28. - O REINO DE FOGO

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Acordei com o cantar de um pássaro, abri os olhos, havia um lindo pássaro nos pés da minha cama, era do tamanho de uma águia americana, porém era verde e amarela, com alguns toques de vermelho e branco, o bico era amarelo como o sol, tentei me aproximar encantada, mas ele voou assim que cheguei perto.

Ao me levantar me deparei com uma linda flor, parecia um copo de leite, quase totalmente branco com o interior violeta vibrante, fiquei encantada com ela, havia uma fita em seu caule, nela havia um bilhete amarrado, estava escrito:

"Para Krystal, uma flor para outra flor"

Não estava assinado, mas eu reconhecia e letra, era de Will, minha vontade era jogar a flor no lixo, mas tive pena dela, ela era tão linda, não havia sido a culpa dela que tinha sido colhida por um crápula, coloquei ela no meu criado mudo, apenas tirei o laço e joguei na minha bolsa.

Me troquei, colocando minha roupa de viagem, uma das que eu havia usado no labirinto, fiz uma trança lateral e estava pronta.

Enquanto me arrumava uma ideia me ocorreu, eu tinha quase certeza que o solo devia ser mágico para que tanta flora crescesse, então talvez eu posso consertar o erro de Will, ter tirado a bela flor de suas raízes.

Sai da casa, ao lado dela, cavei um buraco, a terra era fofa, facilitando muito meu trabalho. Quando era criança gostava de ajudar minha avó no jardim, então sabia um pouco sobre jardinagem. Coloquei a flor e tampei o buraco, corri para dentro de casa buscar uma jarra d'água.

Quando voltei ela parecia um pouco maior, despejei um pouco de água, como num passe de mágica ela começou a crescer e multiplicar, quando parou havia um arbusto cheio de copos de leite, fiquei encantada.

— Sabia que é proibido tirar uma flor de seu lugar natural? — Disse uma voz atrás de mim.

Levei um susto, não havia ouvido ninguém chegando, me virei para ver Ilron bem próximo a mim.

— Desculpe, eu não sabia. — Disse um pouco amedrontada, será que estava numa enrascada?

— Não se alarme, você não está com problemas, você não sabia. — Disse fazendo uma pausa. — Mas acredito que não tenha sido você!

— O que o faz pensar assim? — Questionei enquanto batia a uma mão na outra para limpar a terra delas.

— Não têm muito sentido, você cortar uma flor para planta-la depois. — Explicou-se.

— Você tem razão, não foi eu, foi Will. — Confessei fazendo com que o elfo me olhasse confuso.

— Pensei que ele gostasse de você, tirar uma planta do seu lugar natural, não é um bom sinal. — Disse ele estreitando os olhos.

— Não, não. Você entendeu errado, na minha cultura, quando se dá uma flor a uma mulher é... — Engasguei, não conseguia dizer o resto. Respirei findo. — É porque se a ama, ou que fez algo muito errado.

— Que costume estranho, condenar uma filha da natureza a morrer aos poucos em nome do amor. — Resmungou o príncipe. — Na minha cultura diz que se você ama uma mulher, a melhor maneira é plantar algo em seu nome, os mais poderosos até criam uma nova espécie. — Ele fez uma pausa. — Esta que você plantou, por exemplo, meu pai fez para minha mãe, dando-lhe o nome de Thasli, em sua honra.

— Isso é lindo! — Falei encantada, provavelmente meus olhos estavam brilhando. — É bem melhor do que dar flores a uma mulher. — Um pensamento me ocorreu, me deixando um pouco transtornada. — Ah, meu deus, eu sinto muito, não queria ser a razão da flor ter sido arrancada.

O Labirinto dos ElfosOnde histórias criam vida. Descubra agora