca tive tanta raiva de um mês. Eu estava com vontade de bater na porta de Odin lá em Asgard e pedir:

"Oi Senhor Rei Supremo Dos Deuses Supremos! Você pode apagar o último mês da minha vida e fingir que nunca existiu? Agradecida! Tchau e continue cuidando muito bem de Midgard como sempre fez!"

Mas... não será possível por alguns motivos:

1- Mortais não membros de Varhala não poderiam ir para Asgard.

2- Odin não é o "Senhor Rei Supremo Dos Deuses Supremos".

3- Eu não posso sair do hospital. (Eba...)

4- Eeeee... Odin nunca cuidou muito bem da Terra, né... visto o que ocorreu ontem! Aquele velho só ficava observando e comendo pipoca enquanto nós, mortais, morremos... Maldito seja Odin...

(Já apresento agora as minhas sinceras desculpas a Thor, Filho de Odin, Neto de algum cara. A menos que ele concorde comigo.)

Chegava até a ser bizarro. Acho que em parte nem eu acreditava que tudo aquilo aconteceu.

Vicktory estar viva? Nunca.

Eu amar Peter? Esquece.

Jack estar quase morto? Nada a ver!

Peter se declarar pra mim? Por favor, aprenda a mentir e depois venha falar comigo...

E muito menos tudo aquilo ter acabado. É claro que não acabou! Quem seria burro ao ponto de pensar isso?! (eu a dois capítulos atrás...). Aquilo não acabou, e estava longe de acabar.

Sabe, o dia mais feliz da minha vida foi quando eu olhei para a cara repugnante daquele médico escroto e ele me disse que eu estava de "alta".

Não sabia o que isso significava, mas eu dei um berro, pois ele fez uma cara de "estou satisfeito com meu trabalho". Isso significava a minha saída.

BYE, BYE, HELL!!

É isso aí galera! Eu ia sair do hospital! Eu ia ter uma vida!

Sabe aquele filme da Rapunzel? Que ela foge da torre fica mó felizona por que fugiu? Aí ela começa a dançar e cantar junto com o amigo camaleão dela? Então, eu era loira no momento.

Deu vontade de dançar e cantar "Freedom" até morrer. Eu estava realizada... FREEDOOMM!! FREEDOOOOM! FREDOOOM! FREEDOOOOM!

Quando papai finalmente me tirou do quarto, ele deixou que eu passasse no quarto de Jack.

Eu quase morri quando olhei pelo vidrinho da porta. Ele estava deitado na cama. Parecia imóvel...

Abri a porta cuidadosamente como se o barulho o atrapalhasse.

Me aproximei. Algumas correntes sanguíneas do rosto, braços e pescoço estavam mais dilatadas do que o normal. Devia ser o soro correndo por seu corpo.

Me sentei perto do seu corpo. Peguei a mão direita de Jack e comecei a acariciar. Ele estava gelado, com a mesma expressão neutra de antes.

Oh céus... Jack...

— Oi Jack. — eu disse baixinho. Os outros nos deixaram sozinhos no quarto. — Como tu tá, camarada? Eu não estava mais aguentando ficar nesse hospital, sabe?

Bip........Bip.........Bip........Bip......

— Oh Jack, não vá. Eu não posso viver sem você... quem vai me explicar todas as matérias de humanas? Você é o melhor professor! — eu disse rindo um pouquinho mas as lágrimas já brotavam do meu rosto. — Jack, Jack. Sempre tentando salvar o dia. Não importa como...

Olhei bem para o rosto do meu amigo. Ele não respondia. Não estava ouvindo. Mas só de estar ao meu lado, já me deixava extremamente feliz. É triste.

— Obrigada. Obrigada. Eu te amo Jacky, por favor. Você é meu irmão. Em que eu fui meter vocês...

Comecei a chorar. Eu colocara eles nisso... eu coloquei...

— Jack. Não morra. É a única coisa que eu te peço. Sei que já pedi muito, mas aceite esse desafio. Você é forte. O mais forte que eu já vi. Aguente. Por mim...

Não consegui mais dizer nada. Fiquei ali, chorando em cima do corpo quase morto do meu irmão. Depois de muito tempo, dei um beijo em sua testa e sai da sala. Ele ia conseguir. Ele sempre conseguia.

E enquanto meus pés me levavam até o fim daquele corredor de horrores, eu abri um sorriso imenso.

Eu, a pesar de tudo, agradeço por tê-lo na minha vida...

Eu sou uma Stark // Completa!! Onde histórias criam vida. Descubra agora