Um dia, eu vou ganhar o Oscar. Haters que se cuidem!

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Como alguns dos integrantes da equipe estavam desacordados, o trabalho de limpar a sujeira deles foi destinado ao membro mais irresponsável, preguiçoso e desleixado do que restou da equipe.

Ou seja, eu.

Steve e Nath chagaram a base assim que recuperamos o controle dela. Meu pai veio falar comigo.

— Ty, agora nos ajude e vá fazer alguma coisa de útil.

— Ok. Eu tô indo pra minha cama então...

— Não! Eu não quis dizer isso!

— Mas você disse "alguma coisa de útil". Dormir é a única coisa útil que eu conheço.

— Tyler, quero que você justifique o breve desaparecimento de Peter. Você sabe, ele foi dopado e a droga era algo bem potente, então ele vai levar alguns dias até acordar e você vai ter que inventar uma desculpa para a tia dele, escola, essas coisas. — disse ele já impaciente.

— Mas pai, como você acha que a Tia May vai acreditar? Ela não é nem um pouco burra. Ela não vai acreditar fácil.

— Eu não sei, Ty. Pensa em alguma coisa. Esse trabalho é seu. — e ele saiu andando.

Ah, tá bom. Então é assim? Ele joga o trabalho no meu colo e vai viver a vida? Quanto desrespeito!

Enfim, não era hora de ficar se lamentando. Eu teria que usa a minha escassa criatividade para inventar uma história. Sinceramente, isso não iria dar certo. Para vocês terem noção, nas aulas de Redação todas as minhas histórias são iguais. Eu só mudo o nome do personagem, ou troco uma borboleta por um pássaro, e assim vai.

Fiquei um tempão pensando em alguma coisa que prestasse, e 99,99% das vezes, não prestavam. Até que eu descobri o jeito perfeito de enganar a todos.

Coloquei uma roupa limpa e pedi para alguém me levar até a casa de Tia May. Ao chegar lá, respirei fundo e apertei a campainha.

— Tyler! Que prazer ter você aqui! — ela disse feliz me dando um abraço. — Acabei de fazer uma torta de maçã, entre!

Eu agradeci e entrei. Nos sentamos na sala de visitas e ela colocou a torta na mesa de centro. Cortou um pedaço e me deu o pratinho. Antes de começar a comer eu disse:

— Desculpe vir assim sem avisar Tia May. Eu só vim aqui para falar do Peter.

Ela fez uma cara assustada imaginando o pior, com certeza.

— Ele está bem?

— Oh, sim está! Não se preocupe. Ele só me pediu para avisar que vai ficar fora de casa por uns dias. Ele pediu milhões de desculpas por ter ido sem avisar e nem telefonar, mas é que ele recebeu uma bolsa em um programa das Indústrias Stark que começavam hoje. E tiveram alguns problemas para divulgar os bolsistas, então ele foi avisado apenas hoje meia hora antes do ônibus para o campus partir! Ele pediu desculpas por deixar a senhora assustada, mas pediu para avisar que ele está mais feliz do que nunca!

Tia May não estava convencida. Ela possuía uma certa duvida em seu olhar que me assustou.

— Oh... Ele não me avisou que tinha se inscrevido para nenhum curso...

— Não, não. Esse programa escolhe os alunos a dedo de acordo com o desempenho escolar. Não há provas ou testes, eles procuram jovens de todas as escolas de Nova York.

— E... você tem o formulário desse curso? — ela perguntou ainda desconfiada.

Eu abri um sorriso (um pouco por orgulho da minha atuação perfeita) e disse:

— Achei que gostaria de olhar um, e trouxe um exemplar para a senhora ver.

Abri minha bolsa e tirei a pasta de plástico preto de dentro. Entreguei para Tia May e esperei que ela terminasse de folhear.

Mandei falsificarem exatamente igual a um formulário de curso original das Indústrias Stark. Estava perfeito.

— Puxa! Eles ganham dinheiro por participar de atividades práticas? Que interessante! Peter deve estar muito feliz, querida, obrigada! — ela disse já sem um pingo de duvida na voz.

— Não agradeça a mim! Eu não fiz nada, foi tudo por mérito do Peter.

— Estou muito feliz! Só peça para ele me ligar logo, tudo bem? Quero ouvir a voz dele!

Hum... essa parte vai dar trabalho...

— Claro! Agora, acho que tenho que ir Tia May. Prometi para minha mãe que eu iria a um compromisso com ela.

— Sim, sim. Obrigada por vir e avisar, querida. Foi muito gentil da sua parte.

— Imagina! Não foi problema nenhum!

Dei um último abraço nela e entrei no carro que estava me esperando na rua.

Eu estava muito orgulhosa de mim mesma. Eu sou uma ótima atriz! Algum dia ainda ganho um Oscar. Vocês vão ver.

Mas eu também estava me sentindo culpada. Acabei de enganar uma mulher doce e gentil. Isso não estava certo. Talvez fosse mais fácil se ela soubesse de tudo...

Não, isso é uma decisão do Peter. Ele tem que decidir se vai contar ou não. Não vou interferir na vida dele.

Meu próximo ponto foi a escola dele. Fui lá, contei a mesma mentira, mostrei o formulário e ainda tive que mostrar uma assinatura do meu pai. Mas tudo acabou bem no final.

Perguntei ao motorista se ele poderia me deixar em casa. Eu queria ficar um pouco sozinha. Era muita coisa acontecendo, e de novo a minha mãe não sabia de nada. Eu queria tempo para pensar e para falar com ela.

Mas o cara disse que recebeu ordens para me tirar da base e depois retornar para ela comigo. Liguei para meu pai para perguntar se eh poderia ir para casa e ele liberou o motorista para que me levasse para casa.

Cheguei em casa, atravessei a grande porta da entrada e me deparei com a minha mãe descendo quase correndo as escadas.

— Tyler! Onde vocês estavam de novo? Você é seu pai tem que parar de fazer isso! Vocês dois somem e não avisam ninguém!

— Estamos bem, mãe. Tivemos um problema na base.

— Problema? Muito grave?

— Hum... é. Sim, bem grave.

Ela pediu para que eu explicasse e então contei o que houve. Durante meu depoimento ela bufava e fazia comentários como "Essa mulher não para!" ou, "Eu sabia que isso ia acontecer! Eu sabia...". Então eu pedia para ela ficar quieta e me deixar falar.

Ela disse que estava saindo naquele momento para procurar por a gente.

— Bom, então vou fazer o jantar, querida. Eu te chamo quando estiver pronto.

Subi para o meu quarto. Entrei em um banho e saí relaxada. Deitei na cama e tentei organizar o que estava acontecendo.

Eu ainda não demonstrei muito, mas eu estava apavorada com a situação de Peter. Eu sei, ele iria acordar, mas quem garante quando? Ele não pode ficar dormindo por muito tempo...

Fechei os olhos e tentei pensar em alguma coisa que me tirasse toda aquela tensão do corpo. Mas a única coisa que consegui me lembrar, foi de que eu tinha dever de História Americana para fazer...

Eu sou uma Stark // Completa!! Onde histórias criam vida. Descubra agora