6. - MURBULG

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Fui acordada com Makenna sacudindo meu ombro, eu não queria levantar, enfrentar um labirinto, enfrentar meus amigos, queria apenas voltar para casa. Entrar no aqui foi um erro, eu admito isso, era hora de voltarmos para a segurança de nossas casas.

Era isso que eu iria fazer, convencer meus amigos a voltarem, mas para isso era necessário levantar e encará-los.

Com grande esforço me sentei, peguei a escova na minha mochila e arrumei meu cabelo. Assim que fiquei um pouco mais apresentável, peguei a barra de cereal que Lian me entregou. Olhei em volta enquanto comia parecia ainda um pouco escuro.

— São seis da manhã, Will nos acordou mais cedo. — Disse Lian adivinhando meus pensamentos.

Me virei para Will, para questionar o motivo de ter nos acordado tão cedo, mas o flagrei segurando o diário da minha avó, meu olhar deve ter denunciado, pois ele deu ombros e disse:

— Queria ver se achava alguma coisa útil para nós, como você ainda estava dormindo, peguei sem permissão. — Ele me estendeu o diário para mim. — Krystal, pode traduzir isso pra mim? — Pediu. — Deve ser importante.

— Qual parte exatamente você quer saber? — Perguntei pegando o diário de volta. — E como sabe que é importante?

— O livro todo é escrito de preto, menos esse trecho, e ainda está sublinhado, e além de estar perto do mapa.

Will estava certo, havia realmente um único trecho em vermelho, eu li com atenção, meu corpo todo gelou, cada pelo do meu corpo se arrepiou, novamente fui tomada pela culpa de não ter lido aquele maldito diário.

— Te-tem certeza que você quer saber? — Perguntei hesitante. Todos assentiram. Respirei fundo, lá vai. — " Assim que adentrar o labirinto, não há retorno, aquele que se atrever a dar meia volta, enfrentará todas as forças juntas do labirinto, a única saída é atravessá-lo até o fim, ou abraçar sua morte. " — Fiz uma a pausa. — É isso que diz.

— O que vamos fazer? — Perguntou Lian assustado. — E que tipos de força está se referindo.

Will, Makenna e Lian começaram a discutir o que fariam e especular que tipos de forças eram essas. Enquanto a mim, me afastei um pouco deles, eu os conhecia e sabia que essa discussão iria demorar, aproveitaria essa chance para dar uma olhada melhor no livro.

Eu já havia lido algumas páginas, o início era de encantos e compromissos, muitos compromissos. Depois começa a ficar desconexo, com tópicos históricos sobre a Idade Média, que não pareciam com nada que eu tivesse estudado. Parecia não ter relação com o labirinto, algumas páginas depois do mapa, havia algumas ilustrações com algumas linhas escritas, reconheci o traço da vovó, ela sempre desenhou muito bem, mas fiquei um tanto surpresa com os desenhos, eram de criaturas horríveis, fui folheando, cada vez mais horripilante, até que parei em uma.

Era a criatura que havia quase me matado, desenhado com uma precisão incrível. Só naquele momento a ficha caiu. Minha avó, uma pessoa prudente, nunca iria se aventurar num lugar tão arriscado sem saber o máximo possível sobre o assunto, tudo o que eu precisava saber, deveria estar nesse diário. A parte ruim era que provavelmente, as outras criaturas que estavam desenhadas, também perambulavam, pelo labirinto, essa era a sua força. Se por acaso voltássemos, seriamos atacados por essas criaturas?

Era provável que sim.

— Pessoal, eu descobri uma coisa importante. — Disse num misto de susto e tristeza.

Imediatamente eles param de brigar e prestando total atenção em mim, eu expliquei o que havia descoberto e minhas suspeitas, no final entreguei o diário a eles para que pudessem ver os desenhos. Assim que o último viu as figuras, perguntei:

O Labirinto dos ElfosOnde histórias criam vida. Descubra agora