Tem mais uma demônia me vigiando... será que eu tenho um radar?

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O avião aterrissou em um aeroporto menor que a minha casa. Sem brincadeira, o aeroporto era do tamanho da minha sala de jantar.

Estava vazio, meio deserto. Deve ser coisa de cidade de interior, eu nunca vou muito para o interior dos EUA. Meus pais não são muito chegados em cidades desertas.

Papai conseguiu achar alguém e pediu informação sobre um hotel. Pelo visto, havia uma pensão com dois quartos a umas duas ruas do aeroporto, se é que eu posso chamar de aeroporto...

Fomos até a pensão e perguntamos se não havia um terceiro quarto. Pelo visto, o terceiro quarto era o quarto da família dona da pensão...

Então, tivemos que nos espremer em dois quartos. Eu e Nath defendemos que as mulheres ficavam em um e os homens em outro, mas haviam cinco homens e duas mulheres. Então, Peter e Jack passaram para o nosso quarto e como Nath se recusou a dormir no corredor ela decidiu dormir no nosso quarto. Mas eu sabia que ela ficaria acordada a noite toda.

Não foi o melhoro lugar em que passamos a noite, sendo que saímos de um hotel cinco estrelas, mas era o suficiente.

O plano era no dia seguinte combinarmos horários para sairmos sempre de dois em dois. Cap queria que eu fosse com ele, provavelmente por que ele não precisava guardar segredo sobre Hel comigo.

Eu e Cap sairíamos as 4 a.m. para localizar e explorar o bunker. Meu pai e Jack sairiam quatro horas depois, Nath e Peter iriam duas horas depois da saída do meu pai e Clint seria o último que sairia duas horas depois da saída de Nath.

Eu dormi muito pouco, pois bem cedo eu acordei com o meu despertador tocando. Levantei, coloquei alguma roupa prática e saí do quarto. Steve já estava lá me esperando usando uma roupa casual também.

— São 4 horas. Vamos.

Saímos da pequena pensão. Primeiro fomos tentar localizar o bunker. Levou um tempo, mas depois de perguntar para alguns moradores de rua e de rastrear quase a cidade toda, descobrimos ele ao Sul da cidade mais uns dois quilômetros para a frente.

Como estávamos sem nenhum veículo, e eu e Steve tivemos que andar. Ainda estava escuro como se fosse tarde da noite, mas podíamos sentir a brisa gelada da manhã. Era um caminho que passava beirando fazendas, então a única coisa que víamos era grama.

Andamos por quase uma hora sem falar uma palavra. Steve parecia tendo e nervoso. Eu não queria perturba-lo. Depois de muito tempo ele começou a falar me dando um susto.

— Hel deve estar lá...

— Que? — eu disse depois de me recuperar.

— Hel. Ela vai estar lá.

Eu olhei para Steve com um olhar realmente assustado.

—V-você acha que ela vai estar lá?
P-pessoalmente?

— Ah, com certeza. Ela já sabe que estamos aqui. — Steve disse isso como se eu já soubesse. Mas eu não sabia.

—N-não... Você só pode estar louco. Ela não pode saber...

— Ela sabe, Ty.

— C-como?! Nós planejamos tudo perfeitamente! Não tem como ela... Ela não pode... Pode?

— Pode. Tyler, não estamos falando de um membro da HIDRA ou algum inumano. Quem me dera. Estamos falando de uma deusa. Uma deusa, Ty. Filha de Loki. É claro que ela sabe.

— Mas como? Eu sei, ela é uma deusa e tal... Mas se ela soubesse, por que teria nos deixado passar por tudo até chegar aqui? Por que não nos aniquilou assim que chegamos na Tailândia?

— Exatamente? Por que? Isso é o que mais me preocupa. Eu sabia, desde o início que ela já previa a nossa chegada. Foi tudo muito fácil... na polícia nós descobrimos no primeiro dia onde ficava o bunker. Estava fácil de mais. E os homens do bar, ah, eles foram o que mais me preocuparam. Eu tenho certeza que havia um informante de Hel ali. Ela estava nos seguindo o tempo todo.

Eu não disse nada sobre o comentário de Steve. Eu estava mais apavorada do que nunca. Hel sabia de tudo. Ela estava nos vigiando. Só de pensar o que iríamos encontrar no bunker eu quase caí de mando no chão.

Continuamos andando e em um momento Steve parou. E eu já achei que iríamos morrer.

— O que? Onde? O que foi? — perguntei assustada e ansiosa.

— Lá.

Steve apontou para uma coisa no meio do pasto a nossa direita. Era o bunker. Ele estava meio caindo aos pedaços mas a sua proteção era outra coisa. Era todo cercado por arame elétrico e haviam uns cinquenta guardas tomando conta do local.

— S-steve...

— Eles estão visíveis...

— Por que? Se ela sabe que viemos, então por que deixaram a gente enxergar o bunker?

— Exatamente porque ela sabe. Ela quer nos intimidar. Deve ter aumentado a segurança.

— E o que vamos fazer?

— Vamos nos aproximar. Com cautela.

Steve começou a andar em direção ao bunker. Entramos no pasto para tentarmos nos disfarçar entre a grama alta. Quando estávamos a uns quarenta metros do arame, nós paramos. Steve se sentou no chão e ficou observando silencioso o bunker. Eu fiz o mesmo.

Eram realmente muitos soldados. Mas não eram humanos. Tinham algumas características estranhas. Pareciam esqueletos, o que faz sentido, já que Hel é a deusa da Morte.

Eles guardavam o bunker em todas as entradas possíveis. Do lado de fora do arame e do de dentro. Todos vestiam um tipo de armadura viking. Na minha opinião, eram antigos guerreiros Vikings que serviram a exércitos.

— Steve?

— Eu.

— Como eles escondem tudo isso das pessoas? São esqueletos! Como eles mascaram isso tudo? — perguntei sussurrando.

— Loki utiliza magia. Ele tem o poder de manipular a imagem. Ele pode usá-la para mascarar o cenário.

— Então Loki está aqui? Por que se a imagem não está manipulada...

— ... Ele não está utilizando magia. Pode ser que ele esteja. Ou pode ser que não. A única coisa que sabemos agora, é que Benner está aí dentro e que Hel também.

Eu estremeçi um pouco fazendo as plantas ao meu lado se mexerem. Olhei para o meu relógio de pulso, que também escondia a minha armadura. Eram quase 8 horas. Meu pai sairia as 8 do hotel.

— Steve, nosso tempo está acabando.

— Não podemos sair agora. Eles vão nos ver.

— Temos que ir! Meu pai vão ser o próximo. Temos que informá-los.

Steve respirou fundo e pediu que eu o seguisse. Agachados, seguimos para fora do pasto e assim que percebemos que estávamos fora da zona de alcance dos esqueletos, saímos correndo.

Quando nos afastamos bem do bunker, eu coloquei minha armadura e voei baixo (por precaução) com Steve se segurando nas minhas costas.

Eu sou uma Stark // Completa!! Onde histórias criam vida. Descubra agora