SEGUNDA PARTE -14. - O REINO ÉLFICO

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Parecia que estava caindo num abismo da morte. Caindo num lugar cheio de trevas, escuridão e desolação, mãos brancas como a neve com garras negras saiam da escuridão e puxavam minha pele, arranhando-me.

Depois da escuridão vi uma luz, estava flutuando num lugar cheio de grandes estrelas brilhantes, olhei para mim mesma, estava com a pele limpa, usava um vestido vermelho cor de sangue. Ele se levantou com o vento que passou por mim, olhei para frente assustada, havia um Pégaso na minha frente ele era todo branco com asas majestosas cheias de plumas macias, ele relinchou para mim e curvou a cabeça em direção ao chão, como numa reverência. Feito isso ele sumiu em meio as estrelas.

Respirei fundo, o cheiro do mar preencheu minhas narinas, olhei em volta, o que vi foi um grande monstro marinho, eu parecia uma bonequinha perto dele, ele parecia uma grande lula, com cores vibrantes e um olhar amistoso, ele me envolveu com seus tentáculos como se me desse um abraço, depois me soltou, indo embora.

Olhei em volta à procura de uma nova criatura para apreciar. Um cervo branco apareceu saltando ao meu redor, tentei acompanha-lo, mas era muito rápido. Ele parou na minha frente, seus chifres eram grandes e retorcidos como os galhos de uma árvore. O cervo aproximou sua cabeça, não resisti a passei a mão em sua cabeça, seus pelos eram macios. Ele sacodiu a cabeça se livrando do carinho e voltou a saltitar, desta vez para longe de mim.

Vi um vulto vermelho passando por mim, começou a voar ao meu redor, trazendo um vendo quente, a velocidade era tanta que acabou por levantar meu vestido, igual a Marilyn Monroe, mas não me importei com isso. O vulto parou na minha frente abrindo suas asas vermelhas flamejantes, era uma fênix, ela cantou para mim, o som era melodioso, fechei os olhos para aproveitar o som maravilhoso, ouvi um som estranho, imensamente belo, porém sentia tristeza e esperança em sua voz. Abri os olhos a tempo de ver ela pegando fogo, se tornando cinzas que caiam na imensidão em meios as estrelas.

Não muito tempo depois que as fênix se foi um cavalo violeta veio até mim, ele não se aproximou, como se fosse superior a mim, não me importei. Seus olhos eram sábios, pareciam conter um segredo que devia saber. Me aproximei encantado com o animal, mas ele fugiu de mim.

Corri até ele, precisava saber do seu segredo, ele foi até uma porta negra, com galhos espinhentos entalhados nela, senti frio, senti medo, senti que deveria sai dali. Mas não conseguia me mexer. A porta estava se aproximando, ela estava se abrindo, alguma coisa saia de lá...

(...)

Acordei assustada, mas mantive meus olhos fechados e minha respiração controlada. Meu corpo estava todo dolorido.

O que eu fiz para ficar assim?

Eu não me lembrava.

Minha amnésia durou pouco, todas as lembranças do que aconteceram antes de eu adormecer vieram como furação em minha mente, como em retrospectiva parando na lembrança de Will fechando os olhos e sua pele pálida, como a de um morto.

Abri meu os olhos em desespero, estava deitada numa cama de pedra, com um fino colchão, provavelmente feito de palha, ou outra coisa meramente macia.

"O que aconteceu com Will? Onde é que eu estou? "

Estava num quartinho pequeno feito de pedras cinzentas, alguns poucos cristais estavam incrustados nas paredes minha frente num corredor, pelo seu brilho, parecia que ainda era dia, mas não me ajudava a dizer quanto tempo eu havia dormido. O que mais me chamou a atenção foi uma grade bem-feita e reforçada, na frente dos meus olhos.

"Estava numa cela! " Pensei assustada.

Mas não eram grades comuns como as das delegacias, elas eram trabalhadas, todas retorcidas em espirais, unindo-se formando pássaros com asas abertas, me aproximei para ver o trabalho, era feito de prata, lindo e incrivelmente resistente, pois tentei forçar as barras.

O Labirinto dos ElfosOnde histórias criam vida. Descubra agora