Tudo bem se eu quebrar o crânio... Nath não se importa mesmo...

993 85 5
                                    

Acordei um pouco tonta. Eu não dormi o suficiente para estar disposta tão cedo.

Na base, o nosso café da manhã não era como em casa. A gente apenas levantava da cama, apertava um botão na placa digital do quarto (que também servia como trava da porta) que estava escrito "Rango matinal".

Eu não preciso nem dizer que foi meu pai que inventou esse sistema, né?

Enfim, você aperta o botão? Escolhe o que você quer (o que não pode ser muita coisa por que o cardápio tem três opções) e alguns minutos depois um pequeno apito toca e em uma gaveta separado do guarda-roupa aparece seu café.

Eu até pedi para o papai colocar um sistema assim lá em casa, mas minha mãe disse que eu ficaria gorda em duas semanas. E é verdade...

Tomei meu café, tomei um banho e coloquei uma roupa limpa. Saí do quarto com a intenção de ir até a ala hospitalar falar com Peter, mas no meio do caminho encontrei Nath que disse que não tínhamos as nossas aulas de luta a muito tempo, e por isso deveríamos treinar agora... Aff

— Já tomou o café?

— Já. — eu respondi esperando ela abrir a por tá da sala de treinamento da S.H.I.E.L.D.

Entramos e ela me mandou colocar uma roupa especial ou sei lá. Enfiei o macacão por cima da roupa assim como ela fez.

— Vou te ensinar alguns ataques novos.

Ela colocou a sua mão direita no meu ombro direito e a outra mão ela posicionou na minha cintura direita também. Eu fiquei bem assustada. Eu já estava me vendo com o crânio fraturado deitada na cama do hospital.

Ela respirou fundo, olhou para mim e com um grito me fez voar no ar e dar duas voltas antes de cair de cara no chão. E agora eu não precisava imaginar meu crânio rachado, por que eu já tinha um...

— Levante Ty.

Eu me levantei ainda chocada. Como ela pode estar tão normal?

— Vai me dizer que era uma demonstração? — eu perguntei com a mão na cabeça.

— Sim. Venha, vou te mostrar como se faz.

Boa parte da minha manhã foi levar socos e garantir que meus ossos virassem farinha. Terminei o treino e tive que ficar mais meia hora naquela sala só passando gelo no meu braço, perna e a Nath ainda prendeu uma bolsa de gelo no encosto da cadeira em que estava sentada para eu poder "esfriar as costas"...

Eu estava quebrada.

Depois de alguns minutos solitários e de muito frio, a final minha camiseta ficou um pouco molhada nas costas, Peter entrou andando na sala.

Eu repito, andando.

— Você parece bem pior do que eu imaginei... — eu odeio isso. Todas as vezes que ele tenta ser sarcástico ou ele está com as mãos nos bolsos da calça ou estava mexendo no cabelo. Por que ele faz isso? É tão... perfeito...

— Bom saber...

— Fico feliz que ainda sobrou alguma coisa de você.

— Você saiu da cadeira de rodas hoje, não pode falar nada.

Ele riu.

— Animada para amanhã? Eu digo... vai ser divertido, não vai? Uma missão em outro país!

— Ah! Pety tenho que te contar uma coisa. Olha, você não acha estranho que Loki veio até a Terra só para salvar Vicktory?

— Hum... talvez...

Eu contei a ele o que pesquisei e o que pensei. Peter realmente ficou intrigado.

— Você acha que ela só formou todo aquele plano aqui com o soro, só para ajudar Loki e a filha dele a destruir a Terra como primeiro mundo no Ragnarok?

— Acho! Faz todo o sentido Peter! Pense, Loki não é burro. Ele nunca viria até Midgard para salvar Vicktory se não tivesse um motivo!

Peter que agora estava sentado no chão na minha frente (segurando o gelo da minha perna por acaso...) estava pensativo. Um tempinho depois ele olhou para mim com um sorriso e disse:

— Da última vez que você descobriu um esquema do mal, lutamos com uma louca e quase morremos.

— Eu sei mas...

— E é por isso que eu concordo com você.

— CONCORDA?

Ele assentiu. Eu desci da cadeira por um segundo e o beijei. Segurei sua mão e, ao voltar para o gelo frio nas minhas costas eu disse:

— Eu te amo Parker, e obrigada por acreditar.

— Porque eu não iria? Você sempre está certa... sempre mesmo! Agora, a questão é: você já disse isso para alguém? Além de mim, claro.

— Eu falei com Steve, mas ele não me deu ouvidos. Se nem ele me ouviu imagina meu pai! Ele vai dormir enquanto eu falo.

— Tente Fury então. Já falou com ele?

— Não. Mas Nick já tem muitas coisas na cabeça...

— Tyler estamos falando de um possível fim do universo em que a Terra é o primeiro alvo. Ele com certeza tem tempo para isso.

Ele tem razão...

— Tá. Vou tentar falar com ele mais tarde. Mas e você? Já está melhor?

— Já. Quase não tenho mais dores de cabeça. Elas estavam me matando...

— Você parece uma velha ralhenta reclamando, Pety... — eu disse rindo.

— Olha pra você primeiro! Toda cheia das dores nas costas...

Nós rimos. Peter estava feliz até lembrar de uma coisa.

— Ah não Ty... Droga! Eu esqueci! A Tia May! Como vou justificar todo esse tempo que vamos passar fora? Já me disseram o que você fez, sobre o curso nas Indústrias Stark, mas ela não vai acreditar por muito tempo!

— Vamos pensar em algo. Prometo. Agora, me faz um favor?

— Hum?

— Pega uma blusa de frio para mim? Esse gelo todo... eu vou ter hipotermia... 

Peter riu baixinho e tirou o moletom que usava. Entregou na minha mão e disse:

— Pode ficar com ele. É seu agora.

Ele me deu um beijo testa e saiu. Eu sabia que essa coisa toda com a Tia May estava o matando. Peter odeia mentir, principalmente para ela.

Eu sou uma Stark // Completa!! Onde histórias criam vida. Descubra agora