Mais essa agora... virar babá e procurar pelo grandalhão...

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Sabem qual é o grande problema da minha vida?

Surpresas.

Tudo acontece quando você acha que não dá pra piorar. Mas aí o mundo vai lá e pensa "Troxa!" e atira um problema no seu colo. Delicinha...

Eu acordei meio feliz. Acho que tinha sonhado com alguma coisa legal ou sei lá, mas eu estava feliz. Desci as escadas da mansão. Era um feriado insignificante na cidade, mas como não tinha aula eu amei a notícia.

Meus pais estavam na mesa. Comiam quietos e calmamente. Isso não é bom.

— O que foi? Alguém morreu? — eu perguntei me sentando na frente da minha mãe. Não era normal encontrar aquela mesa em silêncio. Da última vez foi quando eu tive que visitar meus avós maternos em Miami. Mamãe não tem uma boa relação com eles, e muito menos meu pai.

— Não. Ainda não.

— Ah, que bom. "Ainda não". Como assim "ainda não"? — perguntei irônica.

— A S.H.I.E.L.D. vai nos dar uma missão nova hoje. Vamos ter que passar o dia na base. — disse meu pai enfiando um pedaço de bolo na boca.

— Mas é feriado! Eles não podem dar missões em feriado! É como lição de casa! — respondi indignada.

— Tyler, confesse, nem você sabe que raios o governo inventou dessa vez para chamar de feriado. Deve ser o dia da pizza, ou sei lá...

Olhei para meu pai. Às vezes acho que ele lê a minha mente.

— Mas não sei se vai ser uma boa ideia. Tyler tem aulas amanhã de qualquer jeito. E eu não quero ela faltando. Além de que ela é muito nova para colocar sua vida em risco. De novo.

— Ah Peper, não seja chata. Ela vai sim e não acho que ela esteja tão nova assim. Ela já tem 16...

— 14...

— ... 14 anos! Não é tão nova assim... Olha, eu já vejo até rugas! — continuou papai. Olhei com uma cara de desprezo para ele. Ignorante...

— Não sei não Tony. Ainda não me convenceu... — ela tinha um rosto preocupado. Me senti culpada por deixá-la tão assustada tantas vezes.

— Então venha você também para a base! Você analisa o que vamos fazer e então descida se deixa ou não. — eu disse.

— Boa ideia, vovó. Vou colocar uma roupa. — concordou meu pai se levantando. Ele arrastava as pantufas no chão fazendo barulho e seu roupão vermelho estava meio aberto.

— Não se preocupe. Ele vai ficar bem. — sussurrei para minha mãe enquanto ela olhava meu pai subir as escadas com um olhar vazio.

— Eu sei... Só sinto falta dele aqui em casa. Ele passa o dia naquela base. Não fica nem um segundo aqui...

— Mãe, prometo que depois dessa missão, eu convenço ele a tirar férias. Ele realmente está precisando.

— Obrigada querida... — ele ainda encarava a escada com aquele olhar.

Comi em silêncio para não atrapalhar os pensamentos dela. Acabei e subi as escadas também em silêncio.

Tomei um banho, coloquei uma roupa confortável, como uma calça jeans, vans preto e um moletom cinza e rosa, e desci para o laboratório para preparar uma pequena mochila.

Coloquei algumas roupas, materiais de reparo da armadura, meu celular e uma arma de choque (sim, eu tenho uma arma de choque. Thor me deu no meu aniversário de 13 anos). Coloquei o "relógio" que meu pai me deu no pulso e me sentei na cadeira para esperar meus pais.

Não demorou até eles me chamarem para entrar no carro. Chegamos na base, entramos, aquela coisa toda.

Steve, Nath e Clint já estavam na sala de reunião onde Fury anunciaria a missão. O mais engraçado, era que Peter, Thor e Fury estavam em cadeiras de roda.

Thor estava muito bizarro. Era um cara grandão e musculoso em uma cadeira de rodas frágil. Era a mesma sensação de quando eu o vi com um urso de pelúcia.

Já estavam todos sentados nas suas cadeiras (com rodas ou não). Fury se endireitou na sua e começou a falar:

— Desculpem por propor essa reunião em pleno Columbus Day...

— Aaaaahhhh... — eu disse um pouco envergonhada.

— É hoje... entendi... — soltou meu pai. Fury olhava feio para nós.

— Enfim... Desculpem, mas o caso é sério. Vocês obviamente sabem sobre as pesquisas e buscas feitas pela S.H.I.E.L.D. para encontrar o professor Benner. Nunca conseguimos nada já que não há nenhuma pista. Mas parece que isso mudou. Alguns agentes de busca descobriram uma cidade no interior da Tailândia, onde aconteceu um acidente com uma ponte que explodiu. Inicialmente achava-se que foi algum ataque terrorista, até um grupo da polícia local achar uma amostra de sangue que possuía o soro reproduzido de professor Benner. E ele foi o único que testou o soro.

— Então ele está na Terra? — perguntou Steve curioso.

— Parece que sim Capitão. E é exatamente isso o que vocês vão me provar. Ele está na Terra ou não?

— Mas Fury, é óbvio que ele está. Se o sangue tem o soro e ele foi o único que testou, então é dele! — disse Peter.

— Ou não, Sr. Parker. As evidências e documentos da reprodução do soro do super-soldado feito por Benner foram destruídos com a explosão do laboratório.

— Mas você acha que mais alguém pode ter testado? — perguntou Clint.

— Não acho que seja muito provável. Mas, o soro infelizmente causa reações no sangue de quem o utiliza que não permite que os outros dados que poderiam ser extraídos da amostra sejam observados. Então não temos como tentar identificar por DNA. Portanto pode ser a tentativa de outra pessoa.

— Outra pessoa? Tipo, como outra tentativa de reprodução do soro feita por outra pessoa? Quem seria louco a ponto disso? — eu disse assustada.

— Bom, cientistas normalmente tem uma certa... obsessão por novos experimentos. Pode ser outra tentativa. — respondeu Fury, agora com as mãos sobre a mesa.

— Se essa pessoa não conseguiu reproduzi-lo, o que ela é? Qual foi o efeito que causou nela? — perguntei de novo.

— Não sabemos Tyler. Não sabemos nem se é uma nova tentativa. É apenas uma hipótese, e é para isso que vocês vão infiltrados para a Tailândia. Vão se infiltrar na polícia e vão conseguir uma amostra. Os outros vão investigar mais sobre a explosão. Vão ter uma semana.

Todos estavam em silêncio, até Nath falar:

— Quando saímos?

— Vamos esperar mais um dia para a recuperação de Thor e Peter. Eles são essenciais para o plano. Vocês podem decidir entre vocês como vão fazer isso e quem vai fazer. Vou enviar todos os mapas, aparelhos e disfarces necessários para você, Stark. — disse ele se referindo ao meu pai que assentiu. — Ótimo. Já podem ir.

Eu sou uma Stark // Completa!! Onde histórias criam vida. Descubra agora