O avião não demorou a sair. Papai foi colocado de maca no compartimento de trás e todos os outros entraram atrás.
Antes disso, fomos todos agradecer pessoalmente a Odin e os líderes do exército. Odin fez um graaaande discurso e eu achei que nunca terminaria.
Aproveitei esse tempo para ficar com Peter, já que não tinha o visto desde que papai já estava na tenda de feridos.
— Eu decidi o que vou fazer Ty. — ele me disse. Estávamos sentados juntos em uma pedra observando o avião ser carregado com o necessário.
— Em relação a o que?
— Tia May. Pensei muito, e eu acho... eu acho que eu devo contar pra ela. — Peter ainda usava o seu uniforme.
— Oh... Tem certeza?
— Não. Mas já está na hora de contar. Cansei de mentir, sabe?
Eu tinha certeza que isso foi uma pequena indireta para os segredos que eu guardei dele. Parecia que fazia tanto tempo que nós discutimos por conta dos segredos de Fury. Tantas coisas aconteceram desde aquilo que um dia pareceu um mês.
— Eu estou feliz que você decidiu assim... — eu disse ignorando a indireta.
Peter olhou para mim. Ele sabia que eu entendi o que ele quiz dizer.
— Tyler, eu não sou burro.
— Eu sei que não Peter! Você quer falar sobre o quanto eu menti, então vamos falar disso! Eu não tive escolha, pela décima vez! Fury me obrigou a guardar segredo. Eu, ele e Steve éramos os únicos que sabíamos! Sem contar Odin, claro, já que ele é um deus!
— Tyler, não me importa se você podia ou não podia dizer alguma coisa. Você não me disse nada, nem mesmo citou esse assunto comigo! E ainda me fez passar por idiota quando disse que Fury não acreditou em você! Eu acreditei! Eu! E você não teve coragem de acreditar em mim!
Peter parecia realmente machucado por dentro. Detestei o sentimento de saber que ele estava machucado por minha culpa. Eu o machuquei.
— Eu sei Peter! Eu sei! E por favor me desculpe... Eu te machuquei e a última coisa que quero ver você ter é raiva de mim. Por favor Peter, me desculpe. Você está certo, eu deveria ter te contado, eu deveria ter te dito tudo! Me perdoe por favor, não sabe o quanto eu estou me odiando agora por ter te machucado... Deuses... Me desculpe...
Comecei a chorar e, diferente dos outros momentos em que chorei perto dele, Peter não me abraçou. Eu sentia seus olhos pousados em cima de mim, mas não senti nenhum abraço. Isso me fez chorar mais e mais.
Pela primeira vez, duvidei que ele gostasse de verdade de mim.
— Eu não tenho raiva. E, por favor não se odeie. Eu só estou chateado. Muito, muito. Não sabe o quanto. Eu achei que você confiasse em mim, mesmo tendo esse temperamento de sempre querer guardar as coisas para si mesma, eu achei que comigo era diferente. E eu... eu tinha orgulho disso. Eu tinha orgulho de poder dizer que você confiava em mim. Que você me contava tudo. Não importa o que fosse. Mas eu descobri que na verdade... você não confia em mim. Você não me conta tudo. Eu jurava pela minha vida que você confiava Ty. E acabei de descobrir que era tudo ilusão da minha cabeça...
Enxuguei as lágrimas dos olhos e fiz força para falar.
— Não... não era Peter... Eu confio em você, eu juro que confio... Juro pela minha vida... Me desculpe... Peter eu juro que eu confio em você... Me desculpe... Desculpe por fazer você pensar que foi ilusão, mas não foi! Peter, por favor... Meus deuses eu me odeio! — eu disse para mim mesma. Coloquei o rosto nas mãos e voltei a chorar como uma louca.
Eu já tinha visto isso antes. Eu perdi Peter uma vez porque fui burra, e fiz a mesma coisa agora. Eu perdi a minha segunda chase de tentar ser melhor. Peter era uma pessoa maravilhosa... ele não merecia sofrer como eu o fiz sofrer. Nunca por ninguém.
E eu me odiei por fazê-lo sofrer pela segunda vez.
Eu sabia que dessa vez não teria uma terceira chance. Não existem terceiras chances. Nem eu mesma me daria uma.
Ainda chorando e sem enxugar o rosto eu me levantei e disse:
— Eu te machuquei pela segunda vez Peter... Você não merece ser machucado assim... Você não merece e eu me odeio por ser o motivo da sua dor... E-eu... E-Eu não te mereço... Nunca mereci. Simplesmente joguei a minha segunda chance no lixo... Deuses... Eu não mereço nem metade de você. Mas eu te amo. E por isso eu quero que você tenha o melhor. E eu não sou o melhor... Não pra você...
Sabe o que mais doeu? Ele não disse nada. Nada. Ficou quieto como uma pedra olhando para mim.
Eu esperei alguns segundos para ver se ele respondia. E nada aconteceu...
Com mais lágrimas no rosto do que quando descobri Vicktory viva, virei de costas e saí andando.
Então eu corri.
Corri como se nunca mais pudesse parar.
De lugar nenhum, para lugar nenhum. Apenas corri por onde, algumas horas antes, a guerra do juízo final acontecia.
Até o fim.
Corri até o fim daquele campo imenso, onde algumas manchas de sangue ainda estavam secando e algumas lágrimas do meu rosto caiam por conta do vento que batia no meu rosto.
Pensando agora, não sei como não fiquei desidratada.
Ao chegar em um ponto em que minha barriga doía e meus pulmões ardiam de dor, eu parei.
Já estava a uns dois quilômetros da barraca de feridos e do avião.
Apenas me joguei no chão e chorei. Chorei muito, muito mesmo.
As lágrimas não acabavam e a dor também não.
Eu só conseguia pensar "como eu pude ser tão burra?! Eu estraguei tudo, tudo, tudo!"
— Deuses... Qual o meu problema? Por que tudo da tão errado comigo?! Por que eu sempre estrago o que eu ganho?... Sempre... eu sempre... — cochichei para mim. As palavras já nem saiam mais da minha boca. Doía de mais tentar tirá-las de lá.
Eu estava sozinha. Só o som da grama sendo tocada pelo vento acompanhava o som do meu choro.
O sol começava a se pôr e o campo ficou todo dourado.
Por um segundo, parei de chorar e olhei para o horizonte daquele campo dourado infinito com o sol fazendo as lágrimas brilharem.
O sol era o único que me abraçava durante a minha dor.
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Gente... eu chorei escrevendo isso...
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Eu sou uma Stark // Completa!!
FanficOk, vocês não me conhecem. Eu sei que é um pouco precipitado mas... Olá eu sou Tyler Stark e, sim, eu sou filha do famoso Tony Stark! A pesar do cara ser o meu pai, a minha relação com ele é mais como a de dois irmãos que não se suportam. E como s...